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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Financial Times questiona impeachment de Dilma Rousseff: 'Outro político medíocre a substituiria'



Jornal britânico resumiu por que a população brasileira quer afastar a presidente, mas colocou em dúvida: isso deveria acontecer?
O Financial Times publicou nesta segunda-feira (17), um dia após as manifestações populares de 16 de agosto, editorial no qual questiona o impeachment de Dilma Rousseff pedido nos protestos. "Mesmo que a senhora Rousseff seja removida, é provável que outro político medíocre a substitua — e depois tente implementar a mesma estabilização econômica que ela está tentando fazer", escreveu o jornal de economia britânico no editorial.

A publicação resumiu por que a presidente brasileira caiu no desgosto da população e tem o índice de aprovação mais baixo da história recente: escândalo de corrupção na Petrobras, deflagrado pela Operação Lava Jato, economia com perspectiva de recessão pelo menos até 2016, real em desvalorização perante o dólar, inflação duas vezes acima da meta, confiança de investidores em baixa, desemprego em crescente. "Não é uma surpresa que tenha havido protestos em massa por todo o Brasil no domingo e que 66% queiram o impeachment da senhora Rousseff", afirmou o FT. "Mas isso deveria acontecer? Faria alguma diferença se isso acontecesse?".

O FT lembrou que, para o impeachment da presidente, dois terços do Congresso precisariam apoiá-lo. "Esse apoio não existe. Políticos que também são acusados de corrupção estão relutantes em apertar o gatilho", disse o editorial. [o FT esquece que Dilma vem de sucessivas derrotas no Congresso e que neste mês conseguiu perder na Câmara dos Deputados por 445 votos contra 16 – o total de deputados é 213; no Senado conseguiu perder uma votação importante por 62 votos a zero – o número de senadores é 81.

E o que vale para a população brasileira é retirar a Dilma – qualquer coisa que assuma seu lugar será melhor.] Mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "antigamente um dos políticos mais populares do mundo, pode ser indiciado em denúncias de corrupção também", de acordo com o jornal. Os únicos alegres com este contexto, na avaliação do FT, são os caciques do PSDB, que veem o governo de Dilma se deteriorar e aguardam pelas eleições presidenciais de 2018.

RCN