Em posse de Janot, Dilma diz que políticos devem aceitar resultado das urnas
Presidente diz que Justiça vale para todos e que indicação não foi partidária
A
presidente Dilma Roussef, aproveitou o discurso na posse do procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, nesta quinta-feira, para dar vários recados. Dilma afirmou que
seu governo está comprometido com o combate à corrupção. Disse ainda que sua
indicação para o segundo mandato de Janot à frente do Ministério Público
Federal não teve viés partidário, e que as investigações estão sendo feitas sobre todos os que praticaram crimes,
independentemente de serem poderosos ou não. A presidente afirmou também que os
políticos devem aceitar o que foi decidido nas urnas. —
Queremos um país em que os políticos pleiteiem o poder por meio do voto e
aceitem o veredito das urnas. Em que os governantes se comportem rigorosamente
segundo suas atribuições, sem ceder a excessos, em que os juízes julguem com
liberdade e imparcialidade, sem pressões de qualquer natureza e desligado de
paixões político-partidárias, jamais transigindo com a presunção da inocência
de quaisquer cidadãos — disse. [além
das dúvidas que a total falta de transparência na apuração das eleições que
elegeram Dilma em 2014, não pode ser olvidado que Dilma teve pouco mais 40% dos
votos; quase 60% do eleitorado brasileiro não votou na Dilma. Isso É FATO.]
Em um
discurso curto, de menos de dez minutos, a presidente disse que todos querem um
país onde "a lei é o limite".
E pregou que na política o poder só pode ser pleiteado durante as eleições, em
referência indireta aos movimentos pró-impeachment que ameaçam sua permanência
na Presidência. Dilma voltou a dizer que
desde o governo Lula as instituições que investigam e coíbem atos ilícitos têm
sido fortalecidas.
E pegou emprestada do padrinho político uma expressão
frequentemente usada por ele, que costuma começar as frases com "nunca antes na história deste
país". — Nunca utilizamos o poder
governamental direta ou indiretamente para bloquear ou obstaculizar
investigações que, nos termos da nossa legislação, devem ser realizadas com
firmeza e todas as garantias pelas autoridades competentes. Esse contexto de
luta intransigente pela defesa do patrimônio público e da moralidade
administrativa permitiu que passássemos a ter em nosso país a afirmação efetiva
do princípio da impessoalidade como uma regra que jamais deve ser transposta
nas investigações criminais — disse a presidente, completando:
— Nunca se combateu a corrupção
tão severamente. Assim tem sido e assim será. Pois o compromisso do meu governo
com o Brasil é não compactuar, sob qualquer circunstância, com ilícitos e malfeitos — discursou Dilma, afirmando que
pela primeira vez o país assiste ao retorno aos cofres públicos de dinheiro
desviado pela corrupção.
Dilma
também pregou a tolerância e a "civilidade"
nos debates políticos e disse que a Justiça tem que valer para todos,
igualmente. — Queremos que as duras sanções da lei recaiam sobre todos os que
praticaram atos ilícitos, sem exceção, mas nunca com desrespeito ao princípio
do contraditório e da ampla defesa — afirmou.
Ela
chegou a citar o ex-presidente Uruguaio José Mujica sobre a imperfeição da
democracia e a tentativa de tentar sempre aperfeiçoá-la e desejou sorte a
Janot. — Nesses tempos em que, por vezes, a luta política provoca calor quando
devia emitir luz, torna-se ainda mais relevante o papel da Procuradoria-Geral
da República, como defensora do primado da lei, da justiça e da estabilidade
das instituições democráticas, uma missão complexa, à qual, estou certa, está
mais do que à altura do Doutor Janot e sua competente equipe — disse.
PROCURADOR
REFORÇA PAPEL DA PGR
Depois de agradecer a presidente e ao Senado pela
indicação e aprovação do nome
dele para se manter à frente da Procuradoria Geral por mais dois anos, Janot
reafirmou o compromisso do Ministério Público com os princípios da impessoalidade, transparência e independência funcional do
Ministério Público. — A sociedade está suficientemente amadurecida para compreender que num
estado democrático de direito às instituições devem funcionar de forma
harmônica, observando suas competências constitucionais e que um Ministério
Público forte, estruturado e autônomo é fundamental para a defesa dos direitos
de todos os cidadãos — afirmou. [doutor
Janot, já que estamos falando sobre os princípios do Ministério Público, que
inclui a IMPESSOALIDADE, quando o senhor vai denunciar o Renan?]
O
procurador fez o discurso ao lado do ministro
da Casa Civil Aloizio Mercadante contra quem pediu
recentemente abertura de inquérito por irregularidades nas eleições de 2010.
Fonte: O Globo