Esquerda quer que Temer indique esquerdista para o STF!
Nada surpreendente, mas impressionante ainda assim, a histeria dos
esquerdistas para vetar e emplacar nomes para a vaga aberta no STF com a morte de Teori Zavascki. A reação negativa a Ives Gandra Martins Filho é emblemática do autoritarismo dos valentes e da incivilidade destes tempos.
Martins Filho estaria impedido de chegar ao tribunal porque contrário
ao aborto, à união civil de homossexuais e ao uso de embriões na
pesquisa genética, entre outras coisas. Uma obviedade: ao indicar um
nome, Michel Temer deve, sim, uma resposta política ao movimento que o
conduziu, dentro da mais rigorosa ordem legal, à Presidência. Há de ser
um conservador -homem ou mulher. "Conservador de iniquidades?" Não! Este
seria só um reacionário estúpido. Nas democracias, conservadores...
conservam instituições!
Há na corte um ministro que defende uma tal "plurifamília". Para Edson
Fachin, amantes podem ter direitos idênticos aos dos cônjuges. Roberto Barroso, num mero julgamento de habeas corpus, alucinou,
queimou o Código Penal e resolveu que não há crime quando o aborto
volitivo é praticado até o terceiro mês de gestação. Marco Aurélio
concedeu liminar monocrática em matéria que exigia a votação do pleno e,
mais fulminante do que o Deus do Velho Testamento com Onan, destituiu
com um raio de ilegalidade o presidente do Senado.
Luiz Fux mandou às favas sessão da Câmara porque não gostou do resultado da votação do pacote contra a corrupção.
E vêm me dizer que esse tribunal não pode conviver com a ousadia de
quem defende a lei em matéria de aborto e com o entendimento de que
casamento há de ser aquele celebrado entre homem e mulher? Essa segunda
questão, de resto, já está vencida. Mais pluralidade e tolerância,
senhores! Ponham fim à essa polícia religiosa, armada com o porrete
homonormativo e a cureta vingadora. Nos EUA, a resposta a isso deu em
Donald Trump...
Consta, a propósito, que Cármen Lúcia, presidente do STF, gostaria de
ver mais uma mulher na corte. Foi nesse vácuo de critérios, mas com viés
sexista, que surgiu a candidatura de Flávia Piovesan. A polícia
religiosa aplaudiria. Para Flávia, a descriminação do aborto é capítulo
dos direitos humanos. É mesmo? Não sendo humano, bicho ou planta, feto,
então, deve ser coisa. A Dilma pré-candidata de primeira viagem disse
certa feita que nenhuma mulher gosta de abortar, como não gosta de
extrair um dente. Feto é dente podre. Nesse contexto, e só nele, a
metáfora do "homem e seu cavalo" vira poesia...
Escrevi em meu blog que Cármen Lúcia não pode ceder à tentação dos que
lhe recomendam que se comporte como o Luís 14 do Supremo: "Le STF c'est
moi". Ela tem claro, por exemplo, que não lhe cabe homologar delações e
que a dita urgência é conversa mole, uma vez que ninguém sabe quando e
como Teori decidiria. Ainda que se pudesse falar de atraso, seria de
alguns dias apenas.
Se a ministra, no entanto, deixa prosperar esse papo-furado, dá a
entender que fazer a homologação está entre suas atribuições. E não
está. Isso é tarefa do futuro relator. A menos que esteja a dizer que
não sobrou ninguém na corte com honradez suficiente para fazê-lo. Nesse
caso, vamos nomeá-la ditadora do Brasil. Diógenes finalmente vai apagar a
lamparina e descansar. Encontrou seu homem honesto em forma de mulher.
Já pode sair do barril.
Eu indicaria Alexandre de Moraes ou Martins Filho para o Supremo se me
coubesse tal tarefa. O meu candidato, na verdade, é alguém que siga a
letra da Constituição e das leis. A isso chamo "um conservador". Chega de feitiçarias do "novo constitucionalismo" e de triplos saltos
carpados hermenêuticos do vale-tudo de toga -preta por fora e
vermelha por dentro. [já é bastante, aliás estão sobrando por inúteis os militares melancia.]
Ordem no tribunal!
Fonte: Reinaldo Azevedo - Folha