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quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Bolsonaro quer dobrar a espinha da Justiça - IstoÉ


Depois de ter instrumentalizado os órgãos de investigação e controle, como a PF, Coaf, Receita e PGR, entre outros, agora Bolsonaro resolveu cooptar a Justiça, interferindo em outro Poder, o que é inconstitucional e ilegal. O capitão quer domar o Poder Judiciário
 
O primeiro passo nesse sentido será o de, no início do ano que vem, nomear 75 novos desembargadores para os Tribunais Regionais Federais (TRFs) espalhados pelo País, dos quais 18 novos magistrados vão compor o TRF-6, em Minas Gerais, recém criado pela Câmara. De 139 desembargadores, o Brasil passará a contar com 214 novos juízes nesses tribunais. E, como sempre, o rei das rachadinhas, Flávio Bolsonaro, é o articulador desse movimento, escolhendo nomes e os indicando para o pai, que, sem pudor algum, vai fazer as nomeações de acordo com os interesses dos filhos e dos amigos. Este é um governo familiar e de compadrios
 
Mas, Bolsonaro não se satisfará com a indicação apenas dos juízos nos tribunais federais. Ele já traçou uma estratégia para tentar ter maioria no Supremo Tribunal Federal, para poder fazer todas as suas patifarias e ameaças à democracia, sem ser censurado na Corte Suprema. Como atualmente já conta com um ministro no STF (Kássio Nunes Marques), ele aguarda com ansiedade que Davi Alcolumbre marque logo a sabatina de André Mendonça para ter um segundo integrante no Supremo. Para ter maioria no tribunal, ele precisa ter seis ministros. Nesse caso, conta com a reeleição no ano que vem para poder indicar outros dois ministros em 2023, para a substituição dos magistrados que se aposentarão, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Nesse caso, o capitão passaria a ter quatro nomes no tribunal.

[a matéria ora transcrita, torna obrigatório apresentar em nossa opinião, o desastre cometido na elaboração do texto. 
Vamos iniciar pela omissão, nos parece proposital, de que a criação do TRF- 6 está em processo de execução bem antes de Bolsonaro pensar em sua candidatura a presidente.  
Há mais de dez anos que a criação do TRF-6 é cogitada para desafogar o TRF-1. Assim, não há como se cogitar ser uma armação do presidente para eventual favorecimento dos seus filhos.
As nomeações de juízes são de competência do Presidente da República - atribuição conferida bem antes de Bolsonaro ser eleito presidente da República.
Acusa o presidente da prática de atos que sequer são tipificados como crimes.
Classifica  o   SETE DE SETEMBRO, data magna do Brasil, como famigerado - não cita as razões, mas tudo indica ter como causa que naquela ocasião o POVO BRASILEIRO mostrou,  de forma pacífica, que está do lado do Presidente da República Federativa do Brasil, JAIR MESSIAS BOLSONARO.
Acusa o presidente Bolsonaro de intenções golpistas e que foi contido pelo juiz do STF Alexandre de Moraes - ao fazer tal narrativa esquece que GOLPE não é um assunto que costume ser discutido nas esquinas ou em redes sociais, portanto, só se torna público se, e quando, ocorre. 
Tivesse em 'gestação' um golpe, se tornaria público pelos seus efeitos e como acontece em todo movimento golpista, toda a ordem legal vigente é quebrada o que impede que os poderes da República, válidos em  situação de normalidade constitucional, possam intervir.
Por favor,  deixem o Presidente    da República governar e vamos fazer o que é nosso DEVER e DIREITO:  respeitar as LEIS.]
 

Para obter a maioria dos seis votos na Corte, no entanto, o mandatário precisa cooptar mais dois ministros. E aí precisaria atrair para o seu campo os ministros que normalmente dão acolhida às suas teses, como Gilmar Mendes. O sexto nome é que não é tão fácil identificar hoje. Afinal, ministros como Alexandre de Moraes, Luiz Roberto Barroso, Luiz Fux, Edson Fachin e Cármen Lúcia têm votado sistematicamente em oposição às teses antidemocráticas do mandatário. Além desses, o ministro Dias Toffoli também tem sido um voto que contraria os interesses de Bolsonaro no Supremo. Nesse caso, nem mesmo tendo quatro ministros no tribunal o mandatário teria maioria por lá.

Certamente, porém, teria uma posição mais confortável na Corte, o que lhe permitiria fazer tentativas mais ousadas no sentido de confrontar a democracia. Movimento, que, aliás, ele tentou sem sucesso, em meados deste ano, sobretudo no famigerado Sete de Setembro. Nesse período, ele procurou dar o golpe e nem fez questão de esconder seus propósitos fascistas, mas não conseguiu levar o projeto em frente. Nesse caso, porque o ministro Alexandre de Moraes não permitiu que ele avançasse nessa ideia insana, adotando medidas duras contra os que tentaram desestabilizar a democracia. A luta dos democratas em 2022, portanto, será pela viabilização de uma frente anti-Bolsonaro para impedir que ele possa se reeleger e concretizar sua obsessão de implantar um governo autoritário, com ele, filhos e apaniguados no Poder.

Opinião - Germano Oliveira - Revista IstoÉ
 
 

domingo, 5 de julho de 2020

Veja por que TSE reabriu ações contra Bolsonaro


Josias de Souza


É pequena, muito pequena, praticamente inexistente a chance de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão por conta das duas ações que o Tribunal Superior Eleitoral decidiu reabrir para a coleta de provas. Ambas se referem à invasão de um site de mulheres anti-bolsonaro na campanha de 2018. É preciso resumir a encrenca para entender o que se passa. A invasão desse site das mulheres contrárias a Bolsonaro foi investigada num inquérito policial instaurado na Bahia. O relator do processo no TSE, ministro Og Fernandes, requisitou cópia do inquérito. 

[o melhor de todo esses fricotes da 'oposição' ao presidente Bolsonaro é que sua vitória se torna mais gostosa;
mas, o trágico para a oposição é que sendo sepultadas todas as ações buscando a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão, só resta a eles tentar o impeachment do presidente - outro feito irrealizável, a oposição não  tem nem 1/4 dos 342 votos que precisa.
Ainda que tivesse tais votos, impedindo Bolsonaro, assumiria o vice-presidente, general Mourão, que leva os 'opositores' ao pânico.

Com Bolsonaro na presidência estão na frigideira, com o general Mourão assumindo passarão para a caldeira.]

Descobriu-se que não tinha sido feita nenhuma perícia. Os autores das ações, os ex-candidatos Marina Silva e Guilherme Boulos, pediram que fosse feita no TSE a perícia que a polícia baiana não fez. O objetivo é saber se a campanha de Bolsonaro está por trás do hackeamento. O relator indeferiu a realização dessa prova. E, depois, julgou improcedente o pedido de cassação da chapa por falta de provas. Numa votação apertada, 4 votos a 3, a maioria dos ministros do TSE entendeu que não era possível negar a realização da prova e depois julgar as ações improcedentes por falta de prova. Por isso, abriu-se prazo para que a perícia seja feita.

Daí à cassação da chapa vai uma distância imensa. Ainda que se confirmasse que a chapa encabeçada por Bolsonaro financiou a invasão cibernética, seria necessário demonstrar que a simples modificação do conteúdo de um site seria suficiente para alterar o resultado de uma eleição presidencial, o que parece improvável. Portanto, a chance de cassação da chapa por conta dessas ações é praticamente inexistente. O que inquieta Bolsonaro é que há meia dúzia de outras ações de cassação tramitando no TSE, o que mantém a corda esticada.


Blog do JosiasJosias de Souza, jornalista - UOL


terça-feira, 9 de junho de 2020

Moro exibe discurso de candidato anti-Bolsonaro - Blog do Josias

Livre das amarras que o cargo de ministro da Justiça lhe impunha, Sergio Moro se equipa para a disputa presidencial de 2022. Faz isso com método. Em nova entrevista, dessa vez à Folha, Moro exibe a retórica de um provável candidato anti-Bolsonaro. A estratégia do presidenciável não declarado está escancarada em três pontos da entrevista. Num, Moro se apropria da agenda anticorrupção, que Bolsonaro tomara emprestado e jogou no lixo. Noutro, equipara o ex-chefe ao PT. Num terceiro ponto, esgrime um discurso moderado, distante da polarização.
"Alianças com algumas figuras políticas questionáveis não contribuem para a imagem do governo", declarou Moro, numa alusão à aliança de Bolsonaro com o centrão. Ele acrescentou: "Entregar cargos, com orçamentos expressivos, para serem preenchidos por indicações políticas provenientes de pessoas condenadas ou acusadas de corrupção contraria tudo o que a Lava Jato representou."  [Moro ficará chateado quando descobrir que lhe faltam votos e credibilidade - esta ele jogou no lixo quando saiu fazendo acusação não provadas o presidente em um popular 'cuspir no prato que comeu'.]
Em 2018, Bolsonaro enrolou-se na bandeira da Lava Jato. O que o ex-juiz da 13ª Vara de Curitiba declarou, com outras palavras, foi mais ou menos o seguinte: "Ninguém melhor para fazer o papel de porta-bandeira da Lava Jato do que eu." 

A certa altura, Moro critica o petismo por não fazer uma autocrítica. Ele equipara a aversão do PT ao reconhecimento dos próprios erros ao negacionismo de Bolsonaro em relação ao coronavírus. Eis o que afirmou Moro: "A estratégia que eles adotam, negando os crimes que foram praticados durante a presidência do PT, durante o período que o partido tinha o controle sobre a Petrobras, junto a seus aliados, é mais ou menos o equivalente à postura do presidente da República, que nega a existência de uma pandemia no momento atual. É um erro isso." Nesse ponto, o autor da sentença que levou Lula a passar uma temporada na cadeia se credencia como beneficiário do antipetismo —uma força eleitoral que impulsionou a vitória de Bolsonaro em 2018.

Noutro trecho, Moro revela-se disposto a rubricar manifestos em defesa de valores democráticos supostamente ameaçados por Bolsonaro. "Essa é uma questão em aberto. Minhas posições sempre foram muito favoráveis à democracia e ao Estado de Direito, e assim tenho me manifestado publicamente." A eventual companhia de políticos de esquerda, mesmo aqueles que criticam seu trabalho como juiz, não parece incomodar Moro: "Na democracia temos muito mais pontos em comum do que divergências. As questões pessoais devem ser deixadas de lado." Com essas palavras, Moro posiciona-se na conjuntura como uma espécie de placa de trânsito, como se desejasse sinalizar aos brasileiros cansados de polarizações e extremos que basta segui-lo para chegar ao centro.

Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista 


 Moro exibe discurso de candidato anti-Bolsonaro ... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2020/06/07/moro-ja-exibe-discurso-de-candidato-anti-bolsonaro.htm?cmpid=copiaecola