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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Governo perdeu até os votos que tinha no TCU = agora é 9 a ZERO

A Alemanha de Dilma – Conforme o óbvio, governo perdeu até os votos que tinha no TCU. Placar pode ser até de 9 a zero

A arrogância foi tamanha e tal a estupidez dos argumentos que o governo conseguiu perder os votos que tinha no Tribunal de Contas da União. As manobras para adiar a votação do relator, Augusto Nardes, tiveram o efeito contrário ao pretendido. Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, também não foi bem-sucedido no esforço de conseguir virar ao menos três votos.

Pior ainda: no tempo do adiamento, a imprensa começou a ser coalhada de denúncias contra membros do tribunal. Imediatamente se identificou, ora vejam, o dedo adivinhem de quem. Entraram na mira da máquina de denúncias Aroldo Cedraz, Raimundo Carreiro, Vital do Rego e o próprio Nardes. Ou por outra: dos nove ministros, pelo menos quatro ficaram sob o chicote.

O governo Dilma é uma máquina de produzir trapalhadas. No dia 26 de agosto, escrevi aqui um post cujo título era este: “Quanto mais passa o tempo, mais difícil fica para o TCU fazer o que quer o governo”.

No corpo do post, lia-se: “Quanto mais o TCU demora a votar o relatório de Augusto Nardes, que vai recomendar ao Congresso a rejeição das contas de Dilma, pior para o governo. Por quê? Porque um resultado eventualmente positivo cairá em tal descrédito que a emenda será pior do que o soneto.
A esta altura, resta ao tribunal, ou à maioria dele, aquiescer com o pedido de rejeição, ou passará para a história como uma reunião de farsantes, suscetíveis a pressões, que fazem, no fim das contas, o que quer o Executivo, embora sua missão seja auxiliar o Legislativo. Se o governo não estivesse fazendo marcação homem a homem, vá lá… Mais tempo serviria ao propósito de melhorar a defesa. Mas todos sabemos que não é isso o que está em curso. O que se procura é retardar o máximo possível a votação para ver se há tempo de mudar algumas opiniões, sabe-se lá com quais instrumentos.”
 Retomo Era tudo tão óbvio. O PT perdeu o contato com a lógica e com o óbvio. Ao manobrar para retardar a votação, ao pôr nomes de ministros da boca do sapo e ao tentar negociar um acordão que previa uma interferência direta de Renan no tribunal, conseguiu produzir o exato contrário. Perdeu até os votos que tinha.

Hoje, é possível até que se dê um placar com o qual Dilma não contava nem nos seus piores pesadelos: nove a zero contra o governo. Para ela, é pior do que o jogo contra a Alemanha.

O impeachment ganha um ânimo e tanto.

Fonte: Revista Veja - Blog do Reinaldo Azevedo