Presidente decide partir para o ataque e rebater acusações
Um dia após ser denunciado por corrupção passiva pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer
disse nesta terça-feira, em pronunciamento no Palácio do Planalto, que a
denúncia é uma "ficção" e que Janot "reinventou o Código Penal" ao
incluir a "denúncia por ilação". Temer afirmou que, do ponto de vista
jurídico, sua preocupação é "mínima", mas que precisava se explicar no
campo político. - Sob o foco jurídico minha preocupação é mínima - disse o
presidente: - Essa infâmia de natureza política, os senhores sabem que
fui denunciado por corrupção passiva, a esta altura da vida, sem jamais
ter recebido valores, nunca vi o dinheiro e não participei de acertos
para cometer ilícitos. Afinal, onde estão as provas concretas de
recebimento desses valores? Inexistem. Aliás, examinando a denúncia,
percebo, e falo com conhecimento de causa, percebo que reinventaram o
Código Penal e incluíram nova categoria: a denúncia por ilação -
criticou.
Numa fala crítica ao procurador geral, Temer, apesar de dizer que não
seria irresponsável e não faria ilações, colocou sob suspeita um
ex-procurador próximo a Janot, Marcelo Miller, que atuou no acordo de
delação da JBS. Ele afirmou que Miller, já na iniciativa privada, ganhou
milhões e insinuou que o dinheiro pode não ter ido unicamente para o
ex-procurador, mas também a Rodrigo Janot.
DEPUTADOS NA PLATEIA
A convite do presidente, um grupo de parlamentares acompanhou da
plateia a fala de Temer, entre eles dois peemedebistas integrantes da
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que avaliará se
aceita a denúncia de Janot: os deputados Alceu Moreira, vice-presidente
da comissão, e Jones Martins, que é suplente. Ao redor do presidente,
diversos ministros, líderes e vice-líderes aliados entraram no salão com
Temer, na tentativa de demonstrar força política.
Michel Temer é o primeiro presidente na História do Brasil a ser denunciado no exercício do mandato por crime cometido durante o governo. Nesta segunda-feira, Temer e o ex-assessor especial da Presidência Rodrigo Rocha Loures foram denunciados por corrupção passiva, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. (LEIA AQUI A ÍNTEGRA DA DENÚNCIA)
Janot afirmou que o presidente "ludibriou os cidadãos brasileiros", e pediu que Temer pague indenização de R$ 10 milhões. Para o ex-assessor, que está preso desde o último dia 3, o valor pedido é de R$ 2 milhões. Rocha Loures foi flagrado recebendo de um diretor da JBS uma mala com R$ 500 mil. O Supremo Tribunal Federal (STF) investiga Temer por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça.
Os inquéritos foram abertos depois que o GLOBO revelou as delações da JBS, no mês passado. Em conversa no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer, o dono da empresa, o delator Joesley Batista, narra crimes ao presidente, que nada fez. Joesley fala sobre a compra de um procurador da República, a manipulação de dois juízes federais e o pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro.Nesta segunda-feira, Janot também pediu a abertura de um novo inquérito contra Temer e Rocha Loures para investigá-los por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em possíveis irregularidades em um decreto presidencial que regula a exploração de portos.
DEPUTADOS NA PLATEIA
Michel Temer é o primeiro presidente na História do Brasil a ser denunciado no exercício do mandato por crime cometido durante o governo. Nesta segunda-feira, Temer e o ex-assessor especial da Presidência Rodrigo Rocha Loures foram denunciados por corrupção passiva, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. (LEIA AQUI A ÍNTEGRA DA DENÚNCIA)
Janot afirmou que o presidente "ludibriou os cidadãos brasileiros", e pediu que Temer pague indenização de R$ 10 milhões. Para o ex-assessor, que está preso desde o último dia 3, o valor pedido é de R$ 2 milhões. Rocha Loures foi flagrado recebendo de um diretor da JBS uma mala com R$ 500 mil. O Supremo Tribunal Federal (STF) investiga Temer por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça.
Os inquéritos foram abertos depois que o GLOBO revelou as delações da JBS, no mês passado. Em conversa no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer, o dono da empresa, o delator Joesley Batista, narra crimes ao presidente, que nada fez. Joesley fala sobre a compra de um procurador da República, a manipulação de dois juízes federais e o pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro.Nesta segunda-feira, Janot também pediu a abertura de um novo inquérito contra Temer e Rocha Loures para investigá-los por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em possíveis irregularidades em um decreto presidencial que regula a exploração de portos.
Fonte: O Globo