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sábado, 18 de novembro de 2023

Até que enfim! Estas informações são preciosas aos eleitores. - Percival Puggina

         Ministros do STF gostam de se apresentar como membros do poder mais zeloso pelo bem do país e pela democracia
No entanto, abriram a torneira dos recursos públicos para o financiamento das campanhas eleitorais e partidos floresceram no deserto das ideias. 
  No entanto, também, impediram a aplicação da cláusula de barreira quando ia começar a valer na eleição de 2006. 
 
Pela confluência desses dois vetores, o Congresso Nacional tem, hoje, 22 bancadas!  
Pode parecer inusitada a relação de causa e efeito, mas é também por eles que a sociedade custeia, hoje, quatro dezenas de ministérios!  
Atraídos por cargos, verbas públicas e espaços de poder, partidos sem rosto e com nomes impróprios se transformaram em estabelecimentos dedicados ao business da corretagem do apoio político-parlamentar ao governo.

Foi grotesco, foi indecoroso, mas todos pudemos assistir à forma como em poucas semanas, uma “consistente maioria” conservadora, ou liberal, ou de direita, ou de centro direita, eleita e proclamada como tal em 2022, bandeou-se de mala e cuia, como dizemos aqui no Rio Grande do Sul, para o calor e o sabor do assado governista, onde toda a picanha é consumida ali mesmo, na beira do fogo, se me faço entender.

Recentemente e em boa hora, foi criado um site que cidadãos de bem e os eleitores com cotidiana repulsa ao noticiário nacional deveriam manter registrado entre os favoritos no seu computador ou em lugar de fácil acesso de seu celular. Anote aí:

https://placarcongresso.com/pages/partidos.html

Essa verdadeira preciosidade presta serviço valioso à memória e à informação dos eleitores. 
Contém, por parlamentar, por partido e por estado da Federação, dados de assiduidade ao plenário e de votos concedidos ao governo e à oposição nas deliberações da Câmara dos Deputados. 
 
O site é de muito fácil manuseio e consulta.  
Com dados de 83 deliberações em que o governo indicou à sua base orientação favorável ou desfavorável, esse site permite identificar a posição governista ou oposicionista de cada deputado. 
A partir desses registros, observa-se que dos 22 partidos, apenas dois: PL e Novo, foram decididamente oposicionistas!  
Todos os outros 20 deram mais votos ao governo do que à oposição. 
Entre os 513 deputados, não chegou a uma centena o número dos que votaram contra o governo em mais da metade dos projetos nos quais este indicava sua posição. Por fim, descobre-se que apenas as representações de três estados – Santa Catarina, Mato Grosso e Roraima – foram oposicionistas.

Maus políticos e maus partidos têm grande estima por eleitores desinformados e omissos. 

ELEITOR, SE INFORME NO PLACAR CONGRESSO - POLÍTICOS MONITORADOS

Prestigiam a ignorância e precisam da mediocridade.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.


sábado, 11 de março de 2023

Invasão de terra tem de ser tratada como o que é: crime - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Conflito no campo



Sem-terras conversam com policiais militares durante invasão de fazenda em Ponta Grossa (PR), em 2010.| Foto: Henry Milléo/Arquivo Gazeta do Povo

O governador do Mato Grosso está dando um exemplo a outros governadores para garantir uma cláusula pétrea da Constituição, o direito à propriedade 
 O caput do artigo 5.º elenca os direitos e coloca a vida e a propriedade no mesmo nível, até na mesma linha. O governador Mauro Mendes Ferreira, tendo ao seu lado o secretário de Segurança, disse o seguinte: “não ousem invadir propriedade alheia aqui no Mato Grosso. Dei ordem ao secretário de Segurança para aplicar tolerância zero para esse crime”.
 
E é mesmo um crime invadir propriedade alheia
Tanto é assim que eu acho muito estranho que no sul da Bahia, onde agora houve essa invasão da Suzano, o governo estimule a negociação. Imagine você: alguém invade a sua casa, contra a sua vontade, claro, e você ainda tem que negociar? 
Vai negociar o quê? 
Está certo o governador de Mato Grosso, e tomara que esse exemplo se espalhe para outros governadores.
 

Mais uma prova de que o crime compensa no Brasil
São coisas incríveis que acontecem aqui no Brasil. Nesta quinta, o deputado Osmar Terra, do MDB, denunciou, na tribuna da Câmara, o assassinato de uma amiga: uma senhora de 63 anos que veio da Rússia pra acompanhar o marido, padre da Igreja Ortodoxa Russa. Ela estava em Porto Alegre, na parada de ônibus, e um condenado, que havia saído na “saidinha de Natal”, puxou a bolsa dela; ela agarrou a bolsa com força e ele a esfaqueou até matá-la.

Como foi com faca, não sei se o pessoal lá do desarmamento vai ficar preocupado em ter de registrar facas agora, quantas facas cada um tem na cozinha... A senhora está morta, aos 63 anos, e o deputado mostrou sua foto na Câmara. E Terra sugeriu que, em vez de “saidinha de Natal”, fizéssemos como o presidente de El Salvador, que construiu uma prisão gigantesca para tirar de circulação todos os condenados, todos os assassinos, todos os criminosos, todos os assaltantes, todos os ladrões. E El Salvador passou vários dias sem homicídios depois que ele fez isso. [sugerimos que tal prisão, necessária, para ser mais eficiente(dificultando a vida dos bandidos, inclusive o uso de celulares) seja construída no meio da Floresta Amazônica - área de SELVA mesmo.
Tem um inconveniente: se for recolher TODOS OS LADRÕES, aqui mesmo em Brasília, pelo menos um palácio ficará sem seu inquilino.]

Veja Também:
     Ovos de ouro
    Governo Bolsonaro teve três invasões de terra por ano; Lula, mais de 200

Esquerda persegue diretor de escola porque não admite que pensem diferente
Certas filosofias e ideologias estão se impondo aqui no Brasil por medo do outro lado. Vejam esse caso em Jacutinga, um minúsculo município na região de Erechim (RS): Flávio Luís Gabardo, que é diretor de uma escola há 20 anos, leu num programa de rádio um trecho de uma reportagem da revista Oeste, que analisava os resultados das eleições. Dizia que Lula venceu por causa dos eleitores do Norte e Nordeste, que Bolsonaro teve voto no Sul e Sudeste; e aí já disseram que o professor estava expressando ideias racistas, quando ele estava apenas lendo a reportagem
O presidente do PT local fez um barulho danado e não é que o diretor, que estava no cargo havia 20 anos, foi afastado da direção? 
 
Não pode mais entrar na escola! Eles, da esquerda, não suportam o diálogo, não suportam que haja uma ideia diferente, posições diferentes. Porque a ideologia pressupõe sempre uma ditadura: onde quer que ela tenha sido aplicada, vira ditadura, porque só se aceita um partido, só se aceita uma ideia, não se aceita que outros divirjam. 
E então ocorrem injustiças como essa, com esse professor. Jacutinga tem 1,4 mil habitantes, praticamente a metade assinou uma moção de apoio ao diretor da escola, mas não sei se vai adiantar alguma coisa.
 
Geração de empregos em janeiro mostra insegurança do empregador
Estou preocupado com os empregos de janeiro. Foram exatamente metade do que um ano atrás.  
No último janeiro de Bolsonaro foram abertas 167,3 mil novas vagas; no primeiro janeiro de Lula, 83,3 mil – praticamente metade, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. 
Isso é um sinal de que há uma preocupação muito séria com a estabilidade jurídica desse país e o respeito às leis, a estabilidade das medidas governamentais que estão sendo revogadas, alteradas, simplesmente porque foram feitas pelo outro governo. [a única certeza que resta é que vai piorar; a inação do governo, omissão criminosa mesmo destrói qualquer coisa boa que exista no Brasil - o pior é que quando eles se mexem e/ou o boquirroto do Planalto fala alguma bobagem, só sai...]

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Na nossa cultura, agimos como súditos, esquecendo que somos cidadãos

A tirania é viciante para os tiranos. A vontade de mandar aumenta a cada dia na razão direta da vontade de calar a crítica, as vozes que alertam sobre o avanço do totalitarismo

O TSE acaba de diplomar Lula e Alckmin, isto é, atestou que eles ganharam a eleição presidencial e estão aptos a tomar posse diante do Congresso Nacional.  
O presidente do TSE e o presidente eleito fizeram discursos em que defenderam as mesmas teses. 
Disseram que o outro lado ataca a democracia, que precisa ser defendida evitando mentiras, enquanto controlam a liberdade de expressão
Explicaram que a ação do Supremo e do TSE é defesa da democracia, num Estado de direito. 
E a gente aceita, porque temos a fraqueza de engolir discursos que são o oposto do que testemunhamos e comprovamos — é da nossa cultura. Moraes afirmou que jamais houve uma fraude no sistema eletrônico, e Lula ousou apregoar que as urnas digitais "são de confiança reconhecida no mundo todo". Nós achamos natural esse tipo de discurso. [COMENTANDO e SUGERINDO: Lula mentiu sobre o alcance universal do reconhecimento da confiabilidade das urnas eletrônicas  - mentir para ele é tão essencial quanto respirar. 
Também temos que considerar a total ausência de conhecimentos geográficos do analfabeto eleito = em um dos seus mandatos pretéritos ele apregoou a necessidade de fortalecer a fronteira do Brasil com os Estados Unidos da América.
Aproveitamos para sugerir ao presidente Bolsonaro que mantenha firme sua posição de NÃO RECONHECER a vitória do cidadão sob comento - o NÃO RECONHECIMENTO, cuja manutenção sugerimos,  não constitui ato antidemocrático.]

A bandeira de São Paulo traz a inscrição latina non dvcor dvco, que significa "não sou conduzido, mas conduzo". Em democracia, isso deveria estar cunhado na alma de cada cidadão. Mas na nossa cultura, agimos como súditos, vassalos, dependentes, tutelados, esquecendo que somos cidadãos, pagadores de impostos, eleitores. 

Quem escolhe e sustenta deputados, senadores, vereadores, prefeitos, governador, presidente é o povo. Por isso, cada um de nós é origem do poder. Por nós, povo, é que fizeram uma Constituição, para submeter o Estado a nós, e nos submetermos todos as leis feitas com base na lei maior. 
Nós, o povo, não somos uma massa uniforme; cada um de nós é uma pessoa para a qual até Deus permitiu o poder do arbítrio.  
As leis que nos desencorajam a cometer crimes são as mesmas que nos garantem a vida, a propriedade, as liberdades de ir e vir, de reunião, de expressão, de opinião. 
Mas, com a cultura da vassalagem, muitos de nós acham natural que alguma autoridade decida o que podemos e o que não devemos dizer.
 
Lula e Moraes, na diplomação, defenderam uma liberdade restrita ao que eles julgarem ser a verdade.  
Precisou de uma eleição para que pelo menos metade da nação despertasse na defesa da Constituição e das liberdades. 
O devido processo legal foi violentado há três anos, sob silêncio da mídia, do Senado, da OAB. Mas, principalmente, do povo, para quem existe o Estado. 
Durante a Copa no Catar, percebeu-se o quanto é conveniente para os que se apropriaram das instituições do Estado a alienação pelo futebol. Um gol do time preferido serve para não se perceber omissão no Senado, ou ativismo no Supremo. 
E os senhores do patrimonialismo — que alguns chamam de mecanismo — vão pondo em prática, passo a passo, a volta à apropriação do Estado e aos privilégios e benesses com poder aquisitivo, ante o silêncio dos verdadeiros senhores, o povo.
 
A tirania é viciante para os tiranos. A vontade de mandar aumenta a cada dia na razão direta da vontade de calar a crítica, as vozes que alertam sobre o avanço do totalitarismo. 
Vão repetindo os discursos sobre democracia e liberdade, e quem está viciado em ser vassalo aceita, porque é cômodo. É mais fácil ser conduzido que conduzir.  
O antídoto para isso é popularizar a Constituição como bíblia da cidadania. Eliminaria a intermediação de intérpretes, que acabam sucumbindo à tentação de serem donos e condutores da lei maior. [o pior, inevitável mesmo, é eliminar a intermediação dos intérpretes, que sem nenhuma dúvida passaram a confundir interpretação como meio hábil para modificação do que é objeto de interpretação.]

 Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense


sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Novos testes de urna ainda são pouco, mas já são alguma coisa - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo - VOZES

Desde as eleições anteriores a Justiça Eleitoral vem fazendo testes de urna, mas eram muito poucos, em cinco estados. 
Agora, pela insistência das Forças Armadas e do ministro da Defesa, o teste será feito em 19 estados. Não sei por que ainda ficaram de fora Roraima, Acre, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Norte, Paraíba e Amapá. 
No total, 641 urnas vão ser testadas; ainda acho pouco, já que há quase meio milhão de urnas, mas já é alguma coisa. 
E, dessas 641, apenas 56 vão ter, aleatoriamente, eleitores reais para o teste, oferecendo a sua biometria, como voluntários, além da participação da seção.
 
Tudo bem, melhorou, mas continuo querendo eleição auditável. O PSDB não conseguiu isso em 2014, no segundo turno entre Aécio e Dilma; passou 100 dias tentando, estava tudo aberto, mas não conseguiu porque, como vocês sabem, não fica rastro. [sendo recorrente, citamos Carl Sagan: "... astrônomo Carl Sagan Ausência de evidência não é evidência de ausência.” - que equivale a:  Não é porque não há provas de algo que esse algo não é verdade."
 
Eu estava vendo agora a insistência do doutor Felipe Gimenez, que é promotor no Mato Grosso do Sul, dizendo que a contagem tem de ser pública e que deveria haver um comprovante para ela também ser auditável. Como agora não há mais tempo para mudanças, fica o desejo de que haja lisura, vamos torcer para que o acaso nos brinde com algo bom, que é uma eleição limpa, sem nenhuma fraude.
 
Tribunal sem voto mais uma vez atropela os representantes eleitos do povo
Má notícia para os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem: o Supremo confirmou a decisão do ministro Barroso que impede a entrada em vigor de uma lei aprovada pelo Congresso, que institui um piso salarial para esses profissionais.  
É muito interessante que os legisladores, que foram eleitos para fazer leis, ficam meses discutindo o projeto, analisam os recursos disponíveis para instituir o piso, e fazem a lei, aprovada na Câmara e no Senado.   Os congressistas receberam um voto popular para fazer isso, mas aí o caso vai para um tribunal em que ninguém tem voto popular, e o tribunal suspende a lei. [e a maioria dos ministros integrantes do Tribunal,  autor da proeza, gritam aos quatro ventos que são defensores da democracia = tanto que quando ACHAM alguém que pensa diferente deles, cuidam de neutralizar aquela voz dissonante, 'criminosa', que ao discordar deles,  atenta contra a democracia.]

Veja Também:
 Manifestações do Dia da Independência foram pacíficas e democráticas
STF criou o “crime de pensamento” no Brasil

A lei foi sancionada pelo presidente, foi publicada no Diário Oficial, mas os hospitais reclamaram. 
 Os prefeitos dizem que o piso – que é de R$ 4.750 para o enfermeiro, que tem curso superior; 70% disso para o técnico de enfermagem e 50% para o auxiliar em enfermagem – vai dar uma despesa adicional de R$ 10,5 bilhões para as 5.570 prefeituras. 
Dividindo R$ 10,5 bilhões por 5.570, até que não fica tanto.  
Mas ameaçaram com demissões maciças e pouco atendimento para os hospitais. 
No fundo, ainda há outra coisa que precisa ser corrigida: o Estado não tem de se meter na iniciativa privada
O hospital privado, a clínica privada que se acertem com os seus funcionários, enfermeiros, técnicos e auxiliares.
 
Estado se intromete até em venda de carregador de celular
Agora mesmo, o Estado está se intrometendo também na venda do iPhone 14, porque não veio com carregador. 
Isso é uma decisão de mercado; não se metam no mercado! 
Doutor Paulo Guedes deve estar sem dormir ao ver isso. Como se não estivesse todo mundo cheio de carregadores dos celulares antigos nas gavetas de casa. Essa é uma decisão entre vendedor e comprador. 
Se o comprador está irritado, faz questão do carregador, ele não paga, compra de outra marca ou outra plataforma, e pronto. Isso é mercado, não se metam no mercado.
 
A piada de Alexandre de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes desbloqueou as contas bancárias dos oito empresários investigados,
justificando que o Sete de Setembro já passou e as contas tinham sido bloqueadas para eles não financiarem manifestações “antidemocráticas”. 
Eles iriam provavelmente financiar desordeiros, esses que pisam na bandeira, botam fogo na bandeira, quebram vitrines, entram na manifestação com barra de ferro... talvez sejam esses. 
Os empresários devem ter essa característica, eu nunca os vi fazerem nada isso, mas nunca se sabe... 
E eles ficaram sem crédito porque, com a conta bancária bloqueada, eles não podiam mais comprar nada
É o tipo de coisa que caberia bem naqueles programas de antigamente, programas humorísticos no rádio que eu ouvia quando era jovem. 
Ali faziam esse tipo de narrativa, e ríamos muito. [admito que pensei em sorrir; mas, desisti do pensamento e se pensar em sorrir de um absurdo tipo o ora comentado, for crime? tipo 'ato antidemocrático?]
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

TSE cede às Forças Armadas e promete teste de urna com eleitores no dia da eleição - O Estado de S. Paulo

 Wesley Galzo

Presidente do TSE sela acordo com ministro da Defesa para detalhes sobre processo de fiscalização 

[alguém duvidava que haveria acordo? Foi excelente a concordância do TSE com as demandas do ministro da Defesa; 
esperamos  que os testes sejam realizados e reste provado que as urnas são auditáveis e que eventuais denúncias de fraudes serão auditadas, caso ocorridas (as fraudes)   e o resultado será fidedigno - acabando com a suposição de que havendo fraudes, o sistema não permite que sejam comprovadas. 
Vale a tese do astrônomo Carl Sagan “Ausência de evidência não é evidência de ausência.” - que equivale a:  Não é porque não há provas de algo que esse algo não é verdade.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cedeu à cobrança das Forças Armadas para que seja realizado no dia de votação um teste de integridade das urnas eletrônicas com participação de eleitores. 
O Ministério da Defesa vinha insistindo que essa testagem fosse realizada nas seções de votação. 
O TSE concordou em fazer uma verificação em caráter experimental em algumas seções eleitorais.
 
A Corte informou que a mudança na testagem dos equipamentos será parte de um “projeto piloto complementar”, mas não detalhou se o procedimento será adotado ainda nas eleições deste ano. A decisão foi tomada nesta quarta-feira, 31, em nova reunião do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, com o ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, para tratar da segurança das urnas eletrônicas e da transparência do processo de preparação das eleições
Esse foi o segundo encontro entre as duas autoridades num intervalo de oito dias. 
Diferentemente da primeira agenda, os dois estiveram hoje acompanhados de técnicos das Forças Armadas e da Justiça Eleitoral.

Até hoje, os testes de integridade das urnas eram feitos em urnas aleatórias levadas aos Tribunais Regionais eleitorais. O exame era feito a partir de acionamento por servidores da justiça eleitoral. Os militares defendiam que o teste fosse feito numa situação real. Ou seja, numa seção eleitoral e no dia de votação com acionamento da urna de teste pelos próprios eleitores.

Segundo o TSE, as áreas técnicas do tribunal e da Defesa defenderam a importância da realização do teste de integridade das urnas
O procedimento é feito desde 2002 seguindo os mesmos moldes com a finalidade de atestar a confiabilidade das urnas e gerar o último procedimento de auditoria antes do início da votação. 
Os profissionais que atuam nas Forças Armadas e na Justiça Eleitoral devem apresentar, em conjunto, as mudanças no procedimento de testagem. 
A Corte eleitoral ainda garantiu que serão disponibilizados todos os boletins de urna (BU) para que partidos políticos, eleitores e entidades independentes possam conferir o resultado das urnas e o procedimento de totalização.[a disponibilização dos BU's sempre foi efetuada e certamente continuará sendo.]
 
O ministro da Defesa levou para o encontro com Moraes o coronel de Exército Marcelo Nogueira, que ainda atua como oficial da ativa. 
Ele foi o responsável por uma apresentação transmitida em julho deste ano, durante audiência com integrantes das Forças Armadas no Senado, na qual foi difundida a tese de que um “código malicioso oculto” também chamado de malware poderia ser inserido nas urnas para fraudar o sistema eletrônico de votação e escapar do teste de integridade realizado no dia da eleição.

Na ocasião, o coronel Nogueira contou com o apoio do ministro da Defesa para fazer a sugestão de que o TSE alterasse o teste de integridade dos equipamentos. Este é o último procedimento de checagem realizado pela Justiça Eleitoral antes do início da eleição: técnicos são selecionados para fazer simulações da votação em urnas selecionadas aleatoriamente, com o objetivo de garantir que os votos digitados correspondem aos contabilizados e que não há nenhum problema nos sistemas operacionais.

A sugestão dos militares é de que o teste passe a ser realizado com eleitores reais, em vez de técnicos, diretamente nas seções eleitorais e com registro de biometria. Como mostrou o Estadão, a proposta se tornou um dos principais pontos de embate entre as Forças Armadas e o TSE, que aponta a possibilidade de “confusão” e ocorrência de problemas caso a testagem seja feita como sugerem os militares.

Como revelou o Estadão, os militares já enviaram 88 questionamentos e pedidos de informação ao TSE. A caserna fez diversas sugestões de melhorias no processo eleitoral, das quais algumas chegaram a ser incorporadas pela Justiça Eleitoral. Todas as demandas foram respondidas pelo tribunal, com justificativas para atender ou descartar as propostas, mas as Forças Armadas insistem em realizar uma nova versão do teste de integridade.

Além do coronel Nogueira, participaram da reunião nesta quarta-feira o general Rodrigo Vergara, que é o atual responsável pela comunicação do Ministério da Defesa. Do lado do TSE, Alexandre de Moraes escalou para o encontro o secretário-geral, José Levi, e o secretário da área de Tecnologia da Informação, Julio Valente. A pauta oficial da reunião foi “o aperfeiçoamento da segurança e da transparência do processo eleitoral”.

A relação entre os militares e o tribunal passa por um momento decisivo. Está marcado para a próxima sexta-feira, 2, a cerimônia de lacração dos sistemas da urna eletrônica. As Forças Armadas, na condição de instituição fiscalizadora das eleições, é instada a assinar digitalmente o procedimento de lacração, que vale como um atestado de que todos os softwares estão funcionando corretamente e que não haverá mais modificações até o dia das eleições. A Defesa ainda não confirmou se vai atestar o processo. Na última segunda-feira, 29, técnicos militares estiveram no TSE inspecionando as etapas finais que antecedem a cerimônia de lacração.

 Weslley Galzo - O Estado de S. Paulo


sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

COISAS QUE, COM ABSOLUTA CERTEZA, VOLTAM COM O PT NO GOVERNO - Gilberto Simões Pires

ALERTA GERAL
Como já estamos em plena CAMPANHA ELEITORAL, notadamente no que diz respeito aos postulantes ao cargo de Presidente da República, na qual o candidato do PT, o criminoso Luiz Inácio Lula da Silva, segundo informam algumas pesquisas, goza de boa preferência dos eleitores, [pesquisas que apesar de mentirosas, ilusórias aos eleitores desatentos, com dados falsos(que as urnas em 2022 desmentirão) permanecem no ar, visto que são  associadas aos famigerados 'checadores da verdade'.] é extremamente importante que todos os brasileiros sejam bem alertados sobre o que representa, para o nosso empobrecido Brasil, uma possível volta do PT ao governo.

CINCO COISAS
Nas Redes Sociais está circulando um vídeo produzido pelo MBL - Movimento Brasil Livre - dando conta de CINCO COISAS QUE VOLTAM COM O PT, a saber:

1- IMPOSTO SINDICAL;

2- INVASÕES DO MST e/ou MTST;

3- INCHAÇO DO ESTADO;

4- CORRUPÇÃO INSTITUCIONAL; e,

5- ALIANÇAS COM DITADURAS. 

Segue link do vídeo: https://www.facebook.com/mblivre/videos/5-coisas-que-voltam-com-o-pt-aten%C3%A7%C3%A3o/536782334408516/

LISTA DE HORRORES

Pois, concordando ipsis literis  - com as CERTEZAS apontadas pelo MBL, coloco nesta LISTA DE HORRORES que no longo de 2023, ano que inicia o mandato, o próximo presidente terá a incumbência de escolher DOIS NOVOS MINISTROS DO STF 
Vale lembrar que em maio de 2023, o ministro Ricardo Lewandowski, indicado por Lula em 2006, [Lula indicou Lewandowski, por ser o mesmo amigo da família de sua  falecida esposa: Marisa.] vai se aposentar; e, em outubro, pelo mesmo motivo, é a vez da ministra Rosa Weber, indicada por Dilma Rousseff em 2011.


JOSÉ DIRCEU
Ainda que a lista apresente muito daquilo (não tudo) que diga respeito a CERTEZAS ABSOLUTAS, do tipo que não cabe a MÍNIMA DÚVIDA, arrisco a dizer, com grande probabilidade de acertar, que um dos ministros que seria indicado pelo PT, caso seu candidato criminoso venha a vencer a eleição para presidente (Deus nos livre), atende pelo nome de JOSÉ DIRCEU.

PAVOR NECESSÁRIO
É muito provável que cada leitor DO BEM tenha muito mais para elencar na LISTA DE COISAS QUE VOLTAM COM O PT. Entretanto, só estas que aí estão bastam para criar o PAVOR NECESSÁRIO para espantar os ESPÍRITOS DO MAL que estão ocupando as pobres mentes dos desavisados que acreditam nas fantasias COMUNISTAS que estão colocadas na CARTILHA DO FORO DE SÃO PAULO.

Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires

 

sábado, 27 de março de 2021

Uma verdade inconveniente: cada governo responde em primeiro lugar a seus próprios eleitores - Alon Feuerwerker

Fala-se muito em frente ampla oposicionista, mas por enquanto a única consolidada é uma contra a atual condução - e o atual condutor - da política exterior brasileira. 
Será necessário, porém, notar que a frente não é homogênea. São pelo menos duas grandes tendências. E elas irão se chocar mais adiante. 
Segundo a primeira, o principal erro do atual Itamaraty foi o forte alinhamento a Donald Trump. Para a segunda, o equívoco foi ter abandonado o nosso tradicional esforço pelo não-alinhamento a países ou blocos.

Parece a mesma coisa, mas não é. Para a primeira, basta trocar "Donald Trump" por "Joe Biden" e a encrenca estará resolvida. Será suficiente, por exemplo, o Brasil aceitar os ditames do Partido Democrata dos Estados Unidos para a nossa política ambiental e enquadrarmo-nos na estratégia de Washington nas mudanças climáticas. Restariam outros ajustes, mas o grosso da confusão teria sido resolvido. E a reunião global de abril convocada por Biden sobre o tema será uma oportunidade.

Vista de modo mais abrangente, essa flexão implicaria admitir uma espécie de "multilateralismo do Tio Sam". Um mundo em que as instituições multilaterais seriam a fachada perfeita para o exercício de hegemonia da maior, por enquanto, superpotência. Quase uma volta aos anos 50 do século passado. Quando, por exemplo, a Organização das Nações Unidas funcionava como "rubber stamp" do Departamento de Estado. O mundo mudou muito desde então, mas é o que tenta o governo Biden.

Ocorre que a atual crise envolvendo o Itamaraty foi desencadeada pelo problema das vacinas contra a Covid-19. Antes, o alinhar incondicional aos EUA incomodava parte do mundo político, mas como a China continua a comprar fortemente nossas commodities – até acelerou, para formar estoques, o incômodo não tinha consequências práticas. A hostilidade ao governo chinês era criticada, mas a crítica nunca chegou às vias de fato. A explosão de casos e mortes por aqui por Covid-19 mudou isso.

A cristalização de convicções sobre a centralidade das vacinas para liquidar a epidemia expôs a insuficiência da política atual. Diferente dos países dos Brics de dimensão comparável à nossa (China, Índia e Rússia), somos a única nação da tétrade a não dispor ainda de uma linha de produção própria de vacinas contra o novo coronavírus. E aí, reconheça-se, todos os governos das últimas décadas são sócios na culpa. Assim como os porta-vozes da obsolescência de ter política industrial. Agora, o governo federal e o de São Paulo correm para virar a página.

Que tenham sucesso, para o bem do Brasil.

Voltando. Se recompensar o bom comportamento fosse a regra das relações internacionais, então seria hora de ver os Estados Unidos e o resto do Ocidente retribuírem nosso recente alinhamento estratégico a esse campo geopolítico mandando para cá as vacinas necessárias. Acontece que Biden nesta pandemia segue a máxima trumpista do “America First”. Segurou o grosso das vacinas por ali. O mesmo fez o outro grande fabricante do “mundo livre”: o Reino Unido. Nem para o resto da Europa estão aliviando.

Pois cada governo é eleito unicamente pelos seus próprios nacionais. E na hora do aperto responde em primeiro lugar a eles. São a fonte da reprodução de seu poder político. Ignorar isso é um erro primário. Eis uma verdade inconveniente, como diria o ex-vice-presidente Al Gore.  E cá estamos nós a depender agora de países com quem vínhamos arrumando encrenca gratuitamente, apenas para agradar um que agora nos dá as costas. Serve de lição. Poderemos debater isso com mais calma depois. Mas agora precisamos mesmo é de vacinas. E precisamos de chineses, indianos e russos. Está exposta, como nunca, a insuficiência da atual política exterior. Mas não só. Está provado também que trocar “Trump” por “Biden” não será suficiente. Pois os americanos não estão mandando vacina nem para a turma da Otan.

 Alon Feuerwerker, jornalista e analista politico


terça-feira, 25 de junho de 2019

O capitão bate na mesa

Bolsonaro mostra aos generais quem manda e imobiliza adversários de 2022

Enquanto novas pesquisas de popularidade não vêm, o presidente Jair Bolsonaro bateu na mesa, mostrou aos generais quem manda, manteve seus filhos nomeando pessoas-chave e, engrenando uma segunda, na contramão do que dissera na campanha, deixou claro que vai disputar a reeleição.  [detalhes: 
- o presidente Bolsonaro declarou na campanha que se fosse apresentada uma emenda acabando com a reeleição ele não seria contra;
- apesar do presidente ser um capitão do Exército, diante dos principios de hierarquia e disciplina os militares - o que  inclui os oficiais quatro estrelas, da ativa e mesmo os  com comando de tropas - ele é considerado  não um capitão e sim o presidente da República =  comandante supremo das Forças Armadas;
- provando que o ditado ninguém é perfeito, errar é humano - ressalvando que persistir no erro é diabólico - vale para todos o presidente Bolsonaro insistem em aceitar que seus filhos se intrometam no exercício da função para qual ele foi eleito e não os filhos.] 
 
Os ambientes e a oportunidade do lançamento à reeleição foram escolhidos a dedo: na cidade onde cresceu, a pequena Eldorado (SP), e na Marcha para Jesus, na capital paulista. Dos 57 milhões de votos que Bolsonaro teve, em torno de 22 milhões são atribuídos aos evangélicos. As imagens só poderiam ser o que foram: festa, aplausos, apoio emocionado. Quanto à oportunidade: quando o governador João Doria começa a botar as manguinhas de fora, o ministro Sérgio Moro está na palma da mão do presidente e o vice Hamilton Mourão anda quieto como nunca. Detalhe: Bolsonaro falou em reeleição dele, não da chapa dele. Assim, demarcou território, botou os potenciais adversários nos devidos lugares e jogou a isca para seus eleitores e seu rebanho.

Demite um general daqui, outro dali, o capitão presidente está preocupado mesmo é com sua base eleitoral, incluídas as tropas, não os chefes militares. Quando o general Santos Cruz (defenestrado da Secretaria de Governo) acusou o governo de ser “um show de besteiras”, muitos concordaram plenamente, mas Bolsonaro deu de ombros.  Personagem central já na campanha, o também general Augusto Heleno tinha a missão de dar conselhos, segurar os excessos e corrigir erros do presidente como a tal base militar dos EUA. Era assim. Agora, Bolsonaro manda, Heleno escuta. Para completar, Bolsonaro empurrou o general Floriano Peixoto para os Correios e pôs no seu lugar na Secretaria-Geral da Presidência o major PM Jorge Oliveira, amigão da família e ex-assessor do gabinete do “03”, deputado Eduardo Bolsonaro. Trocar um general do Exército por um major da PM na mesma função é esquisito, mas o presidente deu o seu recado: o governo é dele, ele faz o quer.

Outra mudança curiosa foi na articulação política:
sai o deputado e chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, entra o general de quatro estrelas da ativa Luiz Eduardo Ramos, outro amigão do presidente. Ninguém aposta um tostão furado na permanência de Onyx por muito tempo no Planalto.  O ministro, porém, não tem do que reclamar. Diferentemente do general Juarez Cunha e do economista Joaquim Levy, ele não foi demitido pela imprensa. E, diferentemente dos generais Santos Cruz e Franklimberg de Freitas, ex-Funai, nem mesmo foi demitido. Vai ficando, comemorando a troca da articulação política pelo PPI, o programa de parceria de investimentos, bem estruturado, com cronograma definido e bilhões de reais à mão. A troca foi boa? Há controvérsias.
De toda forma, Onyx se livrou de um abacaxi, porque, seja um deputado, seja um general da reserva, seja um da ativa, não adianta. O problema da articulação política não é do titular, mas no presidente, que passou 28 anos na Câmara, mas se recusa a fazer política, a boa política.  No Congresso, a pergunta que não quer calar é: por que o presidente descarta o “banco de talentos” indicado por parlamentares, mas um só deputado, o “03”, já nomeou o chanceler, o primeiro e o segundo ministro da Educação, o presidente do BNDES e, agora, o secretário-geral da Presidência?

Câmara e Senado trabalham a pleno vapor, como, justiça seja feita, algumas áreas técnicas do governo. Enquanto isso, o presidente está no palanque, com criancinhas no colo, fazendo flexões, envolto por multidões e metido em camisas do Flamengo. Se a economia se recuperar, pode até dar certo. Se não, parece pouco para garantir a reeleição.


Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo

 




sábado, 22 de junho de 2019

Candidato à reeleição

Mudanças feitas são estratégicas para os planos do presidente Jair Bolsonaro

As mudanças feitas na estrutura do governo, como a escolha do general Luiz Eduardo Ramos para a coordenação política no lugar do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e a nomeação do advogado e major da PM Jorge Oliveira para a Secretaria-Geral do Palácio do Planalto, estão relacionadas com a decisão de Jair Bolsonaro de disputar a reeleição em 2022. Também faz parte desse pacote da luta pela reeleição a demissão do general Santos Cruz, que dava pouca bola para a agenda conservadora de Bolsonaro, fundamental para manter o presidente conectado com seus eleitores fundamentalistas.

Bolsonaro sabe que o campo político da direita e da centro-direita está congestionado por pretensos candidatos à sua sucessão: os mais expostos são Sérgio Moro, João Doria, Wilson Witzel e Rodrigo Maia. Nos planos de Bolsonaro, pelo menos no que se fala nas rodas do poder, estaria a montagem de uma chapa com o ministro da Justiça no lugar do hoje vice, o general Hamilton Mourão. Nesse caso, Doria e o presidente da Câmara tenderiam a formar uma outra chapa. Witzel, por enquanto, está sem lugar nesse clube, embora tenha esperança de arrumar um jeito de a ele se associar. Por fora, menos falados, aparecem também pela centro-direita os nomes do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e do prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto, ambos do DEM. Como se vê, há um congestionamento grande nessa estrada rumo a 2022.

Bolsonaro tenderia a convidar Sérgio Moro para sua vice por considerar que formaria uma chapa muito forte, além de trazer para seu lado um possível concorrente. E Moro, que completará 50 anos às vésperas da eleição de 2022, poderia construir sua candidatura a partir da experiência como vice, caso a chapa consiga a vitória. É claro que tudo isso ainda faz parte dos planos de um campo político que se viu de repente alçado ao poder pela eleição do ano passado por causa de uma série de fatores coincidentes: a forte rejeição ao PT e a Michel Temer, então na Presidência e com comichões de tentar a reeleição, a falta de união da centro-esquerda, que lançou vários candidatos, a perda de timing dos petistas, que insistiram em Lula, mesmo condenado e preso, o pífio desempenho eleitoral do tucano Geraldo Alckmin e a tentativa de assassinato de Jair Bolsonaro, o que o tirou da exposição pública dos debates e o transformou em vítima do sistema. A tudo isso, somam-se também o instinto político do atual presidente, que conseguiu traduzir para o eleitor a ideia de que era o candidato anti-Lula e anti-PT, e o impressionante aproveitamento que tirou das redes sociais para sua propaganda política.

Dificilmente essa junção de fatores ocorrerá novamente. De Bolsonaro, que agora pensa na reeleição, será exigido muito trabalho à frente do governo. Primeiro, só sua agenda conservadora não será suficiente para lhe dar condições de competitividade. Será preciso ganhar confiança dos investidores com uma gestão menos conflituosa e fazer a economia voltar aos trilhos do crescimento, com geração de empregos em massa. Não será fácil. Mas também não será impossível. Porque, embora a reforma da Previdência tenha sido assumida pelo Congresso, dentro da agenda positiva para o País, se ela for aprovada e der resultados na economia, Bolsonaro será beneficiado. Seus esforços pela aprovação do projeto podem não ser lá essas coisas, mas não há como negar que, se ele não quisesse, a proposta não teria sido apresentada. Bolsonaro nega que seja político. Mas é. Se não fosse, não cativaria o eleitorado evangélico como cativa. Só nesse setor estão cerca de 25% ou mais um pouquinho dos votos.
 

domingo, 26 de maio de 2019

DESNECESSÁRIAS, INÓCUAS e INOPORTUNAS

DESNECESSÁRIAS, INÓCUAS e INOPORTUNAS

Nenhum governo com menos de 1/10 do seu período concluído necessita de manifestação de apoio.

O governo do presidente Bolsonaro vai completar o quinto mês e não necessita de que o povo vá para as ruas apoiá-lo. Todo o apoio necessário emana dos quase 60.000.00 de votos obtidos em novembro/2018. O apoio nas redes sociais às manifestações, não indica que  este apoio, detentor de  grande visibilidade no meio virtual se materialize no presencial.

Votos de protesto também são inúteis - gostem ou não, a turma do 'quanto pior, melhor', a corja lulopetista, os bandidos do MST e MTST, estão obrigados a engolir o governo Bolsonaro até 31 dez 2018 e um  governo legitimamente eleito,  em um regime de 'democracia representativa', tem que governar negociando com o Congresso.

Ainda que os espertalhões que promoveram a manifestação da semana passada, na qual usaram incautos e desinformados, inocentes úteis, como idiotas úteis, vendendo a imagem de que 'contingenciamento' = corte -  quando é um recurso de suspensão, portanto, temporário, e usado comumente por todos os governos, em situações de crise, tentem maximizar a importância daquele ato,  - ainda que dele tenham participado 10.000 em todo o Brasil ou 10.000.000, em todo o Brasil, em nada influi. Contingenciamento todos os governos fazer e fizeram nos últimos 50 anos = segurar despesas aguardando receitas.

O  Brasil é um 'estado democrático de direito',  cabendo ao Poder Legislativo editar as leis e tendo seus integrantes sido escolhidos de forma democrática e soberana pelo próprio povo como seu  legítimo representante e não tem a obrigação de votar conforme a vontade pontual dos seus eleitores. Em outras palavras:

- manifestações contrárias ao governo Bolsonaro nada mudam, cabendo ao Congresso, de forma soberana e livre decidir - deputados e senadores, contam com o respaldo dado por seus eleitores nas urnas e devem votar sempre de acordo com os interesses do Brasil e do povo brasileiro;

- da mesma forma, o presidente Bolsonaro tem que ter sempre em conta os interesses do Brasil e do povo brasileiro, com a consciência de quem teve quase 60.000.000 de votos - eleitores que também votaram em 513 deputados e 54 senadores.
Manifestações contra o seu governo nada influenciam.

Campanha eleitoral, para presidente, deputados e senadores só em 2022. 

Quanto às manifestações de apoio ao governo do presidente Bolsonaro, apesar de sempre bem-vindas são desnecessárias:
- gostando ou não, os manifestantes e o presidente Bolsonaro tem que aceitar o fato de que quem vota as leis é o Congresso Nacional e o apoio popular, ainda que de milhões, não vale um voto no placar eletrônico dos Plenários legislativos.

Tem acontecido algumas 'caneladas' no governo do capítão, mas, ajustes começam a ser feitos, algumas leis começam a ser promulgadas e tudo vai entrando nos eixos.

Outra estupidez é a pretensão sem fundamento, absurda, de fechar o Supremo Tribunal Federal. O Supremo é a instância máxima do Poder Judiciário - um dos 3 Poderes da República e no 'estado democrático de direito' no qual dizem que o Brasil está e ficará é essencial a sua existência, mesmo que seja, conforme Rui Barbosa, 'a corte que tem o direito de errar por último'.

Tem dado algumas escorregadas, com decisões contraditórias que somadas ao fato de um pedido de vista de um único ministro do STF  tem o poder de paralisar a adoção de medidas importantes, tem gerado INSEGURANÇA JURÍDICA, mas, também é algo que pode, e certamente será corrigido - claro que o citado neste parágrafo é um exemplo, não representando todos os pontos que geram a citada insegurança. 

A tendência é que ocorram mudanças na composição da Suprema Corte, começando pelo ministro  Celso Mello´cujos votos recentes dão a  convicção de que a melhor contribuição que pode dar ao país é fazer aniversário no dia 1o de novembro do ano que vem quando chegará aos 75 anos de idade e terá de ir embora do STF. [apesar de nada impedir que pode antecipar a data, mediante pedido de aposentadoria;
optando pela antecipação estará prestando um grande serviço ao Brasil.]

Esperamos ter explicado,  não em um texto perfeito, profissional,  a principal razão - a não necessidade = são DESNECESSÁRIOS - da desaprovação de nossa parte aos atos previstos para o próximo domingo.

Editores do BLOG PRONTIDÃO TOTAL 

 

 

terça-feira, 21 de maio de 2019

Após paralisação relâmpago, ônibus que atendem Ceilândia voltam a circular

No início do dia, nenhum ônibus deixou a garagem. As paradas ficaram lotadas e os veículos das demais empresas estavam mais cheios que o normal

Em meio a greve dos metroviários, que entrou no 20° dia, os passageiros de Ceilândia e Taguatinga ainda foram surpreendidos, nesta terça-feira (21/5), com a paralisação relâmpago dos rodoviários da empresa São José.

No início do dia, nenhum ônibus deixou a garagem. A empresa afirma que foi pega de surpresa assim como os passageiros e informou que eles voltaram ao trabalho por volta das 7h30. O Correio tenta contato com o sindicato dos funcionários para saber os motivos da paralisação. Em meio a isso, quem passou por dificuldades mais uma vez foi quem precisa de transporte público na região. As paradas ficaram lotadas e os veículos das demais empresas estavam mais cheios do que o normal.
Funcionamento do Metrô
Com a greve, o Metrô funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 6h às 8h45 e das 16h45 às 19h30. Nos horários de pico, ficam disponíveis 18 trens. Aos sábados, os trens rodam das 6h às 9h45 e das 17h às 19h15. Domingo, das 7h às 19h.

 [governador Ibaneis, sugestão - sabemos que é dificil para um político, mas, se esforçando talvez consiga.

Seja honesto e sincero com o povo - graças a uma maioria estúpida dos eleitores, que faz parte do povo, o senhor foi eleito, não esqueça - e, antes de colocar um veículo elétrico, prometendo que em agosto serão 20, RESOLVA:

- os problemas da Saúde Pública - só pioram; até as estatísticas dos casos de dengue estão saindo com atraso, sendo a mais recente do final de Abril; 
Governador, que chato, o GDF está utilizando no FUMACÊ - essencial para a prevenção da dengue -  inseticida  VENCIDO: o senhor como advogado, possuidor de notório saber jurídico (esperamos que não seja o mesmo de um determinado ministro do STF) - sabe que usar produto vencido, especialmente na SAÚDE PÚBLICA é crime;
outra coisinha: a Saúde Pública do DF está SEM O REAGENTE para o teste rápido da dengue - lembramos que a solução do inseticida vencido e do reagente não podem esperar a conclusão dos reparos daquele viaduto do Eixão Sul.

- os problemas da Educação, que só aumentam - faz concurso público para professor temporário, substituto, mas, não convoca ninguém e os alunos continuam sem aula. Fui chamado a uma escola de Ceilândia e lá tem um aviso de uma professora em Licença Tratamento Saúde,l 30 dias, e a 'informação': 'entrar em contato com a escola para saber quando virá um professor substituto.
- os problemas da Segurança Pública - que só piora. Policia Militar efetivo a cada dia menor, o mesmo ocorre com o da Polícia Civil, viaturas sucateadas, as delegacias tem muitas abrindo em horário comercial;
- os problemas do Transporte Público - os baderneiros, que também são chamados de rodoviários, continuam fazendo as paralisações relâmpago e rindo na cara do povo, só não riem na sua cara porque o senhor não passa nem perto das paradas;  
O GDF está tão desmoralizado que antes os baderneiros, chamados rodoviários, avisavam que iam parar e os motivos - agora nem isso fazem.

Tem outros mais, mas é só ler outras postagens anteriores e jogar 20% em cima dos números da mais recente e ficará atualizado.

Sugestão de prazo para o senhor voltar a falar em carro elétrico: quando o viaduto do Eixão Sul estiver pronto, obras concluídas, sento utilizado normalmente, no dia seguinte o senhor volta ao assunto 'carro elétrico.]

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Tragédia sem ideologia

Em Brumadinho, setores público e privado destruíram famílias e atingiram o futuro

Em entrevista à Rádio Eldorado, o ministro Ricardo Salles disse que o meio ambiente “não é questão de direita e esquerda” e “não pode ser capturado por barreiras ideológicas”. Quem haveria de discordar? O ministro tem toda razão, mas nem por isso deixou de jogar pesadas críticas sobre a esquerda. Segundo ele, a esquerda tem mania de se apossar da defesa do ambiente como se fosse a única preocupada com a preservação do planeta, mas, ora, ora, tanto a tragédia de Mariana quanto a de Brumadinho ocorreram ou durante ou em seguida aos governos da petista Dilma Rousseff em Brasília e Fernando Pimentel em Minas.
Logo, o ministro não quer que a discussão seja entre esquerda e direita, mas ele bem que deu um empurrãozinho para que assim seja. [o ministro comentou um fato, agora se o fato compromete a esquerda já não é da alçada do ministro.] E lembrou que, logo no início, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a região mineira e sete ministros foram pessoalmente lá. Tomara que esse empenho no calor dos acontecimentos decante em medidas realmente eficazes. Já imaginaram uma terceira Mariana?

Quem também foi pessoalmente a Brumadinho foi ex-ministra Marina Silva, que é uma das principais referências brasileiras do setor no cenário internacional, mas foi bastante criticada por omissão no desastre de Mariana e desta vez ficou esperta. Em outras palavras, ela também disse à Rádio Eldorado que a questão não é de direita ou esquerda e apontou o dedo em várias direções. Segundo Marina, “é um erro demonizar os agentes ambientalistas” e há três culpados no rompimento de represas: a ganância do setor privado, a falta de ética na política e a flexibilização oportunista de regras pelo setor público.
Como ministra de Lula, e ainda no PT, Marina vivenciou intensos debates e embates com Dilma, chefe da Casa Civil. Uma exigia rigor nos licenciamentos e na fiscalização. A outra, pretendendo-se mais pragmática, queria apressar licenças e agilizar empreendimentos. A questão central, portanto, não é ideológica, é o velho embate entre ambientalistas, chamados de “puristas” (ou “sonháticos”?), e os que defendem “passar o trator” e dar toda a prioridade a represas, plantações, pecuária. O “desenvolvimento” a qualquer custo.
Como novo ingrediente, o governo Bolsonaro demonstra desdém pelo meio ambiente, quase empurrou a pasta para a Agricultura e abriga um chanceler que acusa o “ambientalismo” de ser uma espécie de facção da esquerda mundial para destruir o Ocidente. Para Marina, [Marina, inteligência e tua capacidade de pensar não se entendem, mas, faça um esforço e lembre-se que estamos no 30º dia do governo Bolsonaro = mesmo que ele se esforçasse ao máximo, te convidasse e ao Cirito para ajudar, não haveria tempo para sucatear nada.].] Brumadinho é um alerta para o governo Bolsonaro, que “sucateou e diminuiu o ministério de alto a baixo”. Ela exemplificou: a Agência Nacional de Águas e o Serviço Florestal saíram da pasta e os contratos com ONGs ambientalistas foram suspensos. E cutucou: “Pela primeira vez um ministro do Meio Ambiente assumiu com discurso de interesse dos ruralistas”.
Para Salles, o alerta é “para toda a sociedade”. Mas, com tantos mortos e centenas de desaparecidos, que Brumadinho sacuda os poderosos, provoque debates, gere punições e, sobretudo, relembre a todos, principalmente ao novo governo, sim, que Meio Ambiente não é uma questão supérflua, diletante nem coisa de esquerdopatas. Assim como mata pessoas e destrói famílias inteiras, ameaça o próprio futuro do planeta e da humanidade. Discutam muito senhores e senhoras de esquerda e de direita, mas que o setor privado não privilegie a ganância em detrimento da vida, os governos não flexibilizem regras para favorecer negócios e os políticos tenham ética e respeitem seus mandatos e seus eleitores.  Utopia? Pode ser. Mas não há alternativa: é salvar ou salvar o futuro da humanidade. Quem ameaçá-lo e quem for culpado por tragédias e mortes não apenas deve, mas tem de ser punido pesadamente. Aliás, e os culpados por Mariana, por onde andam?
 
Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo
 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

O capitão reformado e a compreensão da política

Quanto mais as redes disseminam opiniões e informações, mais confundem, desorientam

Ao afirmar que poder popular não requer intermediários, pois está organizado horizontalmente e opera em tempo real graças à internet, o novo presidente da República apresentou, finalmente, uma ideia política. Ele pode não ter sido claro e preciso, mas ao menos tocou numa questão importante: num período de incertezas, em que proliferam movimentos de protesto contra a incapacidade das instituições de gerir a vida econômica e social do País, até que ponto a política é compreensível para os eleitores?
Na complexidade da sociedade contemporânea, em cujo âmbito distintos atores agem crescentemente em esferas cada vez mais globais, as práticas políticas mudaram de forma, caráter e alcance. Com isso puseram em novos termos o exercício da cidadania, não pela falta de informações, mas pela abundância de mensagens. Transmitidas pelas redes sociais, o que facilita a difusão de todo tipo de opiniões sem nenhum critério ou hierarquização, essa abundância de informações é problemática, pois tende a desviar o foco dos temas fundamentais, provocando mais confusão do que compreensão. Quanto mais disseminam informações e opiniões, mais as redes sociais confundem e desorientam.
Contudo a sociedade não se tornou mais complexa apenas por sua dinâmica natural. As novas formas de ação política propiciadas por instrumentos digitais também ajudaram a aumentar o nível de complexidade social. As novas práticas políticas questionam a autoridade estabelecida, diversificam as possibilidades de ação e ampliam o campo do que é politicamente discutível. E ao lado dos mecanismos tradicionais de representação, como partidos e sindicatos, que já não dão conta da complexidade socioeconômica, multiplicaram-se ONGs que se mobilizam por meio de redes, o que lhes permite ultrapassar fronteiras territoriais, corroendo os espaços delimitados que serviam de referência na época em que tudo girava em torno do Estado-nação.
Decorre daí o sentido da indagação acima: a política é compreensível para os eleitores? Nesse cenário, a política tradicional tem se revelado incapaz de mostrar ao eleitorado o conjunto da sociedade e de seus atores, lógicas e discursos. Quando uma crise política eclode, é porque as práticas políticas não conseguem cumprir um de seus papéis básicos – o de tornar a sociedade visível a si mesma, facilitando sua inteligibilidade pelos cidadãos que a integram. Diante dessa incapacidade de compreender o que determina sua vida, os eleitores tendem a ficar confusos, deixando-se levar por indignações não construtivas e metáforas mobilizadoras. É possível recuperar a legitimidade estabelecida pela democracia representativa tradicional? Há alternativas a ela? Questões como essas têm sido discutidas, entre outros, pelo filósofo espanhol Daniel Innerarity, hoje em evidência na Europa. Ele tem uma visão crítica das redes sociais.

A seu ver, elas manipulam consumidores passivos de informações, não conseguem servir de instrumento para a articulação democrática da complexidade institucional. Mas vê com otimismo a possibilidade de se ampliar o processo democrático, com base na ideia do que chama de “sociedades inteligentes”, que remetem à imagem de organizações capazes de aprender, analisar e decidir coletivamente, abrindo-se a novos temas, aumentando o número de protagonistas e tornando viáveis formas de atuação que transcendam a relação vertical entre líderes e liderados. À medida que a complexidade de um sistema democrático aumenta, afirma, a tendência é que cresça o número de recursos cognitivos de que os eleitores necessitam, abrindo caminho para o fortalecimento de uma cultura política mais reflexiva e sofisticada.
Sociedades efetivamente democráticas são capazes de aprender por meio de dispositivos institucionais de inteligência coletiva e de reflexão sobre experiências de aprendizagem comunitária. A democracia é inviável quando não se consegue compreendê-la. Se os eleitores não forem capazes de entender o que está em jogo, a liberdade de opinião é inócua. Nesse caso, as redes sociais levam os eleitores a satisfazer seus desejos imediatos, sem valorizar horizontes de responsabilidade e noções elementares de direito. As sociedades que se polarizam em torno de antagonismos maniqueístas não forjam uma democracia sólida. “Uma opinião pública que não entenda a política e não seja capaz de julgá-la pode ser facilmente instrumentalizada ou enviar sinais equivocados para o sistema político”, diz Innerarity.
Essa confusão explica comportamentos políticos regressivos, como as simplificações populistas e a inclinação pelo autoritarismo – fatores que têm sido responsáveis pela decomposição das bases políticas de grupos de centro-direita ou de centro-esquerda. Nessa perspectiva, a política é reduzida a um teatro, já que suas operações têm apenas valor de entretenimento, dada a preferência dos eleitores pelos escândalos e pelas mensagens desqualificadoras de políticos em vez do intercâmbio de argumentos e de propostas, afirma Innerarity em seu último livro, Compreender la democracia. “O escândalo limitado ao comportamento de alguns poucos despolitiza o juízo acerca da sociedade em que vivemos. São esses esquematismos quase inevitáveis que explicam o fato de que os eleitores não votam com base de acordo com programas políticos, mas sim com base na personalidade do candidato, deixando-se levar facilmente por estereótipos, prejulgamentos e categorizações que levam o que é complexo por princípio ao nível do que lhes é familiar”, conclui.

José Eduardo Faria - O Estado de S.Paulo
 

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Moro no país das urgências

Moro deu entrevistas esclarecedoras, mostrou convergências com Bolsonaro, mas ainda há enigmas sobre como lidará com temas difíceis


Há uma enorme expectativa sobre como o novo ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, vai lidar com questões inteiramente novas para ele, que vão dos índios às prisões, passando pela migração nas nossas fronteiras. Sobre os pontos polêmicos da agenda do presidente eleito, o futuro ministro já mostrou muitas convergências e algumas dissonâncias. Ontem, o Cade saiu da alçada dele, mas a lista do que ele terá que assumir é imensa.

Num governo que tem improvisado além do razoável na comunicação, e tropeçado demais na relação com a imprensa, Moro tomou a decisão correta, de dar, no primeiro momento, uma entrevista longa, organizada, clara e aberta a todos os veículos. Na entrevista do fim de semana, ao “Fantástico” ele esclareceu outros pontos das dúvidas levantadas pela ida dele para o governo Bolsonaro. Nos dois momentos exibiu sua capacidade de pensar antes de falar, e de procurar palavras que arredondem as arestas. Mas não dá para contornar o incontornável. Disse que nunca viu de Bolsonaro “uma proposta de cunho discriminatório” contra minorias. Elas foram desrespeitadas em várias declarações do deputado. Ele foi bem explícito. [as minorias que querem agir como maioria e ainda tentando patrocinar coisas erradas precisam  aprender a arcar com as consequências das suas tentativas.]

Nas entrevistas, Moro esclareceu suas convicções, para além da pauta sobre a qual ele sempre falou. Demonstrou que concorda que haja um reforço legal de proteção ao policial ou o militar nos confrontos com criminosos. Acha natural que o presidente eleito proponha a flexibilização da posse de armas já que defendeu isso em campanha, mas alertou para o risco de as armas servirem de suprimento para o crime. O futuro ministro disse que é favorável à redução da maioridade penal e do aumento do rigor na progressão de pena. Ele qualifica o que pensa. Diz que quem continua pertencendo a uma organização criminosa não deveria ter o benefício da redução da pena. E não concorda com a tipificação de movimentos sociais mais aguerridos como grupos terroristas, apesar de achar que não podem ser inimputáveis. [a entrevista foi esclarecedora, inclusive por mostrar que Moro não é perfeito.]

A grande pauta de Jair Bolsonaro jamais foi o combate à corrupção. Ele foi parlamentar de ideia centrada numa agenda de conservadorismo, político e de costumes, e de defesa do regime militar, mesmo dos seus piores erros. A luta anticorrupção é inclusão recente pela oportunidade aberta pela Lava-Jato, na qual ele surfou atrás de eleitores.  Moro entendeu o convite, como ele tem dito com clareza, como a oportunidade que se abriu para que ele salvasse a Lava-Jato, por assim dizer. “Passei os anos pensando que a mesa poderia ser virada a qualquer momento. Era uma realidade presente”, disse. De fato, não faltou desejo em Brasília de barrar a Lava-Jato, mas a operação sempre teve muito apoio da imprensa, da opinião pública e de estudiosos de diversas áreas. Existem muitas ideias já amadurecidas em debate da sociedade civil, por isso não será difícil fazer o pacote anticorrupção. A dificuldade dele será negociar com alguns dos partidos que estarão na base de apoio do governo.

Há inúmeras outras questões esperando por Moro e não há qualquer informação sobre o que ele pensa de algumas delas. Quando perguntado sobre índios, ele deu uma não resposta. O Brasil tem uma extraordinária diversidade étnica, com mais de 200 povos, a maioria preserva a sua língua original, há grande cobiça de fazendeiros, muitos deles grileiros, em avançar sobre terras indígenas. [reserva de 50.000 hectares para 12 índios é um absurdo que só existe no Brasil e são aberrações dessa natureza que torna nosso Brasil uma  república da Banânia" - clique aqui (conheça o índio Adauto)  e aqui (conheça os 50.000 hectares para 12 índios e reservas próximas a rodovia para facilitar aos índios a cobrança ilegal de pedágio) e comprove com fatos o absurdo.] Tudo o que o presidente eleito falou até agora sobre índios revela espantoso desconhecimento da complexidade do tema e ideias que, se transformadas em política pública, terão efeitos desastrosos. Esse assunto caberá a Moro.

Na edição de domingo, este jornal trouxe reportagem do excelente jornalista Antônio Werneck com a lista dos vários barris de pólvora que passarão a integrar a agenda do futuro ministro: a guerra entre facções criminosas em 14 estados, [o combate rigoroso, com o abate de marginais quando necessário, somado as medidas abaixo acaba com a guerra.] o tráfico de drogas através de fronteiras porosas [aumentar vigilância das fronteiras e maior controle sobre as rotas marítimas e aéreas] , rotas marítimas e aéreas do tráfico de armas pesadas, regras para o contato de presos com parentes, amigos e advogados, [parlatório para todos os que pretenderem ao menos olhar para um preso e começando pelos advogados.]  relação com os estados que são, no fim das contas, os responsáveis pela política de segurança pública. Quando houver rebeliões em presídios o assunto sempre cairá sobre o colo do ministro da Justiça e Segurança.
Sergio Moro tem grande capacidade de trabalho como já mostrou na 13ª Vara Federal. Precisará dessa competência para não se perder em assuntos tão díspares. Ele vai descobrir que não poderá apagar algumas agendas para focar apenas no que elegeu como sua missão. O Brasil é o país das muitas urgências.