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domingo, 30 de outubro de 2022

Fraude das rádios: servidora que recebeu informação é casada com ex-chefe de gabinete de Moraes

Revista Oeste

Servidor exonerado avisou sobre as irregularidades à chefe de gabinete da secretária-geral do TSE, Ludmila Boldo Maluf
Ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE. Foto: TSE
Ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE. Foto: TSE

A servidora que teria recebido um e-mail com informações a respeito de fraudes das rádios, ocorrida em inserções de propagandas eleitorais em rádios da Região Norte e Nordeste, é casada com o ex-chefe de gabinete do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Em depoimento prestado à Polícia Federal, Alexandre Machado, agora ex-assessor da Secretaria Judiciária do TSE, informou que avisou sobre as irregularidades à chefe de gabinete da secretária-geral do TSE, Ludmila Boldo Maluf.

Ludmila é servidora concursada do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e foi cedida para o TSE em agosto deste ano. Ela é casada com Paulo José Leonesi Maluf, que tem uma longa relação com o presidente do TSE. Maluf foi assessor especial de Moraes, no Ministério da Justiça, em 2017. Quando Moraes assumiu como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Maluf atuou como assessor, entre 2017 e 2019, e depois chefe de gabinete de Moraes, de 2019 a 2020.

No depoimento prestado à polícia, Alexandre Machado alega que foi exonerado pelo TSE na manhã desta terça-feira, 25, depois de enviar um e-mail emitido pela rádio JM On Line. No e-mail, a emissora teria admitido que, dos dias 7 a 10 de outubro, havia deixado de repassar em sua programação cem inserções do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. “Especificamente na data de hoje, o declarante, na condição de coordenador do pool de emissoras do TSE, recebeu um e-mail emitido pela emissora de rádio JM On Line no qual a rádio admitiu que, dos dias 7 a 10 de outubro, havia deixado de repassar em sua programação cem inserções da Coligação Pelo Bem do Brasil, referente ao candidato Jair Bolsonaro; que o declarante comunicou o fato para Ludmila Boldo Maluf, chefe de gabinete do secretário-geral da presidência do TSE, por meio de e-mail; que cerca de 30 minutos após esta comunicação foi informado, pelo seu chefe imediato, de que estava sendo exonerado”, informa Machado, no depoimento.

Fraude das rádios: TSE diz que assessor não era coordenador
A exoneração do assessor ocorreu um dia depois de a campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) ter apresentado detalhes da fraude da rádios, em que faz acusação de que foi prejudicada nas inserções da propaganda de rádio. Cerca de 150 mil inserções, segundo a petição apresentada ao TSE na noite de terça-feira 25, não teriam sido veiculadas, especialmente em rádios da Região Nordeste. O número consta de uma auditoria feita pela Audiency Brasil Tecnologia Ltda., empresa contratada pela campanha.

**** " O servidor afastado tinha como sua superior Ludmila dos Santos Boldo Maluf, do Quadro de Pessoal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, cedida para este Tribunal para exercer o cargo em comissão de Assessor-Chefe, Nível CJ-3, do Gabinete da Secretaria-Geral da Presidência. 

Essa Ludmila não é a pessoa direta de Alexandre de Moraes no TSE, casada com Paulo José Maluf, um Procurador da Fazenda que foi assessor de Alexandre no Ministério da Justiça e no STF? 
Seria o mesmo que teve também Alexandre em sua banca de doutorado?**** [o trecho entre asteriscos é transcrição parcial do matéria do colunista Rodrigo Constantino, Gazeta do Povo, intitulada: TSE deve muitas explicações - Gazeta do Povo ]

Nesta quarta-feira, 26, Oeste apurou com fontes do TSE que o ministro Alexandre de Moraes determinou que uma equipe começasse imediatamente os trabalhos para localizar os e-mail que teriam sido enviados para Ludmila. O ministro também determinou que sejam encontradas as denúncias que, segundo o servidor exonerado, foram feitas desde 2018 apontando falhas na fiscalização e na divulgação das inserções das propagandas eleitorais. O TSE informou a Oeste que o servidor exonerado não possui o cargo de coordenador do pool de emissoras responsáveis pela veiculação das inserções, mas era “um dos assessores” que atuavam no local.

 Redação - Revista Oeste