Ministros do STF gostam de se apresentar como membros do poder mais
zeloso pelo bem do país e pela democracia.
No entanto, abriram a
torneira dos recursos públicos para o financiamento das campanhas
eleitorais e partidos floresceram no deserto das ideias.
No entanto, também, impediram a aplicação da cláusula de barreira quando ia começar a valer na eleição de 2006.
Pela
confluência desses dois vetores, o Congresso Nacional tem, hoje, 22
bancadas!
Pode parecer inusitada a relação de causa e efeito, mas é
também por eles que a sociedade custeia, hoje, quatro dezenas de
ministérios!
Atraídos por cargos, verbas públicas e espaços de poder,
partidos sem rosto e com nomes impróprios se transformaram em
estabelecimentos dedicados ao business da corretagem do apoio
político-parlamentar ao governo.
Foi grotesco,
foi indecoroso, mas todos pudemos assistir à forma como em poucas
semanas, uma “consistente maioria” conservadora, ou liberal, ou de
direita, ou de centro direita, eleita e proclamada como tal em 2022,
bandeou-se de mala e cuia, como dizemos aqui no Rio Grande do Sul, para o
calor e o sabor do assado governista, onde toda a picanha é consumida
ali mesmo, na beira do fogo, se me faço entender.
Recentemente e
em boa hora, foi criado um site que cidadãos de bem e os eleitores com
cotidiana repulsa ao noticiário nacional deveriam manter registrado
entre os favoritos no seu computador ou em lugar de fácil acesso de seu
celular. Anote aí:
https://placarcongresso.com/pages/partidos.html
Essa
verdadeira preciosidade presta serviço valioso à memória e à informação
dos eleitores.
Contém, por parlamentar, por partido e por estado da
Federação, dados de assiduidade ao plenário e de votos concedidos ao
governo e à oposição nas deliberações da Câmara dos Deputados.
O site é de
muito fácil manuseio e consulta.
Com dados de 83 deliberações em que o
governo indicou à sua base orientação favorável ou desfavorável, esse
site permite identificar a posição governista ou oposicionista de cada
deputado.
A partir desses registros, observa-se que dos 22 partidos,
apenas dois: PL e Novo, foram decididamente oposicionistas!
Todos os
outros 20 deram mais votos ao governo do que à oposição.
Entre os 513
deputados, não chegou a uma centena o número dos que votaram contra o
governo em mais da metade dos projetos nos quais este indicava sua
posição. Por fim, descobre-se que apenas as representações de três
estados – Santa Catarina, Mato Grosso e Roraima – foram oposicionistas.
Maus
políticos e maus partidos têm grande estima por eleitores desinformados e
omissos.
ELEITOR, SE INFORME NO PLACAR CONGRESSO - POLÍTICOS MONITORADOS
Prestigiam a ignorância e precisam da mediocridade.
Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org),
colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas
contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A
Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia
Rio-Grandense de Letras.