Com investimento de R$ 21 mi, reformas fecharão 14 postos de saúde no DF
O GDF investirá R$ 21 milhões para recuperar estruturas obsoletas e renovar aluguéis. Apesar de os serviços básicos mudarem de endereços durante as intervenções, a população está preocupada com o deslocamento e os possíveis atrasos nas obras
A situação precária e a estrutura obsoleta de 14 postos de saúde da
capital federal obrigou a Secretaria de Saúde a traçar um plano de
reformas para essas unidades. Atendimentos básicos, como consultas e
exames, deverão mudar de endereço em pelo menos nove cidades. [os postos vão ser apenas oficialmente fechados; já que em termos de funcionamento já estão fechados há muito tempo, tendo em vista que muitos não marcam mais consultas, outros não tem material, outros não tem funcionários.FECHAR PARA OBRAS é apenas um pretexto para oficializar o que já acontece.] Durante as
obras, os serviços serão suspensos, e os profissionais, alocados em
outros locais. O temor dos pacientes é que as intervenções demorem a
sair do papel. O Executivo local prevê gastar R$ 21 milhões com os
reparos. Até o fim do mês, o projeto deve ser enviado à Novacap para o
órgão iniciar a licitação.
O
Correio acompanha a situação de centros de saúde de Ceilândia, do Gama e
do Lago Sul, que fecharam para reformas e não voltaram a funcionar. Essa é justamente a preocupação da pensionista Maria de
Fátima de Moraes Santos, 62 anos. A casa dela fica a menos de cinco
minutos do Centro de Saúde nº 5 de Ceilândia. Lá, ela faz consultas e
retira receitas médicas para o medicamento que controla a hipertensão.
“Se for uma obra com começo, meio e fim, será ótimo. O prédio é antigo e
nunca passou por grandes reparos. Agora, se isso significar que a
unidade ficará fechada por um sem fim de tempo, é maldade com a
população”, reclama a moradora da QNM 24.
Maria conhece a estrutura deficiente das unidades. A reportagem
percorreu 110km entre Ceilândia, Samambaia e Recanto das Emas visitando
os postos que passarão por obras. São prédios velhos, sem manutenção e
com espaço inferior ao da necessidade da população. “Com o passar do
tempo, é natural que as instalações percam sua capacidade de
funcionamento. O problema é que o governo espera chegar a uma situação
extrema de obsolescência”, critica o vigilante José Alves Ramos, 64,
morador de Samambaia.
Quando José conversou com
o Correio, o Centro de Saúde nº 1 de Samambaia, na QS 408, estava
movimentado pela campanha de vacinação contra a gripe. Cerca de 50
pessoas esperavam pelas doses. O calor era insuportável. “A obra deve
ser feita com seriedade. Imagina toda essa gente sem local de
atendimento”, diz. A menos de 10km dali, a
dona de casa Érica Rodrigues dos Santos, 31, fez a mesma queixa. “Há 11
anos, eu me consulto aqui. O serviço tem dificuldades, mas recebe a
gente”, conta a moradora do Recanto das Emas.
Lá,
o Posto de Saúde Urbano, na Quadra 307, destoa da vizinhança. Nas
proximidades, há um prédio novo do 27º Batalhão de Polícia Militar. Ao
lado, o quartel do Corpo de Bombeiros também é moderno. Logo em frente à
unidade, a Clínica da Família nº 2 — espaço também administrado pela
Secretaria de Saúde — foi inaugurada em dezembro de 2012. “Lembro quando
o posto começou a funcionar neste prédio. Antes, era um barracão de
madeira. Desde a construção da alvenaria, houve pouquíssimos reparos.
Isso faz mais de 20 anos”, detalha a atendente Jaqueline dos Santos
Nascimento, 30.
Apesar
das dificuldades financeiras, o diretor Organizacional da Atenção
Primária, Lucas Bahia, descarta que o pacote de obras se torne um
problema a mais no funcionamento da rede. As mudanças, garante Lucas,
não afetarão o serviço. "As equipes serão redimensionadas para locais
próximos às unidades em obras. A assistência não será paralisada",
esclarece. Para se ter dimensão da investida do governo, as unidades a
serem reformadas e as que serão substituídas por novos contratos de
aluguel representam 22% dos 172 locais de atendimento no DF.
Outra
medida é a substituição de 24 unidades alugadas. Alguns desses imóveis
estão há mais de 10 anos sem nenhum tipo de investimento. A situação
degringolou de tal forma que os espaços não obedecem a regras básicas da
Vigilância Sanitária. A reestruturação afeta uma das áreas mais
críticas da saúde pública: a atenção primária. As melhorias serão
capazes, acredita o governo, de atenuar o colapso do setor.
Até
mesmo a concepção de postos de saúde ou unidades básicas é delicada. É
que casas comuns são locadas e transformadas em locais de atendimento.
Os aluguéis atuais não têm contratos. O pagamento é feito por meio de
despesas indenizatórias. Anualmente, a Secretaria de Saúde desembolsa R$
2 milhões no aluguel dessas unidades. Com a criação dos postos, o
montante gasto passará para R$ 2,5 milhões.
Até
junho, o Executivo local deve publicar o chamamento público para novos
locatários. “Essa é uma ação inédita e passou pela Procuradoria para dar
transparência ao que estamos fazendo”, explica o diretor Organizacional
da Atenção Primária, Lucas Bahia. A meta é que, até o fim do ano, os
postos estejam em funcionamento. São Sebastião,
Planaltina e Riacho Fundo 2 serão as principais cidades beneficiadas.
“Fizemos um levantamento e verificamos que necessitamos de novos pontos
de atendimento. Haverá a criação de 12 unidades alugadas. Estamos num
processo de chamamento público para locação de imóveis com
pré-requisitos bastante severos”, detalha Lucas. No caso dos novos
aluguéis, os postos antigos só serão desativados quando as estruturas
estiverem prontas.
Reforço
Em obras
A intenção do Executivo local é que a cobertura dos
serviços básicos de saúde passe de 30,8% para 75% da população do DF
até o próximo ano. O investimento em equipes do Saúde da Família ancoram
as alterações na área. Na última semana, o governo convocou 50 médicos
para atuarem exclusivamente no programa.
[tem muitos postos que não estão na relação abaixo e não funcionam; caso Rollemberg deseje é só solicitar e publicamos a relação de vários postos de saúde que NÃO ESTÃO EM OBRAS, MAS não funcionam;
tem posto que não tem médico ginecologista nem de outras especialidades, a estrutura física está precária, não marca consulta (dizer que a marcação de consultas é feita por telefone é outro enganação, tendo em conta que a maior parte dos telefones do GDF estão cortados por falta de pagamento) - consta como funcionando mas é só ir lá para ver que não funciona.]
[tem muitos postos que não estão na relação abaixo e não funcionam; caso Rollemberg deseje é só solicitar e publicamos a relação de vários postos de saúde que NÃO ESTÃO EM OBRAS, MAS não funcionam;
tem posto que não tem médico ginecologista nem de outras especialidades, a estrutura física está precária, não marca consulta (dizer que a marcação de consultas é feita por telefone é outro enganação, tendo em conta que a maior parte dos telefones do GDF estão cortados por falta de pagamento) - consta como funcionando mas é só ir lá para ver que não funciona.]
Veja os 14 postos de saúde que passarão por reformas
Guará 2
Centro de Saúde nº 3, na QE 38
Riacho Fundo 1
Centro de Saúde nº 3, na QN 7
Recanto das Emas
Posto de Saúde Urbano, na Quadra 307, Avenida Monjolo
Brazlândia
Posto de Saúde Urbano Veredas 1, no Setor Veredas
Centro de Saúde nº 1, no Setor Norte
Samambaia
Centro de Saúde nº 1, na QS 408
Ceilândia
Centro de Saúde nº 12, na EQNQ 3/4
Centro de Saúde nº 5, na QNM 16
Posto de Saúde Rural Boa Esperança, no Núcleo Rural Boa Esperança
Paranoá
Centro de Saúde nº 1, na Quadra 21
Sobradinho
Centro de Saúde nº 2, na Quadra 3
Posto de Saúde Rural Catingueiro, na DF-205, Km 13
Santa Maria
Centro de Saúde nº 1, na QR 207/307
Posto de Saúde Urbano nº 2, na QR 202/303