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Mostrando postagens com marcador infidelidade a governo Temer. Mostrar todas as postagens
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quarta-feira, 12 de julho de 2017

Por que a imprensa se nega a noticiar que o “sim” à reforma trabalhista foi vitória de Temer?

Explico: porque parte dela está empenhada em derrubar o presidente, e um fato como esse contraria a sua convicção. Afinal, para certo jornalismo, “contra teses, não há argumentos"

Se o texto-base da reforma trabalhista tivesse sido rejeitado pelos senadores, vocês sabem qual seria o título, com pequenas variações, dos portais, sites, blogs noticiosos, programas jornalísticos de TV e rádio e dos jornais impressos desta quarta: “Governo Temer é derrotado, e Senado barra reforma trabalhista”. Alguém tem dúvida? Afinal, não foi isso o que se viu quando, por 10 votos a 9, a Comissão de Assuntos Sociais rejeitou a proposta? Nesta terça, no entanto, procurei as letras garrafais e não encontrei: “Governo Temer vence, e Senado aprova reforma trabalhista”. E olhem que, desta feita, estamos falando de triunfo na votação final, não numa comissão. Assim, 10 (52,63%) de 19 votos bastam para que se decrete a derrocada do governo. Mas 50 (65%) em 77 não são suficientes para que se enxergue uma vitória. A propósito: o texto teria sido aprovado se fosse uma emenda constitucional, que precisa de 60% do total de senadores.

Vamos lá. A aprovação da reforma trabalhista pelo Senado 50 a 26 e 1 abstenção — dá o que pensar, não? Inclusive sobre a imprensa. A se dar crédito a certa militância disfarçada de jornalismo, o vitorioso desta tarde foi um peru, que, como se sabe, havia morrido na véspera. Ou não foi o funeral político de Michel Temer a que se assistiu no noticiário online de ontem, estampado nos jornais desta terça? Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, já estaria nomeando e demitindo ministros. No auge das feitiçarias, lançou-se até a tese: “Sogro postiço não é parente”, a senha que serviria, dizia-se, para que o empossado pelo Grupo Globo mantivesse Moreira Franco no governo. O atual secretário-geral da Presidência é casado com a mãe da mulher de Maia.

E, no entanto, Temer está vivo. E o demonstra de vários modos. Sim, o governo decidiu reagir e conclamou, por exemplo, os líderes a substituírem membros da CCJ que lá estavam atuando como cavalos de Troia dos adversários. O que eu acho? Fez muito bem! Defendi rigorosamente que assim se procedesse em post do dia 7 de julho. Escrevi então:
“Líderes da base aliada — realmente aliada — têm de se organizar e de promover a eventual substituição de membros da CCJ que estejam dispostos a flertar com as feitiçarias de Janot. É legítimo, regimental e legal. O que é ilegítimo, ilegal e inconstitucional é usar em juízo uma prova ilícita, por exemplo. O que é indecoroso e golpista é impor a um preso que delate o presidente em troca da liberdade. Ou ameaçar com a cadeia quem está livre se não atender a igual propósito.”

A imprensa esquerdizada chama isso de “manobra”, emprestando à palavra um viés negativo. Pois é… Então os governistas não deveriam usar os recursos legais de que dispõem para enfrentar os adversários, especialmente quando sabem que estes recorrem apelam até a métodos ilegais, a exemplo da patuscada estrelada por senadoras na tarde desta terça, que violaram as regras do jogo e do decoro ao ocupar a Mesa do Casa? Bem, essa mesma imprensa também tacha de “fisiologismo” o fato de um governo nomear seus auxiliares entre quadros da base aliada. Talvez devesse governar com os inimigos… “Por que não só com técnicos?”, pergunta quem tem nojinho da política. Respondo com outra pergunta, irônica: “Que tal fazer um vestibular para o governo nomear ministros e auxiliares?” Tenham paciência!

Volto à reforma trabalhista. Como se sabe, o texto, que já passou pela Câmara, foi submetido a votação no Senado por maioria simples, já que decorre de um projeto de lei que começou a tramitar na outra Casa. Isso significa que, para que se pudesse proceder à votação, bastaria quórum de metade mais um dos senadores: 42. O texto precisava ter a maioria relativa no grupo: digamos que o “não” tivesse, nesse caso, obtido 14 votos, e as abstenções, 13: estaria aprovado por 15 votos.
Mas o governo obteve BEM mais do que isso, não é mesmo? Não havia apenas 42 senadores em plenário, mas 77. Houve apenas uma abstenção, e o texto base foi aprovado por 50 votos.

Tese falsa
Uma das teses falsas que ameaçam tomar corpo na imprensa, especialmente nos setores golpistas, é aquela que assegura que a permanência de Temer no poder teria agora o condão de ameaçar as reformas. O resultado demonstra justamente o contrário. Ou alguém enxerga um Rodrigo Maia capaz de conquistar um resultado como esse? Ouso dizer que o risco maior que o país correria seria justamente a paralisia. Afinal, Maia ascendeu à presidência com apoio de parte das esquerdas. Ele até pode almoçar com um vice-presidente da organização que quer depor o presidente, mas justiça se lhe faça: cumpriu todos os acordos que fez com os esquerdistas, né?


Ainda que rachado sobre continuar ou não no governo, o PSDB deu 10 de seus 11 votos ás mudanças; infiéis mesmo foram seis senadores apenas: 4 votaram “não” e 2 se ausentaram

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Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo