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quinta-feira, 16 de junho de 2016

A negação da humanidade feminina



Quando o deputado Jair Bolsonaro fala “Eu só não a estupro porque você não merece”, e não é cassado, fica fácil entender onde a cultura do estupro encontra terreno fértil

A notícia sobre a adolescente de 16 anos que foi estuprada por 33 homens parecia ser internacional. Mais uma vítima de um estupro coletivo na Índia. Mas aconteceu no Brasil. Na Índia, a revolta e a repercussão mundial forçaram o governo a mudar as leis e a enfrentar a cultura do machismo.

Aqui no Brasil existem a Lei Maria da Penha, as delegacias da mulher e programas de proteção às vítimas. Mas a cultura do machismo não muda através de leis. Muda quando os homens tiverem a consciência inequívoca da importância da mulher, não apenas como mães, irmãs, tias, filhas, amigas e esposas, (o que já é muito!), mas como a outra metade que faz de nós a Humanidade.

A negação dessa Humanidade é o que explica que 33 homens se revezem no estupro de uma menina de 16 anos. A cultura do machismo floresce nas entrelinhas do cotidiano: seja em um comercial na TV, numa piada entre amigos, no trânsito ou num programa de auditório. Em países como Nova Zelândia ou Suécia, a equidade, principalmente de gênero, é uma política de Estado.

São também governos laicos, que não pautam suas políticas pela religião. Governam para cidadãos, não para fiéis. O Brasil é um Estado laico com um Congresso Nacional controlado por bancadas ; e hoje a evangélica é a mais influente. Diversidade, na Casa do Povo, hoje é pecado. Quando o deputado Jair Bolsonaro fala para Maria do Rosário “Eu só não a estupro porque você não merece”, e não é cassado, fica fácil entender onde a cultura do estupro encontra terreno fértil. [é notória para os nossos dois leitores – ‘ninguém’ e ‘todo mundo’ - a posição do Blog Prontidão Total contra o estupro.
Defendemos penas severas para os estupradores. Mas, consideramos uma atitude tipicamente da esquerda tentar atribuir a uma frase do deputado Jair Bolsonaro (que esperamos em breve tenha 80% das intenções de voto para presidente da República) a existência de uma suposta cultura do estupro;   
Também é fora de propósito, mentira mesmo, atribuir tal cultura a uma predominância  de evangélicos no Congresso Nacional. Graças a tal presença é que os gays ainda não impuseram a maldita ‘iedologia de gênero’, os ‘banheiros públicos unissex’ e outras aberrações.
Graças à presença dos evangélicos que o aborto ainda continua crime no Brasil. Nesta hora, felizmente, os católicos se alinham aos evangélicos e ajudam a combater essas pragas.]

Quando o mesmo deputado dedica seu voto no impeachment ao torturador da Dilma, o sádico Ustra, é preciso lembrar que o estupro era uma das formas de tortura do regime militar. [curiosamente criticam Bolsonaro por ter dedicado seu voto ao coronel USTRA, um HERÓI NACIONAL, mas,  aplaudem os que ao votarem elogiaram porcos comunistas,  com destaque para o famigerado Carlos Marighella e o desertor e traidor Lamarca.] 

Apesar dos absurdos que fala, conta com 8% das intenções de voto para a Presidência da República. Ele não está sozinho nas suas convicções. E tem a pérola do deputado Paulo Maluf: “Se está com desejo sexual, estupra, mas não mata...”  Não bastasse o estupro ser uma cultura, é também uma política. Que o crime cometido contra esta adolescente seja um marco criminal no país, e que cada vez que os homens se olhem no espelho, vejam também uma mulher.

Fonte: Daniel Souza - Blog do Noblat