O marco “legal” estabelecido pela presidente do Supremo, Cármen
Lúcia, de que o STF não pode se apequenar e pautar suas decisões de
acordo com as conveniências de um único indivíduo é digno de nota.
Serviu para calar, mais do que isso, para dirimir quaisquer dúvidas
sobre a postura absolutamente imparcial que a Corte pretende adotar em
meio ao festival de aberrações politiqueiras e desvios de toda ordem que
tomaram conta da Nação.
Seria o procedimento natural e esperado de uma
Justiça que se diz cega e imparcial, mas episódios recentes suscitaram
receios acerca desse comportamento. Daí a reafirmação da juíza ter um
peso específico e fundamental neste momento. Cármen Lúcia foi além do
mero comentário, numa escalada de tom que subia dia a dia ao longo da
semana. Em entrevista após encontro com jornalistas, apontou que não
iria colocar em agenda revisões de jurisprudência já votada três vezes e
deliberada para a entrada em vigor desde 2016. Mais adiante, em
cerimônia ao lado do presidente Temer, reagiu a críticas e alertou que
discordar da Justiça é possível, mas desacatá-la era inadmissível.
[corroborando o afirmado no iniciado do parágrafo acima, destacamos que falar em imparcialidade da Suprema Corte é algo
injustificável, tendo em conta decisões claramente políticas tomadas
pela atual presidente, quando representando o STF e pela própria Corte
Suprema:
-
cassar, sem o menor amparo legal, buscando apenas marcar presença
durante o recesso da Corte que preside, a decisão do ministro do STJ
autorizando que a deputada Cristiane Brasil tomasse posse;
-
suspender um indulto natalino sob a alegação que poderia favorecer
eventuais criminosos da Lava-jato em mais uma decisão 'marcar
presença';
Citando
uma decisão do próprio STF: buscando agradar a população que sempre
gosta de ver um corrupto preso (quem não gosta???) fez a Lei da Ficha
Limpa retroagir para punir um político envolvido com a prática de atos
que se convencionou chamar CAIXA DOIS - que continua sem ser crime,
visto inexistir tipificação penal;
tudo com um detalhe: tal político já havia sido punido pelos atos praticados na época do seu cometimento - prática do ato e punição em data bem anterior a da promulgação da lei em questão - com base na lei existente na época dos fatos.
Pode o STF, a vista desses exemplos e de muitos outros, ser chamado de agir com postura imparcial?]
O recado tinha destino certo: a trupe de militantes petistas e o poderoso
“chefão” do Partido, Lula da Silva, que em um desvario coletivo e
antidemocrático passaram a incitar abertamente a desobediência civil,
com ameaças claras às instituições constituídas. Lula, em reunião da
Executiva Nacional do PT, chegou a afirmar que não respeitaria o
veredicto da oitava turma do TRF-4 que o condenou. A própria nota
oficial da agremiação falou em “farsa judicial” sobre a sentença. Serviu
como senha para conclamar aliados e simpatizantes ao confronto. O
senador Lindbergh vociferou em comício que a condenação era “golpe” e
pediu da mirrada plateia que o ouvia, sem sucesso, uma resposta radical
nas ruas. Ao lado de Gleisi, do “exército” brancaleone de João Stédile e
de poucos agregados, o senador almejou mudar tudo na marra. Faltou
senso de ridículo e de responsabilidade, dado o cargo que
ocupa. Espernear vem resultando em nada. Evidentemente, o STF não se
prestaria ao papel de rearrumar uma lei para atender ou beneficiar quem
quer que fosse, muito menos alguém que se imagina acima da Carta Magna.
A
suposta disposição de beneficiar Lula, revendo entendimentos anteriores
justamente nessas circunstâncias, violaria de maneira constrangedora a
isonomia da Justiça, num casuísmo gritante. A questão em voga era a
prisão em segunda instância, recolocada em discussão após os três
desembargadores, de forma unânime, reiterarem a culpa do ex-presidente
em um processo por corrupção – que, no seu caso, teve agravante de pena
de 12 anos e um mês – e que pode trancafiá-lo atrás das grades a partir
de março próximo. A parolagem petista fala em rever a sentença através
de apelação naquele que consideram um tribunal mais maleável, digamos
assim. No entender dessa turma o STF tem sido permissível a pressões
políticas e, por isso, lá Lula joga suas melhores chances.
Seria, para
dizer o mínimo, um movimento desastroso e constrangedor se o Supremo
confirmasse essas expectativas, botando para votar de novo a prisão em
segunda instância, eventualmente reciclando a regra que vigora no
momento para livrar Lula da prisão. Como um verdadeiro cordão de
isolamento a favor da lei atual, diversas organizações de magistrados se
manifestaram pedindo coerência e respeito ao que foi estabelecido e
transita em julgado. Lançaram assim uma espécie de ofensiva contra o que
consideram riscos de enfraquecimento do Poder Judiciário. A legião de
advogados do PT, numa manobra derradeira, ainda buscou arrancar um
habeas corpus no STJ com argumentos risíveis, misturando política nas
alegações para uma soltura preventiva de Lula, que não foi concedida.
Diz o requerimento que ele “é líder absoluto nas pesquisas” e, logo, não
deveria ter “a privação de sua liberdade” dado o risco à democracia.
Não condenar alguém em virtude de representatividade é de uma tolice sem
tamanho. [quanto maior a representatividade mais pesada deve ser a pena, destacando assim o caráter exemplar da medida punitiva.] Votos não garantem licença para delinquir.
O intento evidente
da defesa é o de transformar tribunais em palanques, vendendo a tese de
uma conspiração generalizada que envolveria Judiciário, Polícia Federal,
mídia e adversários. O PT, decerto, perdeu o eixo. A paródia de uma
perseguição política dessa magnitude é indefensável no plano da
realidade. Tal patacoada dos advogados só não é maior que a pretensa
ambição deles em estender o debate a fóruns internacionais, denunciando
ao mundo aleivosias. De uma maneira ou de outra, a suprema decisão de
Cármen Lúcia veio na hora certa. Resgatou o bom-senso. Desbaratou as
articulações dos que anseiam por uma Justiça lenta e menos efetiva. E,
acima de tudo, evitou uma mácula ultrajante na imagem da instituição.
Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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sábado, 3 de fevereiro de 2018
Suprema decisão
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