Ao defender ex-ministro hostilizado, Quaquá deu 'um recado político'
Horas depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
fazer um discurso no Rio de Janeiro pedindo que os petistas não fujam do
embate com a oposição mesmo que para isso tenham que recorrer à briga, o
presidente do PT fluminense, Washington Quaquá, seguiu a mesma linha,
defendendo publicamente “a porrada”. Em seu perfil no Facebook, o
petista que também é prefeito de Maricá convocou a militância a “pagar
com a mesma moeda” dos “burguesinhos” qualquer ataque que sofrer.
“Agrediu, devolvemos dando porrada!”, propôs.
Nesta quarta-feira, Quaquá afirmou que a mensagem que publicou no Facebook foi a forma que encontrou para mostrar descontentamento com o grupo que havia hostilizado o ex-ministro. O petista lembrou que Mantega apenas acompanhava a esposa, a psicanalista Eliane Berger Mantega, que faz tratamento de um câncer na unidade. No entanto, de acordo com Quaquá, o comentário, que começou como desabafo, "terminou com um recado político".
- Acompanho o drama que Mantega enfrenta com o câncer de sua mulher. Há dois anos ele quis deixar o governo para tratar dela, mas permaneceu. Foi desumano o que fizeram com ele, que estava num hospital da pequena burguesia paulistana - disse Quaquá: - Quanto aos palavrões que escrevi (na internet), eles mostram minha revolta. Sou sociólogo e professor. Nasci na favela. Falo a linguagem do povo. Não estamos defendendo que o PT saia dando socos e porradas sem motivo, mas, se derem o primeiro soco, devemos responder com dois.
Na postagem, o petista acusa os adversários de falso moralismo e de "quererem achincalhar um partido (PT) e uma militância." O comentário do presidente regional do PT é acompanhado da foto de Mantega e do link de uma reportagem sobre o ocorrido no hospital. Centrais sindicais e movimentos sociais, como o MST, promoverão, por sua vez, no dia 13 de março, atos em diferentes cidades do país em defesa da Petrobras. O maior deles deve acontecer em São Paulo, na Avenida Paulista, às 15h. Há a expectativa de que o ex-presidente Lula participe da manifestação, já que na terça-feira, durante evento em defesa da Petrobras, o petista disse que compareceria se fosse convidado.
Os atos que sindicalistas e MST programam ocorrerão dois dias antes de uma série de manifestações agendadas pelas redes sociais em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, e o líder do MST, João Pedro Stédile, estarão no ato em São Paulo. - Temos de voltar às ruas no dia 13 de março para dizer que a Petrobras é nossa e ninguém tasca - disse Stédile no ato em defesa da estatal realizado terça-feira, no Rio.