VEJA reconstituiu o enredo do infame crime cometido contra uma garota de 16 anos no Rio de Janeiro. A vítima estava inconsciente desde o início da agressão sexual
[destacando que essa inconsciência foi fruto do comportamento da própria vítima - o que não reduz em nada a gravidade do crime de estupro.]
A menor empunha uma arma em foto divulgada por traficantes: atração por bailes funk, drogas e más companhias(VEJA.com/VEJA)
Em casos como esse, não deveria haver relativismo algum, compreensão com o que é intolerável. O sexo sem consentimento é crime - ainda que nem mesmo a moça, cevada em um ambiente de permissividade, tenha entendido de imediato que fora estuprada. Uma minuciosa reconstituição desta tragédia feita por VEJA comprova que a adolescente estava inconsciente desde o início da agressão. Quando o estupro coletivo aconteceu, a menina vinha de seis horas seguidas embaladas a bebida e drogas em um baile funk que a deixaram fora de si.
Ainda fez sexo com um parceiro, num alojamento de bandidos do morro, e não teve forças para ir embora. Ali foi encontrada, sozinha e inerte, e levada por um marginal para outro imóvel. No "abatedouro", como é chamado, seria violentada pelo bando, que estava na área por acaso: planejava atacar uma facção rival, mas a ação fora abortada. Quando enfim voltou para casa, a garota tomou banho e foi dormir. Não lhe passou pela cabeça denunciar seus agressores. Em conversas com psicólogos, ela explicou por que não fez nada. Primeiro, por não saber direito o que tinha acontecido. Depois, porque na favela isso é normal. "A lei deles é outra", disse.
Com reportagem de Cecília Ritto e Maria Clara Vieira
Compre a edição desta semana no iOS, Android ou nas bancas. E aproveite: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no iba clube.