Josias de Souza
É pequena, muito pequena, praticamente inexistente a chance de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão por conta das duas ações que o Tribunal Superior Eleitoral decidiu reabrir para a coleta de provas. Ambas se referem à invasão de um site de mulheres anti-bolsonaro na campanha de 2018. É preciso resumir a encrenca para entender o que se passa. A invasão desse site das mulheres contrárias a Bolsonaro foi investigada num inquérito policial instaurado na Bahia. O relator do processo no TSE, ministro Og Fernandes, requisitou cópia do inquérito.
[o melhor de todo esses fricotes da 'oposição' ao presidente Bolsonaro é que sua vitória se torna mais gostosa;
mas, o trágico para a oposição é que sendo sepultadas todas as ações buscando a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão, só resta a eles tentar o impeachment do presidente - outro feito irrealizável, a oposição não tem nem 1/4 dos 342 votos que precisa.
Ainda que tivesse tais votos, impedindo Bolsonaro, assumiria o vice-presidente, general Mourão, que leva os 'opositores' ao pânico.
Com Bolsonaro na presidência estão na frigideira, com o general Mourão assumindo passarão para a caldeira.]
Descobriu-se que não tinha sido feita nenhuma perícia. Os autores das ações, os ex-candidatos Marina Silva e Guilherme Boulos, pediram que fosse feita no TSE a perícia que a polícia baiana não fez. O objetivo é saber se a campanha de Bolsonaro está por trás do hackeamento. O relator indeferiu a realização dessa prova. E, depois, julgou improcedente o pedido de cassação da chapa por falta de provas. Numa votação apertada, 4 votos a 3, a maioria dos ministros do TSE entendeu que não era possível negar a realização da prova e depois julgar as ações improcedentes por falta de prova. Por isso, abriu-se prazo para que a perícia seja feita.
Daí à cassação da chapa vai uma distância imensa. Ainda que
se confirmasse que a chapa encabeçada por Bolsonaro financiou a invasão
cibernética, seria necessário demonstrar que a simples modificação do conteúdo
de um site seria suficiente para alterar o resultado de uma eleição
presidencial, o que parece improvável. Portanto, a chance de cassação da chapa
por conta dessas ações é praticamente inexistente. O que inquieta Bolsonaro é
que há meia dúzia de outras ações de cassação tramitando no TSE, o que mantém a
corda esticada.
Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista - UOL