Funcef
começou a cobrar dos seus participantes uma taxa adicional para cobrir o
déficit de R$ 2,3 bilhões registrado em 2014
A Funcef, fundo de pensão
dos funcionários da Caixa,
começou a cobrar dos seus participantes uma taxa
adicional para cobrir o déficit de 2,3 bilhões de reais registrado em 2014.
Em maio, 57 mil participantes do fundo
começaram a pagar uma tarifa adicional de 2,73% sobre suas contribuições - para os já aposentados, isso significa receber 2,73% a
menos nos benefícios. Essa
cobrança adicional deve durar 17 anos, e o temor dos participantes é que
novas tarifas extras cheguem, já que as
previsões são de que a Funcef tenha registrado um novo déficit de 5 bilhões de
reais em 2015.
O rombo nos fundos de pensão de empresas estatais, incluindo a Funcef, foi investigado por uma CPI criada no Congresso, e que terminou com o indiciamento de 145 pessoas, suspeitas de envolvimento em esquemas de corrupção. Entre os investimentos considerados suspeitos, e do qual a Funcef participou, estava a Sete Brasil, empresa criada para administrar sondas de perfuração da Petrobras, e que depois foi envolvida na Operação Lava Jato. A Funcef reconheceu uma perda de 1,3 bilhão de reais apenas com esse investimento.
Aportes - No mês passado, no total, os participantes do fundo REG/Replan colocaram 7,3 milhões de reais a mais no plano. Já a Caixa elevou seu aporte em 6,2 milhões de reais. Apesar disso, a Caixa deixou de aportar mais de 1 milhão de reais referentes aos beneficiários do plano. O aporte foi suspenso pelo Ministério do Planejamento com base em parecer do Tribunal de Contas da União (TCU), que está sendo contestado pelos aposentados.
Aos participantes, o fundo de pensão já alertou que o valor da contribuição será revisto anualmente. "Havendo fatos relevantes de alteração na composição da massa de participantes e assistidos, caberá avaliação em período inferior", diz o comunicado encaminhado aos participantes no último mês. O fundo informa ainda que a contribuição é uma resposta a "adversidades".
Fonte: Estadão