Lembrete: após apresentar sua sugestão Bolsonaro foi aplaudido pelo público
Jair
Bolsonaro deu a
sua receita para resolver a guerra da Rocinha, num grande evento promovido na
semana passada pelo BTG Pactual. Uma solução simples — e idiota.
A uma
plateia de mil executivos do mercado financeiro, Bolsonaro disse que mandaria
um helicóptero derramar milhares de folhetos sobre a favela, avisando que daria
um prazo de seis horas para os bandidos se entregarem.
Findo
este tempo, se a bandidagem continuasse escondida, metralharia a Rocinha.
Sinal dos
tempos, foi aplaudido pelo público.
(Atualização,
às 18h34. A assessoria de Jair Bolsonaro enviou a seguinte nota:
"O
deputado esclarece que, ao mencionar a Rocinha no evento, se referiu
exclusivamente à guerra travada entre traficantes, em setembro do ano passado,
quando 200 marginais fugiram pela mata no alto da comunidade e se espalharam e
se refugiaram em outras favelas na zona norte do Rio, levando pânico e terror à
população carioca. A fuga foi acompanhada por helicópteros da polícia e de
emissoras de TV, sem que os policiais os tivessem detido, pois o Estado não os
permite agir, pela falta de retaguarda jurídica.
Ao falar daquele episódio
específico da Rocinha, uma vez que os marginais estavam claramente afastados da
comunidade e, portanto, passíveis de sofrer efetiva ação policial para prisão,
sem o risco de ferir os cidadãos de bem que moravam no local, o deputado tomou
tal exemplo para se manifestar, no sentido de ser favorável a ações efetivas
por parte do Estado, inclusive atirando em casos de confronto ou não rendição.
O deputado lembra que, em episódio bastante similar, o Brasil também assistiu,
estarrecido, à fuga em massa de traficantes armados da Vila Cruzeiro e Complexo
do Alemão em novembro de 2010. O deputado afirma que tais episódios não
voltarão a ocorrer caso seja eleito este ano.")
Lauro Jardim - O Globo