A
universidade "não é para todos", disse o ministro Ricardo Vélez
Rodriguez (Educação) em vídeo veiculado no Twitter. Ele avalia que o ensino
superior é "somente para algumas pessoas" que têm desejo e
capacitação. Numa crítica velada ao sistema de cotas, Vélez declarou que a
melhor forma de democratizar as universidade é o "ensino básico de
qualidade". Não disse o que pretende fazer para qualificar o ensino. [não é preciso fazer crítica velada ao sistema de cotas; é o sistema mais injusto, mais inconstitucional, que mais desvaloriza o mérito e tem que ser extinto.
Cotas, no máximo, para deficiente físico e para fins de emprego - cujo mérito para ocupar as vagas a eles reservadas, já tenha sido comprovado.]
Vélez
levou o vídeo ao ar dois dias depois da publicação de uma entrevista que
concedera ao jornal Valor. Nela, o ministro defendeu a valorização do ensino
técnico como porta de acesso rápido dos jovens ao mercado de trabalho. E
acrescentou: "A ideia de universidade para todos não existe." O
ministro insinuou na entrevista que, para muitos, o banco de universidade pode
ser uma perda de tempo, pois não faz sentido o sujeito estudar durante anos
para ser advogado e depois virar motorista de Uber. "Nada contra o Uber,
mas esse cidadão poderia ter evitado perder seis anos estudando legislação",
afirmou.
Vélez esmiuçou seu raciocínio com um comentário que ateou polêmica nas
redes sociais: "As universidades devem ficar reservadas para uma elite
intelectual, que não é a mesma elite econômica." Foi a péssima repercussão
do comentário que levou o ministro a retornar ao tema. Em vez de convocar os
jornalistas, Vélez recorreu às redes sociais, tal como costuma fazer o chefe
Jair Bolsonaro. "Digo que universidade, do ponto de vista da capacidade,
não é para todos. Somente algumas pessoas que têm desejo de estudos superiores
e que se habilitam para isso entram na universidade", declarou Vélez,
expressando-se num em português espanholado.
"O que não significa que eu
não defenda a democracia na universidade. A universidade tem que ser
democrática." "Ou seja, todos aqueles que quiserem entrar estarem em
pé de igualdade para poder competir pelo ingresso na universidade",
prosseguiu o ministro. "Então, a coisa melhor para democratizar a
universidade, sabe qual é? Ensino básico de qualidade, onde todo mundo se
forma, todo mundo se habilita e todo mundo pode competir em pé de igualdade.
Universidade para todos, nesse sentido, vale." [cotas e democracia são incompatíveis - ou democracia ou cotas?]
É
improvável que as novas declarações do ministro da Educação apaguem a polêmica
que ele próprio acendeu.
Ministro da Educação
diz que ‘universidade é somente para algumas pessoas’ ... - Veja mais em
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