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segunda-feira, 24 de junho de 2019

O tamanho do desafio da Justiça

E o destino de Lula


A Justiça brasileira está diante do seu maior desafio desde os anos de chumbo da ditadura militar de 64. Em breve, quando se esgotar o estoque de munições do site The Intercept contra o ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato, ela terá que decidir se tudo que ao final restará conhecido constitui crime ou não.  Porque é isso que estará posto. Moro e os procuradores agiram como uma organização criminosa na condução do processo que resultou na condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva? 
Teriam procedido da mesma forma em outros processos da Lava Jato ou só nesse? Se a resposta for sim, o que fazer? [a grande questão é: a Justiça vai rasgar a Constituição e aceitar provas obtidas de forma ilícita em um processo?
A única certeza que se tem de todo  'o escândalo que encolheu' é que o material divulgado  foi obtido mediante prática de crime.
Ação criminosa torna seu autor, ou autores, criminosos e o produto também criminoso - tanto que quem adquire, por qualquer meio e a qualquer título, produto de furto pratica o crime de receptação.]
Se reconhecesse a existência de um conluio entre Moro e os procuradores no processo do tríplex, a condenação de Lula seria naturalmente anulada e ele solto. Mas se tal acontecesse, o que se dirá da legitimidade da eleição presidencial do ano passado? Por condenado e preso, Lula não pôde ser candidato. 

Liderou as pesquisas de intenção de voto até que seu nome sumisse delas. E se tivesse conseguido ser candidato? E se mesmo preso, mas não impedido a tempo de candidatar-se, seu nome tivesse constado da cédula eleitoral como ele e seus advogados imaginaram até o último instante que assim poderia ser?  A chapa Dilma-Temer, acusada de abuso de poder político e econômico nas eleições de 2014, acabou absolvida pela Justiça não por falta de provas, mas por excesso delas. Era preciso manter a estabilidade política do país, como disse um dos juízes ao dar seu voto. Novas eleições àquela altura? Seria impensável.

À época, o clima de radicalização política não era tão assombroso como se tornaria depois e como permanece. O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo, chegou a dizer que o fogo se alastraria pelo país se Lula fosse preso. Não se alastrou. Mas seria capaz de se alastrar se a eleição do capitão perdesse a validade. [se trata de quase 60.000.000 de votos que seriam desconsiderado, com base  em provas obtidas de forma criminosa, sem autenticidade comprovada.

Seria o CAOS CAÓTICO, a Suprema desmoralização da VONTADE DO POVO BRASILEIRO. Sem esquecer que anular as eleições presidenciais de 2018, seria decidir sobre a POSSIBILIDADE de Lula ganhar uma eleição. INACEITÁVEL.]
A saída talvez esteja no meio. Manda-se Lula para casa, seja porque sua condenação foi viciada, seja porque terá cumprido parte da pena como prevê a lei. Na primeira hipótese, abre-se um processo contra Moro e sua turma. Na segunda, que Moro e sua turma rolem na lama e se expliquem pelo resto da vida. [a única hipótese aceitável é negar a libertação do presidiário petista - não ocorreu FATO NOVO - provas ilícitas não vão para os autos e não estando nos autos não existem no mundo; além do que uma pequena 'cozinhada' no julgamento e o TRF-4 terá confirmado a segunda condenação de Lula e com isso a parte da pena que ele terá que cumprir para progredir de regime aumentará e  a libertação será adiada para, no mínimo, 2021.]



sexta-feira, 7 de junho de 2019

Bolsonaro quer que Lula 'mofe' na cela. Vontade pode ser cumprida

Ao gosto de Bolsonaro

O destino de Lula

Aparentemente, tudo caminha para que se cumpra a vontade que o presidente Jair Bolsonaro expressou no dia em que foi eleito e que reiterou, ontem, em Buenos Aires.  “Quero que ele mofe na cadeia”, disse Bolsonaro no final de outubro passado. “Espero que Lula fique lá por muito tempo”, disse a um grupo de apoiadores de Curitiba que encontrou na capital argentina.

Lula, os ex-ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento) e o empresário Marcelo Odebrecht viraram réus em mais uma ação penal por corrupção.  É a décima vez que Lula vira réu na Justiça Federal. Já foi condenado duas vezes e responde a sete processos. Está preso desde abril do ano passado e poderá ser solto até setembro. Ou não. [O STF decidindo pela manutenção da prisão aos bandidos condenados em segunda instância, Lula permanecerá preso. 

Visto que apesar de ter condições de progredir de regime pela condenação do triplex, continuará preso pela condenação - no caso, confirmada - do Sítio de Atibaia.]


É possível que sua sorte acabe sendo decidida outra vez pela justiça de Curitiba. Se for, ele terá menos chances de cumprir o resto da pena em regime semiaberto – solto durante o dia, preso à noite.