Alunos, pais ou responsáveis e servidores de cinco colégios da rede pública vão às urnas neste sábado (17/8) para votar a favor ou contra a adoção do regime compartilhado com a Secretaria de Segurança, implementado em outras quatro unidades desde o início do ano
[um absurdo que uma ação que além de aumentar a segurança nas escolas, ajuda a formar nos alunos uma mentalidade ORDEIRA e DISCIPLINADA, seja objeto de votação;
muitos dos alunos que votam, e votarão contra, são usuário de drogas ou mesmo 'aviões' do tráfico;
professor, servidor e pais de alunos que são contra merecem uma atenção especial - são possuidores de algum tipo de problema.]
Cinco escolas públicas do Distrito Federal decidem neste sábado
(17/8) se aderem ou não ao modelo de gestão compartilhada com a
Secretaria de Segurança Pública, adotada por outras quatro desde o
começo do ano. Alunos com mais de 13 anos, responsáveis e servidores
decidem o futuro dos colégios por meio de votação. O pleito ocorre, das
8h às 21h, no Centro de Ensino Fundamental 19 de Taguatinga; no Centro
de Ensino 1 do Itapoã; no Centro de Ensino Fundamental 407 de Samambaia;
no Centro de Ensino Gisno (Asa Norte); e no Centro de Ensino
Fundamental 1 do Núcleo Bandeirante. As unidades têm mais de 7 mil
alunos.
A Secretaria de Educação decidiu propor
o projeto de militarização a essas cinco escolas após análises do
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) e das ocorrências criminais nas regiões
onde elas estão situadas. As instituições escolhidas apresentaram dados
que preocuparam o GDF, pelo rendimento institucional abaixo do esperado e
pelo alto índice de criminalidade na cidade situada. Com 1,4 mil alunos entre 11 e 19 anos, o Centro de Ensino 1 do
Itapoã, por exemplo, tem graves problemas com violência. “Nosso tempo é
ocupado indo às delegacias levar alunos com facas e drogas, indo separar
brigas em corredores, repreendendo tráfico de substâncias nos
banheiros. É difícil conviver com isso, porque nossa formação é
pedagógica, não somos forças policiais e não estamos aptos a tratar
dessas questões”, contou a diretora, Liesi Beatriz Maciel, que defende a
militarização.
Expansão
Por outro lado, o professor de
língua portuguesa na unidade Luiz Mathias diz que as soluções
apresentadas pelo governo são imediatistas e não valorizam os
profissionais da sala de aula. “Somos constantemente massacrados e não
temos as condições mínimas de trabalho; então, é claro que assim surgem
problemas. Mas o ideal seria dar aos professores as ferramentas para
melhorar os índices, não trazer militares para que eles resolvam do
jeito deles”, ressalta. Fundado em 2015, o centro de ensino não tem
psicólogo nem monitor. [esse professor tem um comportamento no mínimo esquisito, diferente;
diz ser massacrado, mas, com certeza será menos danoso aos profissionais de ensino serem 'massacrados' e terem a integridade física garantida, do que serem massacrados e ainda estarem sujeitos a sofrer agressões;
os professores merecem ter as condições de trabalho melhoras - uma das publicidades mais verdadeiras é: 'Professor, a profissão que ensina todas as outras profissões' - mas, a solução do 'massacre' deve ser buscada em outros departamentos e a segurança - com a implantação da ORDEM - é oferecida pela militarização.]
O
secretário de Segurança Pública, Anderson Gustavo Torres, garantiu que o
modelo faz com que cada pasta envolvida apresente soluções sem que uma
interfira na outra. “Estamos chegando para ajudar, não vamos misturar as
coisas. Não há a menor chance de os militares prejudicarem o trabalho
dos professores.” O GDF prevê 40 colégios com esse modelo até o fim do
governo atual. No último sábado, o Centro de Ensino Fundamental do
Condomínio Estância III, em Planaltina, aprovou a gestão, com 59,69% de
votos a favor.
A Secretaria de Segurança
Pública divulgou nesta sexta-feira (16/8) o resultado de uma pesquisa
sobre o modelo de gestão compartilhada, após ouvir 1252 pessoas, entre
estudantes, professores, servidores e militares que trabalham ou estudam
nas escolas militarizadas. Segundo o levantamento, 60,8% dos
professores concordam que o novo método fez da escola um lugar melhor
para trabalhar. Já 54,4% dos alunos responderam que preferem a escola
como era anteriormente.
O Sindicato dos
Professores (Sinpro) questiona os dados. Por meio de nota oficial,
destaca que o levantamento “revela que a intervenção militar não agrada
estudantes” e que, para 49,68% deles, as escolas compartilhadas não
tiveram melhorias significativas que justificassem o modelo.