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quinta-feira, 16 de novembro de 2023

ONU se declara 'horrorizada' com operação israelense dentro do Hospital al-Shifa, em Gaza - O Globo

Conflito no Oriente Médio

Forças Armadas do país dizem que soldados entraram em 'parte determinada' do complexo

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários disse estar "horrorizado" com a operação militar de Israel dentro do Hospital al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, como parte da guerra contra o grupo terrorista Hamas. 
A ação, que começou na noite de terça-feira, quando o Exército israelense anunciou que entraria em parte do complexo hospitalar, também foi condenada por outras entidades internacionais, como a OMS e a Cruz Vermelha. 
 

Israel, por sua vez, alega que o Hamas mantém um centro de comando no local. Nesta quarta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou a entrada do Exército no local e disse que "não há lugar em Gaza" que as Forças de Israel não consigam alcançar.

"Estou horrorizado com as informações sobre operações militares no Hospital al-Shifa de Gaza. A proteção dos recém-nascidos, pacientes, profissionais da saúde e de todos os civis deve ter precedência sobre todas as outras questões", escreveu Martin Griffiths, diretor do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), na rede social X (antigo Twitter). "Compreendo a preocupação dos israelenses em tentar encontrar a liderança do Hamas. Esse não é o nosso problema. O nosso problema é proteger o povo de Gaza do que está sendo feito contra ele".

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, concordou que "os relatos de incursão militar no Hospital al-Shifa são profundamente preocupantes". E alertou que a agência de saúde da ONU "perdeu novamente contato com o pessoal de saúde do hospital". O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, por sua vez, afirmou em comunicado que "está extremamente preocupado com o impacto para pacientes e feridos, profissionais da saúde e civis".

"Estamos extremamente preocupados com a segurança deles e de seus pacientes", escreveu Ghebreyesus na rede social.

Além das organizações internacionais, o Ministério das Relações Exteriores da Jordânia condenou a entrada das forças israelenses no al-Shifa como uma violação do direito internacional, especialmente da Convenção de Genebra, responsabilizando Israel pela segurança dos civis e do pessoal do hospital.

'Operação precisa e direcionada'

Em resposta às críticas, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alertou mais uma vez que não há lugar seguro para os terroristas do Hamas, durante uma visita a base de treinamento das Forças Armadas de Israel, em Zikim. E disse que "não há lugar em Gaza" que o Exército não consiga alcançar, confirmando a entrada de soldados no Hospital al-Shifa. Nos disseram que não chegaríamos ao arredores da Cidade de Gaza e nós chegamos. Nos disseram que não entraríamos no [Hospital] al-Shifa e nós entramos. — disse Netanyahu, em um vídeo divulgado pelo seu gabinete, acrescentando: — Não há lugar em Gaza que nós não consigamos alcançar.

Nos corredores do complexo hospitalar, alto-falantes informavam, em árabe, ordens dos soldados israelenses aos pacientes: "Todos os homens com 16 anos ou mais, [coloquem] as mãos ao alto e saiam dos edifícios para o pátio interior para se renderem".Centenas de jovens saíram dos diferentes locais de serviço do imenso local, de acordo com um jornalista da AFP que presenciou o alerta.

Em uma publicação nesta quarta-feira na rede social X, o porta-voz das Forças Armadas de Israel, Daniel Hagari, reiterou que o Exército está realizando "uma operação precisa e direcionada contra o Hamas numa área específica" do complexo, salientando que Israel está "em guerra APENAS com o Hamas" e que continua "fazendo tudo o que estiver ao seu alcance para mitigar o risco para os civis". Hagari afirmou que as forças israelenses enviaram tradutores de árabe e pessoal médico para se unirem à incursão. Nesta terça-feira, o Exército disse que enviou incubadoras para bebês, após a morte de três recém nascidos prematuros no al-Shifa devido à queda de energia.

Segundo a ONU, o complexo hospitalar abriga cerca de 2.300 pessoas — entre pacientes, profissionais da saúde e moradores deslocados pelo conflito. Apesar das comunicações interrompidas na região dificultarem o acesso à detalhes sobre a extensão da incursão terrestre, estima-se que mais de 100 soldados israelenses tenham participado da ofensiva no al-Shifa, segundo uma fonte citada pela emissora britânica BBC.

Ainda de acordo com a reportagem, não se sabe o número de mortos e feridos na operação, embora o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA), citando o Ministério da Saúde do enclave palestino, aponte que 40 pacientes faleceram.

Testemunhas descreveram, nos últimos dias, condições horríveis dentro do complexo hospitalar, com partos realizados sem anestesia, famílias com escassez de comida ou água vivendo nos corredores e o fedor de cadáveres em decomposição.  
Uma vala comum foi aberta no local, onde já foram enterrados 179 corpos, informou na terça-feira o diretor do hospital, o médico Mohammed Abu Salmiya.

Ao menos nove bebês prematuros morreram depois que foram retirados de suas incubadoras por falta de energia elétrica, em consequência do cerco imposto por Israel desde 9 de outubro. Além disso, 27 pacientes que estavam no CTI morreram porque não tinham um respirador, segundo o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas.

Troca de acusações

Durante anos, Israel afirma que o Hamas construiu um centro de comando militar por baixo do hospital, transformando os seus pacientes em escudos humanos. A Casa Branca destacou que fontes do serviço de inteligência americano corroboraram a afirmação israelense. Contudo, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse na terça-feira que os EUA — o aliado mais próximo de Israel — não queriam ver "um tiroteio num hospital onde pessoas inocentes, pessoas indefesas, pessoas doentes que tentam obter cuidados médicos que merecem sejam apanhadas no fogo cruzado".Para os palestinos, contudo, o centro é uma instituição civil, e qualquer papel como base militar foi veementemente negado tanto pela liderança do hospital, quanto pelo Hamas, que já pediu visitas de comissões de investigação internacionais.

A ministra da Saúde da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mai al-Kaila, citada pela agência de notícias palestinas WAFA, disse que as forças israelenses "estão cometendo um novo crime contra a humanidade, os médicos e os doentes". Al-Kaila afirmou ainda que Israel é "responsável pelas vidas dos funcionários do hospital, pacientes e as pessoas que buscam abrigo no al-Shifa". A ANP administra a Cisjordânia, mas não a Faixa de Gaza.

O braço político do Hamas acusa o Exército israelense de cometer "um crime de guerra e um crime contra a Humanidade". Em um comunicado nesta quarta, o grupo disse que "considera a ocupação [de Israel] e o presidente [Joe] Biden totalmente responsáveis pelo ataque do Exército israelense ao complexo médico de al-Shifa".

Para os críticos de Israel, o foco do país no hospital, que nas últimas semanas também tem sido um refúgio para milhares de moradores de Gaza deslocados, além de pessoas gravemente doentes, demonstra o que consideram ser um desrespeito pela vida palestina.

No dia 7 de outubro, o Hamas executou um ataque surpresa no sul de Israel que matou 1.200 pessoas, a maioria civis, segundo as autoridades israelenses. Desde então, o Exército israelense bombardeia a Faixa de Gaza diariamente. 
Mais de 11 mil palestinos morreram nos ataques, segundo o Ministério da Saúde palestino, a maioria civis.

A crise humanitária no enclave palestino tem se intensificado. A ONU, citada pela Ansa, alertou nesta quarta-feira que cerca de 70% da população de Gaza não terá mais acesso à água potável devido à falta de abastecimento de combustível.  

O produto não entra no enclave nos comboios de ajuda humanitária, porque Israel teme o seu desvio pelo Hamas. (Com AFP e New York Times.)

Mundo - O Globo

 

 

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Altos salários e tédio: o que explica o furor militante dos funcionários do TSE

Vozes - Polzonoff

"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja 

MENTE VAZIA

funcionários TSE
Funcionários TSE
Uma cebola é uma cebola,sempre uma cebola. Foto: Reprodução/ Youtube

Estava lendo (e rindo) pela segunda ou terceira vez a matéria do meu colega Gabriel de Arruda Castro sobre o curso de lacração dos funcionários do TSE. 
 O “barriguinha” no título é de uma sutileza genial. 
E a melhor parte do texto é quando a palestrante compara o racismo estrutural à estrutura de um prédio – e mostra a foto de um prédio. 
Tudo no texto é muito real e verdadeiro, e não só porque confio no autor da reportagem. É que é impossível inventar uma patuscada dessas.
 
O Gabriel também foi muito feliz ao informar os salários dos funcionários envolvidos no curso de doutrinação que pretende transformar os funcionários do TSE em militantes da infame Agenda 2030 da ONU: todos na faixa dos R$20 mil, exceto por uma “oprimida” que ganha apenas R$14 mil. Tadinha. 
Os valores despertaram ainda mais a ira de quem leu a matéria para descobrir no que será gasto o dinheiro arrecadado com os novos e estratosféricos impostos do ministro Haddad aquele que dá gosto chamar de Taxad. Por que não?
 
Ali pela quarta ou quinta leitura, porém, minha visão sobre esse mundinho que vive uma distopia não tão particular assim, a bolha dos funcionários públicos muito bem remunerados, começou a mudar. 
Deixei a ira cidadã de lado e fui tomado por algo mais incômodo que vou chamar de pena. 
Porque comecei a pensar no tédio de que sofrem essas pessoas, muitas delas jovens cheios de energia, fechadas em seus gabinetes existencialmente claustrofóbicos, ocupadas em encontrar sentido para suas vidas entre uma eleição e outra. Ou melhor, entre um nada e outro.

(Mas antes de continuar quero dizer que minha mulher - sempre ela! - veio aqui, leu este texto por sobre meu ombro e reclamou da generalização que faço dos funcionários públicos do TSE. Expliquei para ela, e agora explico para vocês, que estou generalizando mesmo. Mas reconheço que há exceções. Não conheço nenhuma, pero que las hay, las hay. Tudo certo agora? Posso continuar, Dani?).

Parque de diversões
“Mente vazia, oficina do diabo”, diz o ditado – e não é preciso ser muito perspicaz para perceber que o tinhoso construiu todo um complexo industrial de maldade (ainda que não-intencional) na cabecinha ociosa desses ultraprivilegiados.  
Desses jovens que, se me permitem a sociologia de botequim a esta hora da manhã (ou da tarde ou da noite; vai saber a que horas você está lendo!), se julgam melhores do que os pobres mortais (nós) que pagam seus salários porque passaram num concurso público ou têm os contatinhos certos nos cargos certos.
 
Daí aquilo que por falta de termo melhor vou chamar de pena
Ah, se ao menos os funcionários do TSE tivessem valores morais sólidos. Ah, se ao menos eles tivessem ambições espirituais verdadeiras. 
Ah, se ao menos não tivesse se deixado levar pelo canto das sereias da Ilha da Tecnocracia.
 Ah, se fossem um pouquinho humildes. 
Um pouquinho só. 
Ah, quanta diferença real eles seriam capazes de fazer no mundo.
 
Na condição de funcionários públicos, cidadãos e principalmente seres humanos, imagino que eles se sentiriam muito mais realizados se usassem o tempo livre, a capacidade de organização e até mesmo a fortuna de dinheiro público de que dispõem no TSE para promoverem cursos e seminários realmente engrandecedores. 
Cursos e seminários sobre temas importantes, que dialogassem com o mundo real e não com o parque de diversões das pautas identitárias, com a montanha-russa do racismo, a roda-gigante da gordofobia ou o trem-fantasma do feminismo.
 
Garanto la garantía soy yo! – que eles se sentiriam muito mais úteis e realizados. 
E talvez dispensassem os ansiolíticos e os antidepressivos para dormir com a deliciosa sensação do dever cumprido ao testemunharem a construção de algo virtuoso e duradouro. 
De uma obra erguida sobre a rocha da imperfeita civilização judaico-cristã que nos trouxe até aqui. E não sobre essa areia pós-moderna multicolorida e suscetível às marés que é a ideologia.


Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Irã em fórum de direitos humanos: ONU não passa de célula de ação ideológica - J. R. Guzzo

 Gazeta do Povo - VOZES

O regime iraniano, liderado por Ali Khamenei, é responsável por uma série de violações a direitos humanos no país

Houve muita indignação, dias atrás, quando os Estados Unidos vetaram a proposta brasileira para o conflito entre Israel e os terroristas do Hamas na Faixa de Gaza. 
O chanceler do Brasil apresentou ao Conselho de Segurança da ONU uma proposta infantil. 
Pedia a paz na região, mas se recusava a admitir que Israel tem o direito à defesa militar do seu território – algo que, segundo a experiência das votações do CS nos últimos 78 anos, seria vetado pelos americanos e, em consequência disso, não serviria para nada.

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Foi feito muito ruído em torno dos doze votos a favor que a proposta conseguiu, e da afronta internacional que teria sido o veto dos Estados Unidos, mas é revolta de arquibancada que não muda o resultado

No mundo das realidades da ONU, o que vale não são os doze votos a favor, mas sim a capacidade de apresentar uma proposta que não leve o voto contra de nenhum dos cinco países que, como os Estados Unidos, têm direito a veto. Sem isso é derrota garantida, antes do jogo começar.

É altamente instrutivo que, justo neste momento, a ONU tenha exibido uma vez mais qual é sua real visão de como deveria ser o mundo.

O direito de veto não é uma “injustiça”, pela qual a decisão de um bloqueia a decisão de todos; ao contrário, é um instrumento essencial para a sobrevivência da própria ONU. Sem isso, um plenário onde 70% dos votos são controlados por ditaduras, Estados-criminosos e ilhas perdidas no fim do mundo já teria aprovado há muito tempo a eliminação dos Estados Unidos, do capitalismo e da religião cristã – e de tudo o que considera a “civilização ocidental” maligna. [pergunta que não quer calar: então para que a 'comédia' de reunir o plenário da ONU, quando sabemos que tudo pode ser resolvido com apenas um voto = se um dos cinco permanentes decidir vetar, o voto dos outros quatro permanentes (se favoráveis ao que foi vetado) se somará aos dos quase duzentos comuns e são descartados.]
 
Dá para levar a sério uma organização em que o voto do Brasil, com 200 milhões de habitantes, vale a mesma coisa que o voto de Kiribati, que tem um terço da população de Ponta Grossa? 
Ninguém sabe, sequer, que esse Kiribati é um país, e muito menos onde fica – um disparate que só é tolerado porque o direito de veto anula a formação de maiorias falsas e autodestrutivas. [para evitar maiorias inconvenientes, se impõe ditadura de um único voto.]
A questão, no fundo, é a crescente inviabilidade de uma organização que deixou de ser uma sociedade de nações em busca de algum tipo de harmonia entre si e passou a ser uma célula de ação ideológica e política.
 
É altamente instrutivo que, justo neste momento, a ONU tenha exibido uma vez mais qual é sua real visão de como deveria ser o mundo. O “Fórum Social” do Conselho de Direitos Humanos acaba de escolher o seu novo presidente – e esse presidente é o Irã. Não é piada; é o Irã, mesmo
Não estão deixando por menos, a essa altura dos acontecimentos: colocam no comando do seu fórum mundial de direitos humanos um país onde os direitos humanos são sistematicamente massacrados pelo governo.
Não se trata de conduta criminosa por parte da autoridade pública. Trata-se de política oficial da ditadura que controla o país, como era o apartheid na antiga África do Sul, o extermínio dos judeus na Alemanha nazista ou a invasão militar de vizinhos pela Rússia de hoje. 
A religião muçulmana é obrigatória; é proibida, por lei, qualquer outra crença. Homossexuais são punidos com a pena de morte, executada em público. Há uma “polícia religiosa”, que só no último ano assassinou pelo menos duas jovens por andarem na rua sem véu.

O Irã financia, arma e apoia o Hamas em suas ações terroristas contra Israel. Não reconhece a legalidade de nenhum país do mundo, inclusive o Brasil, que não se submeta à lei islâmica; todos terão de aceitar um “califado mundial”, depois que os Estados Unidos e a Europa forem “destruídos”. Não dizem isso em suas declarações oficiais, nem ao ministro-efetivo Celso Amorim, mas é o que pregam em mesquitas, decretos religiosos e tratados de ação política.

Irã e ONU: tudo a ver, cada vez mais. ONU e democracia? Perguntem ao aiatolá mais próximo.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 31 de outubro de 2023

Permanência do Brasil no Conselho de Segurança da ONU é incerta; presidência termina na terça

O Brasil deixará, nesta terça -feira, a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) e terminará seu mandato no dia 31 de dezembro. 
A volta do país ao colegiado, que dependeria de uma nova eleição, é incerta
Segundo interlocutores da área diplomática, apesar de todos os esforços do governo Lula por uma reforma no sistema que garanta maior protagonismo ao país, os brasileiros devem passar pelo menos dois anos longe do órgão, para dar espaço a outros latino-americanos. 
 
Chefiada pelo chanceler Mauro Vieira, a delegação brasileira em Nova York negocia um texto sobre o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas com os nove outros membros não permanentes — que, como o Brasil, foram eleitos e têm mandato de dois anos. 
O texto deve ficar pronto para ser votado nesta terça-feira, último dia da presidência do Brasil no órgão. 
 
A ideia é criar uma nova proposta de resolução que fale sobre o cessar-fogo, a libertação dos reféns e a criação de um corredor humanitário que permita a saída e a proteção de civis que estão na Faixa de Gaza. Uma das grandes preocupações é evitar que surjam novos vetos dos membros permanentes. 
O Conselho de Segurança ainda não se manifestou oficialmente sobre, porque todas as minutas de resoluções apresentadas, incluindo uma do Brasil, foram vetadas.

Apenas cinco países, não eleitos, são integrantes permanentes do colegiado desde 1945 têm direito a veto: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, China e França.

Ataques após Brasil assumir a presidência
Ao assumir a presidência rotativa do Conselho,
em 1º de outubro, o Brasil resgatou a proposta de reforma do órgão, que vem sendo duramente criticado por não encontrar soluções para conflitos como a guerra entre Rússia e Ucrânia. Seis dias depois, o grupo terrorista Hamas atacou os israelenses de surpresa, atravessando o que antes era conhecido como um dos mais fortes sistemas de segurança e inteligência do mundo. A diplomacia brasileira jamais esperou estar diante de uma questão tão complexa. Na manhã de sábado, dia do ataque, e diante da perplexidade geral do que ocorreu, o Itamaraty divulgou uma nota condenando o ato e convocou uma reunião de emergência do Conselho para o dia seguinte. Desde então, foram rejeitadas quatro propostas de resolução, incluindo uma apresentada pelo Brasil, aprovada por 12 dos 15 membros permanentes e não permanentes, mas vetada pelos Estados Unidos.

Interlocutores do governo e de representações estrangeiras ouvidos pelo GLOBO avaliam que o Brasil pagou um preço alto ao não atender ao pedido dos EUA de esperar por algumas horas antes de apresentar sua proposta de resolução. Os americanos queriam que a delegação brasileira esperasse terminar a visita que o presidente Joe Biden fazia a Israel, enquanto o texto era debatido no Conselho.

Especialistas: país tenta cumprir seu papel
Especialistas em direito internacional e assuntos militares afirmam
ao GLOBO que, apesar da dificuldade para qualquer país buscar um consenso no Conselho, devido à grande dependência do aval dos cinco membros permanentes, o Brasil tem se esforçado para cumprir seu papel.

Flavia Loss, doutora em relações internacionais e professora da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, diz que presidência do colegiado de um membro não permanente, de forma geral, é mais burocrática e quase protocolar. — Porém, o Brasil conseguiu uma boa articulação na proposta de resolução que apresentou, apesar do veto dos americanos, bem dentro da tradição da política externa brasileira, com a busca de uma solução negociada, o pacifismo, o respeito aos tratados internacionais e o pragmatismo — afirma Loss, acrescentando que, em novembro, a presidência do conselho será assumida pela China.

Para Alexandre Peres, doutor em direito Internacional e professor da Escola de Magistratura da Justiça Militar da União, independentemente das críticas que o Brasil possa estar sofrendo pela sua atuação, a diplomacia brasileira age com seriedade e diligência.— O fato de não reconhecer expressamente o Hamas como um grupo terrorista não expõe o Estado brasileiro, que possui uma vocação diplomática reconhecida internacionalmente — afirma Peres. 

  Mais recente Próxima Polícia da Espanha flagra traficantes saltando de navio em movimento com 100 kg de cocaína perto de porto; vídeo

Jorge Lasmar, professor de relações internacionais da PUC de Minas Gerais, destaca que a reação do Brasil, com a divulgação de um comunicado e a convocação do Conselho, ocorreu cerca de duas horas depois dos ataques.— O Brasil mostrou boa capacidade de articulação, mas não conseguiu aprovar sua resolução, que pedia a criação de corredores humanitários para a saída de civis de Gaza, incluindo 32 brasileiros, porque não colocou no documento o direito de Israel e defender. 

Mundo - O Globo

 

domingo, 29 de outubro de 2023

O mal que a ONU faz - Luis Ernesto Lacombe

VOZES - Gazeta do Povo

Não é de se estranhar que a ONU tenha um secretário-geral socialista... 
O português António Guterres sempre estará do lado errado, não apenas quando se trata da guerra de Israel contra o terrorismo. Talvez ele personifique o sonho de Lenin, exposto ainda em 1915: o internacionalismo comunista assumindo uma forma de “Estados Unidos do Mundo”.  
Esse desejo virou programa oficial da Internacional Comunista, em 1936. Mais claro impossível: “A ditadura só pode se estabelecer por meio de uma vitória do socialismo em diferentes países ou grupos de países, depois do que as repúblicas proletárias deverão se unir federativamente às que já existem, e esse sistema de uniões federativas vai se expandir até a formação de uma União Mundial de Repúblicas Socialistas Soviéticas”.
 
Não foi por acaso que o ditador e genocida Stalin, que sucedeu a Lenin na União Soviética, comemorou a criação da ONU, em 1945. 
Socialistas e comunistas tiveram papel importante nisso. 
Inclusive comunistas americanos, altos funcionários do Departamento de Estado e do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos
Depois, descobriu-se que quase 20 desses americanos eram espiões soviéticos. Nada é por acaso. 
Por isso, a assembleia-geral das Nações Unidas acompanhou, inerte, o discurso do psicopata sanguinário Che Guevara confessando fuzilamentos de opositores em Cuba...  
Ou, mais recentemente, Xi Jinping elogiando a democracia, dizendo que é um direito de todos os povos do mundo (exceto o chinês).

A ONU quer que o comportamento de todas as sociedades seja moldado pelo Estado, sob a ordem do governo mundial. Isso, por si só, já seria um escândalo

A ONU se tornou uma piada de mau gosto. Seu Conselho de Direitos Humanos já aprovou resolução parabenizando a Venezuela pelos esforços na área e condenando países que impuseram sanções contra a ditadura de Nicolás Maduro. O texto começava reconhecendo a “vontade política demonstrada pelo governo da República Bolivariana da Venezuela em cooperar com a ONU”. O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas não está nem aí para... os direitos humanos. Ou não teria entre seus integrantes países como China, Cuba e Kuwait.

A ONU quer que o comportamento de todas as sociedades seja moldado pelo Estado, sob a ordem do governo mundial. Isso, por si só, já seria um escândalo. Esse desejo insano e inaceitável deve provocar ainda mais horror porque é escancarado por um organismo que sofre graves acusações de corrupção, com funcionários envolvidos em casos de pedofilia; que, por meio de um de seus braços, a Organização Mundial da Saúde, defende abertamente o aborto; que fala em “milênios de patriarcado, numa cultura que prejudica todo mundo”... A ONU, defensora de um ambientalismo radical, grande causador de pobreza e de fome.

A distopia globalista envolve enfraquecimento de autoridades nacionais, o fim das soberanias, concentração de poder, controle do discurso, supressão do debate, divisão da sociedade
Só os globalistas da ONU sabem exatamente quais são os problemas de cada pedacinho do mundo e têm a solução permanente para todos eles: “O mundo é muito complexo, só um processo centralizado de poder é capaz de dar conta”. 
Toda a arrogância e a prepotência do mal desfilam por aí, dizendo: “Os Estados-nação não devem se opor à ‘dolorosa transição global’”; “Bem-vindos a 2030. Eu não possuo nada, não tenho privacidade, e a vida nunca foi tão boa”; “Você comerá muito menos carne”; “Insetos são ótimas fontes de proteína”; “Eleições se tornarão desnecessárias”...
 
A ideologia por trás de tudo isso é puramente socialista, coletivista. Portanto, deve ser combatida
Mesmo que tentem criminalizar qualquer movimento contra a agenda globalista. 
Nenhuma ditadura é boa, nenhuma ditadura é redentora, é salvadora. 
O caminho para o bem está nas pequenas comunidades, em cada sociedade, de forma particular, na sua cultura, na sua religião, nas suas tradições, nos seus costumes, nos seus valores morais, na liberdade individual. A ONU não representa o bem e não salvará ninguém, muito pelo contrário.
 
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

sábado, 21 de outubro de 2023

O fiasco diplomático de Lula - Revista Oeste

Silvio Navarro

Liderada pelo PT, diplomacia brasileira tem resolução sobre a guerra em Israel vetada na ONU e mostra sua pequenez ao mundo

 

Presidente da República, durante abertura da 78ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas | Foto: Ricardo Stuckert/PR  

“O terror avançou sobre Israel e foi lançado pelo Hamas, que tem o objetivo de destruir Israel e matar os judeus. Foi o pior massacre contra judeus desde o Holocausto.” A fala é de Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), durante sessão do Conselho de Segurança, na segunda-feira, 16. 
Foi seguida de Dame Barbara Woodward, do Reino Unido: “Apoiamos o direito de Israel à autodefesa, de acordo com a legislação internacional”. O colegiado se reuniu duas vezes nesta semana sob o comando do Brasil, num sistema de governança rotativo. O resultado foi um fracasso. A resolução brasileira para a guerra em Israel foi vetada.

O fiasco diplomático aos olhos do mundo derrubou de vez a campanha de marketing do presidente Lula feita desde a virada do século, quando o PT chegou ao poder: de que o Brasil merece uma cadeira permanente no Conselho de Segurança. 
E a explicação nunca foi tão óbvia: quando teve a oportunidade de demonstrar de que lado da história está, Lula escolheu o errado.
 
Liderada pela esquerda, a diplomacia brasileira não só foi incapaz de condenar com veemência o terrorismo do grupo palestino Hamas — e, consequentemente, defender os valores democráticos do Ocidente. 
Na quarta-feira, 18, passou pelo vexame de ter sua resolução barrada. Os Estados Unidos, cujo presidente Joe Biden estava em solo israelense no mesmo dia, votaram contra — o texto sequer citava o direito de defesa de Israel, apoiado pela Casa Branca.

Os membros efetivos do Conselho têm poder de veto. Além dos Estados Unidos, a resolução precisa do aval de Rússia, China, Reino Unido e França. A embaixadora Linda Thomas-Greenfield mais uma vez foi enfática em relação ao Brasil “Os Estados Unidos estão desapontados”, disse. “Em ataques anteriores de grupos como Al Qaeda e ISIS, este conselho reafirmou esse direito. Este texto deveria ter feito o mesmo.”

Após vetar proposta do Brasil, EUA se dizem ‘desapontados’ por texto não mencionar direito à autodefesa de Israel.

“Em ataques anteriores de grupos como Al Qaeda e ISIS, este conselho reafirmou esse direito. Este texto deveria ter feito o mesmo”, afirmou a embaixadora… pic.twitter.com/kaNF782Lq7— Metrópoles (@Metropoles) October 18, 2023

Os sinais de que os ataques terroristas do Hamas deixaram a diplomacia brasileira atordoada começaram já no dia 7 de outubro. 
Com raras exceções de países comandados pelo Foro de São Paulo — como Cuba, Venezuela e agora a Colômbia —, os países do Ocidente repudiaram com firmeza o avanço da barbárie. 
O mundo ainda conta os mortos do Hamas, mas já se sabe que há vítimas de 41 nacionalidades. No Brasil, pais enlutados pela morte precoce de jovens de 24 anos sequer ouviram do governo o pesar pelo “terrorismo do Hamas”. O motivo? Segundo o assessor para assuntos internacionais de Lula, o ex-chanceler Celso Amorim, as imagens do banho de sangue não bastam: o termo só será empregado se a ONU determinar.

“Foge, no momento, da nossa política, considerar o Hamas um grupo terrorista (…) Declaramos países, organizações ou pessoas que são designadas pela ONU, o órgão delegado a velar pela paz e pela segurança internacional. O Conselho de Segurança não classificou o Hamas como um organismo terrorista até agora. Portanto, o Brasil segue essa orientação. O mesmo serve para sanções.”
(Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, em audiência no Senado)

O PT chegou a divulgar uma nota indecente, na qual acusa Israel de “genocídio” — palavra que nunca mais saiu do dicionário da sigla depois da pandemia. “Condenamos os assassinatos e sequestro de civis, cometidos tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel, que realizam, neste exato momento, um genocídio contra a população de Gaza, por meio de um conjunto de crimes de guerra”, diz o texto. Nas redes sociais, a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, ainda deu um jeito de colocar os “bolsonaristas” na confusão que ela arrumou. Bolsonarismo segue mentindo e delirando nas redes e subindo ataques a @LulaOficial depois da reunião do Conselho de Segurança da ONU. Foram 12 votos a favor da proposta de cessar-fogo apresentada pelo Brasil, mostrando grande articulação do nosso presidente. O veto à paz foi…— Gleisi Hoffmann (@gleisi) October 18, 2023

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, reagiu ao disparate petista. “Justificar as atrocidades do Hamas é falta de humanidade”, disse, em entrevista a Oeste.

A bancada de deputados petistas e seus satélites no Congresso tentaram votar moção em repúdio a Israel. 
O presidente Lula, além de duas breves aparições nas redes sociais, sumiu. 
A primeira-dama, Janja da Silva, caçadora de holofotes, tampouco aparece há duas semanas. Acuados, os ministros só se arriscaram a falar pelo Twitter.

Paralelamente, o país ainda assiste ao silêncio aterrador de autoridades do Judiciário e do Ministério Público, que sempre têm opinião sobre tudo — e que não hesitaram em chamar os baderneiros do 8 de janeiro de terroristas
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) — dois deles, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, são judeus — e integrantes do Ministério Público Federal estão calados. 
 
‘Fake news do bem’
Há mais de dez dias, é notório o constrangimento da velha imprensa, obrigada a acompanhar os desdobramentos da tragédia. Os jornais tradicionais e emissoras de TV optaram por terceirizar as críticas a Israel com especialistas” convidados — nove em dez deles são professores universitários de esquerda.  
Todos insistem em usar o escudo da criação do Estado da Palestina — tema legítimo e honesto — como atenuante à selvageria do Hamas.

Um episódio grave atingiu as redações e os ativistas de esquerda nas redes sociais. Em mais uma cena trágica, um míssil teria atingido um hospital em Gaza. O Hamas disse que morreram 500 pessoas. A gritaria nas manchetes, condenando o exército de Israel, foi imediata. Foi uma das raras vezes em que o casal Lula e Janja saiu do confinamento. A expressão “genocídio” de Israel ganhou tração nas redes sociais, impulsionada pela militância petista.


O ataque ao Hospital Baptista Al-Ahli é uma tragédia injustificável. Guerras não fazem nenhum sentido. Vidas perdidas para sempre. Hospitais, casas, escolas, construídas com tanto sacrifício destruídas em instantes. Refaço este apelo. Os inocentes não podem pagar pela insanidade… https://t.co/uKH3iI9rsG— Lula (@LulaOficial) October 18, 2023

(...)



תיעוד מצולם משעות הבוקר של בית החולים בעיר עזה אשר נפגע משיגור כושל של ארגון הטרור הג'יהאד האסלאמי הפלסטיני אמש.

ניתן לראות כי הפגיעה כתוצאה מהשיגור הכושל של הג'יהאד האסלאמי הפלסטיני היא באיזור החנייה, הסמוכה לבית החולים, ואינה דומה למכתש תקיפה >> pic.twitter.com/2ENpvva8Ii— צבא ההגנה לישראל (@idfonline) October 18, 2023

A guerra em Israel dá sinais de que pode ser mais longa do que as anteriores. É um cenário que deixará Lula e o seu governo contra as cordas
A próxima viagem internacional está marcada somente para o final de novembro, para Dubai, nos Emirados Árabes, na COP28 — se é que haverá disposição para falar de clima com um conflito em curso na vizinhança. 
Ou seja, é provável que o petista permaneça escondido por mais tempo.  
É possível também que, depois do desastre diplomático no Conselho de Segurança da ONU, o sonho de ganhar o Prêmio Nobel da Paz se torne ainda mais distante.
 
 
Silvio Navarro, jornalista - Revista Oeste
 
 
 

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

CPMI do 8 de janeiro: um relatório previsível e longe da realidade - Alexandre Garcia

 Gazeta do Povo - VOZES
 

Hoje a CPMI deve votar o relatório da relatora que foi divulgado ontem. 
Ela está propondo o indiciamento de 61 pessoas, principalmente aquelas as quais já tinha decidido que seriam indiciadas desde o primeiro dia. Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, os generais que acompanham Bolsonaro, inclusive o comandante do exército, comandante da Marinha, general Heleno, general Braga Neto, general Ramos, o ajudante de ordens, Mauro Cid
Ela pôs o nome do governador de Brasília, mas não pode.  
Quem pode fazer uma CPI investigando o governador de Brasília é o legislativo do Distrito Federal, não o legislativo federal. Mas, enfim, são 61.
 
Não há surpresa. 
 
Tem um relatório paralelo dos senadores Izalci Lucas, do Distrito Federal, que sugere o indiciamento também do general-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o general Gonçalves Dias e do ministro da Justiça, Flávio Dino. 
Falando em Flávio Dino, ele ontem suspendeu a ação da Força Nacional lá na Vila Renascer, em São Félix do Xingu, que já provocou a morte de um produtor rural. 
Felizmente vai dar tempo para se pensar em como tirar produtores rurais com uma ampla produção de agricultura familiar, como mostraram ontem numa feira, no Dia da Agricultura, e que lá estão há 30 anos assentados pelo Incra, dentro de uma reserva indígena. O que fazer? Precisa solucionar isso. 


ONU e o Hamas

A ONU, então, examinando a proposta do Brasil, lembra muito Garrincha, quando recebeu ordens do técnico sobre que ele deveria fazer com seus companheiros para invadir a área russa. O Garrincha perguntou, "mas já avisaram os russos?". 
Aí a ONU está dizendo que o Hamas tem que entregar imediatamente, e de forma incondicional, os reféns civis, que devem receber tratamento de direito internacional. Será que já perguntaram ao Hamas?  
O Hamas tem esses reféns como troféu de guerra e como defesa. É uma trincheira, é uma barreira que o Hamas quer usar. Jamais o Hamas vai atender a ONU. Aliás, o terrorismo nunca deu bola para a ONU.  
Aliás, a gente se pergunta qual é a força que a ONU tem com toda essa burocracia
Será que a ONU não sabe que o terror só ouve a linguagem da força? Imagina alguém que toca fogo em soldado, que decapita bebê, que mata civis indefesos, que já estão no chão, encolhidos. Vão fazer o quê? 
Vão atender a ONU e devolver os quase 200 reféns? 
E Lula está pedindo ao Irã. O Irã, aquele com o qual Lula incomodou os Estados Unidos, deixando duas belonaves do Irã ficarem no Rio de Janeiro. 
E o Irã e a Turquia, para fazer cessar fogo, é tudo que o Hamas deseja. Também é muito ingênuo. O Hamas vai lá, ataca Israel, aplica selvageria contra Israel, e na hora que Israel vai reagir diz "não, cessar fogo". 

É incrível, é quase inacreditável que a gente tenha proposto uma coisa dessas. Mas, enfim, são as coisas do mundo de hoje em que há muita propaganda. A primeira vítima numa guerra é a verdade. E as pessoas, as autoridades continuam agindo como se fôssemos todos uns jumentos sem cérebro

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Lula errou em Cuba e deve errar em Nova York

O presidente insiste em defender quem o atrapalha e a atacar quem pode ajudá-lo

Lula está em sua 15ª. viagem internacional. Desta vez por um bom motivo: vai discursar na sessão inaugural da ONU, que o Brasil tradicionalmente abre há muitos anos.

No caminho de Nova York, Lula parou em Cuba. 
Disse que o embargo americano é “ilegal”. Ilegal na lei de quem, cara pálida?  
Cuba confiscou bens americanos e emprestou seu território para que os russos instalassem mísseis nucleares voltados contra os EUA. 
Em mais de uma oportunidade, Fidel disse que se tivesse as senhas, teria disparado os mísseis, e que queria varrer os EUA do mapa. (É curioso que um país que quer destruir o outro reclame de que outro não quer fazer comércio.)
 
Lula defende Cuba não apenas por cacoete, por suas relações com os Castro e por sua visão geopolítica terceiromundista
Neste caso, é também uma explicação prévia para o fracasso que terá na missão de recuperar os R$ 3 bilhões que o Brasil emprestou para ao país durante os governos Lula e Dilma. 
Diante da penúria econômica cubana, o máximo que conseguirá é trocar o calote que já tomamos por um calote que ainda tomaremos.

A linha adotada por Lula é equivocada, mas não surpreende. Surpreendente é a cara de pau em dizer que a ditadura cubana “tem sido defensora de uma governança global mais justa”. Francamente.

Depois de desancar os EUA, reclamou da “dívida histórica dos países ricos pelo aquecimento global”. Nisso, Lula não está errado, o problema é que não faz proposta concreta. E sem proposta concreta, o discurso vira papo de palanque, destinado a justificar a exploração de petróleo na foz do Amazonas.

Lula só discursa na ONU amanhã — mas já se sabe o que ele deve dizer. Deve dizer que “o Brasil voltou”. 
Que o Brasil está comprometido com o combate ao aquecimento global. Que é preciso um grupo de trabalho para negociar a paz (dando a entender que o Brasil deve ser o coordenador desse grupo). 
E deve criticar ricos em geral e EUA em particular. 
 
Mas não vai fazer proposta sobre aquecimento, nem falar de explorar petróleo na foz do Amazonas
Não vai reconhecer que, tendo apoiado o invasor e posto a culpa no invadido, não está em condições de mediar a paz. 
Não vai mencionar o Tribunal Penal Internacional, o qual recentemente atacou e do qual falou em se retirar (para poder receber o invasor Putin). 
 
Entre outros encontros bilaterais, Lula deve se encontrar com Biden e com Zelensky. 
Biden é um dos maiores responsáveis pela não adesão dos militares ao golpe que tiraria Lula do poder, mas Lula não para de atacá-lo. 
Quanto a Zelensky, presidente da Ucrânia, já o causou de ser culpado pela guerra.

Vamos torcer para que Lula faça um discurso que não seja terceiro-mundista demais, e que consiga tirar a má impressão de Biden, Zelensky e Europa.

Ricardo Rangel - Coluna Revista VEJA


terça-feira, 29 de agosto de 2023

Lula quer inflar a importância econômica do Brasil no Brics, mas não faz contas direito - J. R. Guzzo

Vozes - Gazeta do Povo

Como em geral acontece no programa de volta ao mundo do presidente Lula e de sua mulher, algum alto assessor analfabeto em aritmética lhe passou, nesta sua última viagem para a conferência dos BRICS, mais um número assombroso para o conhecimento da humanidade. Lula, é claro, repetiu direto. “Os BRICS representam 36% do PIB mundial”, disse ele, com o orgulho de quem está revelando uma extraordinária vantagem para o Brasil – 
ou como se o Brasil fosse sócio proprietário dessa dinheirama toda.  
Que beleza, não é? Não, não é. Na verdade, não é nada. Os BRICS podem ter tantos por cento do PIB mundial quanto lhe dizem, e Lula pode achar que isso faz dele um grande estadista mundial, mas o Brasil não tem nada a ver com o PIB dos BRICS
Cada um tem o seu; não pode mexer no dos outros. Também não tira proveito nenhum da soma total.
 
Os 36% anunciados por Lula, mesmo que a cifra esteja correta, são uma porcentagem – e uma porcentagem é algo perfeitamente inútil enquanto o sujeito não sabe quantos desses “por cento” cabem a ele. 
No caso, o número que interessa é o seguinte: o PIB mundial é de 95 trilhões de dólares, e o do Brasil não passa de 2 tri - o que não chega nem perto do valor de mercado da Apple. É esse o tamanho real do país; não fica maior porque se senta, de vez em quando, na mesa da China, ou da Índia ou de quem quer que seja. 
O fato é que o Brasil, em matéria de PIB per capita, está no 79º. lugar numa lista de 192 países pesquisados pelo FMI – abaixo da Guiné Equatorial, do Panamá e coisas parecidas. 
O PIB da China é de 18 trilhões de dólares? Sim, mas é da China, e não do governo Lula. 
 
Da mesma forma, o “Banco dos Brics”, do qual o presidente não para de falar, não é uma estatal brasileira. Tem mais quatro sócios, e sua função é financiar obras de infraestrutura – e não dar dinheiro para pagar a dívida da Argentina, como Lula quer. 
Não adianta nada enfiar Dilma Rousseff na presidência do banco; não é assim que funciona. Enfim, os BRICS não tomam decisões econômicas em conjunto; é cada um por si. A China não tem nenhuma obrigação de adotar medidas iguais às da Rússia, ou compatíveis com elas
a Índia não administra sua economia segundo as decisões da China, e assim por diante. Imagine-se, então, se algum dos BRICS está preocupado em se alinhar com o ministro Haddad.

É esse o tamanho real do país; não fica maior porque se senta, de vez em quando, na mesa da China, ou da Índia ou de quem quer que seja

Lula, naturalmente, aproveitou também esta viagem para engordar a sua crescente lista internacional de declarações cretinas; quase nunca vai e volta sem trazer alguma novidade. Desta vez, disse que o Conselho de Segurança da ONU, no qual o Brasil quer entrar de qualquer jeito, “não faz a paz, faz a guerra”. É falso: o CS da ONU nunca fez uma guerra.  
É, também, uma maneira especialmente idiota de apresentar a candidatura do Brasil. 
Lula acha que vai entrar no clube xingando a mãe da diretoria.

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

J.R. Guzzo,  colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 2 de agosto de 2023

A escolha de Tarcísio na batalha da Baixada Santista

Com a matança, a polícia paulista se aproxima do empate com as baixas que sofreu no ano passado na guerra com o crime organizado [na luta da Polícia contra o crime o ideal é que não haja nortes - os bandidos sejam presos vivos - mas, havendo mortes, o empate é inaceitável = o número de bandidos mortos tem que ser bem superior ao de policiais feridos ou mortos = os policiais são parte da sociedade que clama por segurança.]

 Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, acha que “não existe combate ao crime sem efeito colateral”. Foi como traduziu — e justificou — o banho de sangue na Baixada Santista.

São Paulo é o Estado com recorde de mortes de policiais civis e militares em situação de confronto: foram 7 vítimas em 2021 e 17 mortos no ano passado aumento de 148%, informa o recém-lançado anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Com a matança na Baixada Santista (14 mortos na contagem até à noite desta terça-feira), a polícia paulista se aproxima do empate com as baixas que sofreu no ano passado na guerra permanente contra facções do crime organizado.

A lógica do governador aplicada à situação permite outras leituras. Uma é a da licença para matar — a revanche da matança sempre é ilegal, mas eventualmente palatável à liderança em zonas “especiais” de combate, como no Haiti, por onde o governador passou quando servia como engenheiro ao Exército brasileiro na missão da ONU.

[ Nossa Opinião: o ilustre jornalista, certamente mais um da esquerda a favor de bandidos esquece que as mortes havidas esta semana na Baixa Santista e no Rio, alcançaram bandidos perigosos e bem armados.

CONFIRAM:  

 

Um fuzil, dos vários apreendidos pela polícia em poder de bandidos no litoral paulista

Fuzis apreendidos durante operação policial no Complexo da Penha nesta quarta-feira

 Alguns fuzis apreendidos pelo polícia do Rio na operação de hoje no Complexo da Penha

Alguma pessoa sensata, capaz de pensar,  acha que bandidos armados com tal poder de fogo, vão se render para policiais?]

Outra interpretação possível é a da incapacidade do comando de organizar, planejar e realizar a captura dos assassinos de policiais, acusá-los com as provas necessárias e obter a condenação em julgamento.  Quando acontece aumentam as chances de umefeito colateral” mais duradouro — a afirmação do Estado, no exercício do monopólio da força, como provedor de lei e ordem na proteção comunitária.

Dá trabalho, exige sangue frio da liderança da tropa armada, civil ou militar. Mas, como Tarcísio sabe, até pelo exemplo de alguns dos seus antecessores no Palácio dos Bandeirantes, essa é a rota mais longa e acidentada para se obter reconhecimento num eleitorado fatigado pela rotina de violência do crime organizado em confronto permanente com uma polícia desregrada.

Os efeitos colaterais no campo de batalha da Baixada Santista foram uma escolha do governador paulista. Na política, a força costuma suprir a escassez de inteligência.

José Casado, jornalista  - Coluna na Revista VEJA