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terça-feira, 7 de julho de 2015

A barbárie bolivariana: juíza estuprada na prisão rompe o silêncio

"Em seis anos destruíram a minha vida, a da minha filha e da minha família. Na Venezuela, os juízes não julgam, eles satisfazem os caprichos do governo."

Juíza que denunciou os parceiros do PT na Venezuela fala das torturas que padeceu na prisão.

Na Venezuela, María Lourdes Afiuni rompeu o silêncio. Em audiência realizada no dia 30 de junho, a juíza expôs os detalhes da tortura, maus-tratos e estupro que sofreu em 2010, quando esteve presa no "Instituto Nacional de Orientación Feminina" (INOF).

Thelma Fernández, advogada da juíza, contou como foi o depoimento no Tribunal. Afiuni relatou "como lhe destruíram a vagina, o ânus e a bexiga, quando guardas do INOF e funcionários do Ministério da Justiça a estupraram" [...] "narrou que um agente da Guarda Nacional a feriu com uma botinada, causando-lhe uma distensão em parte do seio. Destacou que presas condenadas por ela foram transferidas para celas ao lado da sua, e que foi vítima de vários ataques, não sendo feito nada para evitá-los. Confessou que em várias oportunidades aspergiram gasolina na sua cela".
 


Exclusiva de RUNRUN.ES: Jueza Afiuni desmiente a Fiscal Luisa Ortega Díaz 

Certa vez, no estabelecimento penal feminino, "houve um princípio de incêndio, retiraram todas as detentas, menos a juíza, que deixaram trancada na cela". Em outra ocasião, ainda segundo Thelma Fernández, Afiuni foi conduzida até o Hospital Militar "para fazer um exame ginecológico, e fizeram-na despir-se na presença de mais de 20 funcionários da GNB, a  Guarda Nacional Bolivariana. 

"Em seis anos destruíram a minha vida, a da minha filha e da minha família. Na Venezuela, os juízes não julgam, eles satisfazem os caprichos do governo", conta a própria María Lourdes Afiuni. 
Ouça o pesado depoimento no áudio.
María Lourdes Afiuni está sendo julgada por deixar em liberdade o empresário Eligió Cedeño, seguindo uma resolução da ONU. A juíza obteve liberdade condicional em junho de 2013, mas está proibida de sair da Venezuela, de falar nos meios de comunicação nacionais e internacionais, e de escrever nas redes sociais Twitter e Facebook.