Rodoviários e cobradores continuam com frota reduzida nesta quarta-feira
Categoria ameaça greve a partir da próxima segunda-feira, caso não tenha as exigências atendidas
Longa espera, filas e ônibus lotados. A situação de quem depende do
transporte público no Distrito Federal deve perdurar até, pelo menos,
sexta-feira, quando rodoviários e empresas vão se reunir em uma nova
audiência na Justiça Trabalhista. Nessa terça-feira (4/7), não foi
fechado acordo. Com isso, motoristas e cobradores continuam com o
movimento de redução de frota de 30% nos horários considerados de picos.
Se as negociações não avançarem, o cenário pode piorar. A categoria
ameaça greve a partir da próxima segunda-feira.
Desde a última segunda-feira, motoristas e cobradores decidiram
deixar nas garagens das empresas, os ônibus que fazem reforço no
horários de pico , das 4h às 7h e das 16h às 19h. Tudo isso veio após a
inconsistência na negociação salarial. A categoria pede reajuste de 10%
nos salários, 20% no vale-alimentação e passe livre no uso do metrô. Os
patrões oferecem reajuste de 3,9% nos salários e demais benefícios — com
base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Moradora
da Estrutural, Celene Silva Soares, 55 anos, notou desde segunda-feira
uma maior espera pelo ônibus. Diariamente, ela pega o coletivo na porta
de casa, por volta das 5h50. Ontem, ela esperou ao menos 30 minutos pela
linha 312 que faz o trajeto até a Rodoviária do Plano Piloto. "O ônibus
já veio cheio e o percurso foi ainda mais cansativo", relatou a
empregada doméstica. E esse não foi o único veículo lotado que ela
pegou. Para seguir até a W3 Norte, em um segundo coletivo, ela também
notou uma maior quantidade de passageiros. "Estava todo mundo
reclamando".
A doméstica Maria do Rosário
Coutinho, 54, também percebeu uma maior tempo de espera para pegar os
coletivos. Um detalhe é que no P Sul, onde mora, a linha 333.9 que faz o
trajeto até a L2 Norte, acabou suspensa temporariamente pelo Transporte
Urbano do Distrito Federal (DFTrans) em virtude das férias escolares.
Quem o pegava, passou a andar nas demais linhas, que estão sendo
afetadas pelo movimento dos rodoviários. “A população fica prejudicada,
mas é um direito dos rodoviários protestar por melhorias salariais. Na
minha opinião, as empresas deveriam ao menos abrir espaço para
negociação”, opina. [os rodoviários do DF estão entre as categorias que mais recebem reajustes no Brasil - para conseguir um reajuste basta fazer paralisações relâmpago e conseguem do governo tudo que querem.
Nos outros estados, os rodoviários não dominam o governo como dominam em Brasília. Vão para a Justiça, a Justiça determina que um determinado percentual de ônibus tem que rodar sob pena do 'sindicato dos baderneiros' ser multado, a determinação judicial não é cumprida, os rodoviários conseguem o reajuste, voltam ao trabalho e a multa é 'esquecida'.]
Empresários
e sindicalistas do setor se reuniram nessa terça em uma audiência no
Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10). A pauta do
encontro era a discussão de cortes na folha de ponto referente a adesão
de motoristas e cobradores a Greve Geral da última sexta-feira, mas a
negociação salarial também acabou alvo de discussões. Sobre o primeiro
assunto, foi acertado que, os trabalhadores vão pagar o dia parado com
horas extras, com direito a receber o adicional de 50% sobre essas horas
– os rodoviários receberão o valor referente ao adicional, mas não às
horas laboradas para compensar a paralisação. Pelo acordo, quem já
possui banco de horas extras, terá as horas descontadas sobre o mesmo.
Com
relação às negociações salariais não houve acordo entre rodoviários e
patrões. Uma nova audiência ficou marcada para a próxima sexta-feira,
mas mesmo assim, a categoria segue com greve marcada para a
segunda-feira. “Estamos esperando uma nova proposta. A nossa intenção
não é parar o serviço, mas sim entrar em um acordo”, destacou o
presidente do Sindicato dos Rodoviários, Jorge Farias. Por meio da
assessoria de imprensa, a Associação das Empresas de Transporte
Coletivo, apenas reforçou que está aberta para negociações. Os
rodoviários fazem uma nova assembleia às 9h de domingo no estacionamento
do Conic. [Rollemberg tem que jogar duro com os rodoviários:
- determinar o desconto dos dias parados e das horas paradas devido paralisações relâmpago;
- suspender o pagamento do salário do mês enquanto a paralisação permanecer.
Brasília, para enquadrar de vez os rodoviários, pode ficar dez dias sem transporte coletivo, resta saber se os rodoviários aguentam o salário atrasar mais de dez dias - não aguentam e vão cair de 'quatro'.
E a JUSTIÇA precisa aplicar multa quando os rodoviários não cumprirem suas determinações e COBRAR - EXECUTANDO JUDICIALMENTE, COM PENHORA DE BENS - as multas aplicadas.
Só assim os rodoviários aprenderão a CUMPRIR DECISÃO JUDICIAL.]