O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), viu
“abuso de autoridade” no uso de algemas nas mãos, cintura e pés do
ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB-RJ) durante a sua
escolta para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de
Curitiba. Para Gilmar Mendes, “caminha-se para a tortura em praça
pública”.
Em abril, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge,
pediu o arquivamento imediato do inquérito instaurado por Gilmar Mendes
para apurar irregularidades no transporte de Sérgio Cabral da cadeia
pública de Benfica, no Rio de Janeiro, para o Instituto Médico Legal, no
Paraná.
Na sessão da Segunda Turma do STF desta terça-feira, 12, o ministro
defendeu o envio do inquérito à Procuradoria-Geral da República (PGR),
ao Ministério de Segurança Pública, ao Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) e ao Conselho da Justiça Federal (CJF) para a tomada das
“providências devidas”. A discussão do caso foi interrompida após o
pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Edson Fachin. “Essa forma de acorrentamento poderia ter justificativa em presos de
alta periculosidade, o que não era o caso. O uso do cinto remonta à
Santa Inquisição. O escárnio do estado policial com as leis deste País
me parece patente”, criticou Gilmar Mendes.
“Os excessos, como aqui constatados, de atentado à integridade física
do preso, expondo-o a constrangimentos, constituem abuso de autoridade.
É preciso tomar cuidado sob pena de daqui a pouco termos tortura por
membros do Ministério Público e da Polícia Federal”, prosseguiu Gilmar.
O ministro Dias Toffoli, que assume a presidência do STF em setembro, respondeu: A (tortura) psicológica já está presente”.
Vergonha
Para Gilmar Mendes, o uso de algemas nas mãos, cintura e pés de Cabral é um “caso que nos enche de vergonha”.
“Este é o caso clássico daquilo que se chama vilipêndio à dignidade da pessoa humana”, criticou Gilmar Mendes.
“Esta Corte precisa preservar suas competências, sua autoridade. A
toda hora nós temos procuradores atacando esta Corte, desqualificando
seus magistrados – nenhuma providência se toma. É preciso que nós
respondamos, evitando que em pouco tempo tenhamos tortura em praça
pública. Caminha-se para isso”, comentou o ministro.
Até a publicação deste texto, a PGR e a Polícia Federal não haviam se
manifestado sobre as críticas de Gilmar Mendes durante a sessão da
Segunda Turma.
IstoÉ
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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terça-feira, 12 de junho de 2018
‘Caminha-se para a tortura em praça pública’, diz Gilmar sobre algemas em Cabral
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