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sábado, 8 de maio de 2021

O comandante da Revolução Verde no Brasil - Revista Oeste

Indicado ao Nobel da Paz deste ano, Alysson Paulinelli conseguiu transformar áreas degradadas do cerrado numa das regiões cultiváveis mais produtivas do planeta

Alysson Paulinelli tinha 34 anos quando assumiu, em 1974, o Ministério da Agricultura do governo Ernesto Geisel. Desde 1971 no comando da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, no novo cargo ele seria um dos protagonistas da Revolução Verde, que transformou um Brasil importador em um dos maiores exportadores mundiais de grãos, leguminosas, frutas e proteína animal. “Nas décadas de 1960 e 1970, quase 50% da renda familiar do brasileiro era destinada à alimentação”, diz Paulinelli. “A partir dos anos 1980, esse custo caiu para menos de 30%. O alimento melhorou e ficou mais barato.”

Essa mudança só foi possível graças a três fatores: pensamento de longo prazo, projetos claros e muito investimento. A primeira medida foi o envio de 1.500 jovens aos melhores centros de pesquisa agropecuária dos cinco continentes. A missão dessa pequena multidão era absorver o conhecimento que já existia e adaptá-lo ao país de origem. De volta, ao lado de gente como Paulinelli, eles conseguiram façanhas notáveis. A principal foi transformar áreas degradadas do cerrado numa das regiões cultiváveis mais produtivas do planeta.

Por seu desempenho no combate à fome no Brasil e no mundo, Paulinelli acaba de ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz de 2021. Permanentemente otimista, ele diz com bom humor o que pensa do futuro da agricultura no país: “Se o Brasil fizer aquilo de que é capaz, daqui a 30, 50 anos estaremos entregando a nossos consumidores um produto com as mesmas características do alimento que Adão e Eva comeram no paraíso”.

Confira os principais trechos da entrevista.

Como o senhor recebeu a notícia da indicação ao prêmio Nobel da Paz?
Foi uma surpresa e uma grande honra. Um gesto muito carinhoso de amigos que trabalham comigo há mais de 50 anos. O Brasil precisa do esforço de todos para vencer suas dificuldades, e esse foi o resultado de um trabalho que fizemos desde 1954. Se ganharmos, esse prêmio não será meu, mas de todos os brasileiros.

“O Brasil não só preservou sua vegetação como tornou produtivas áreas degradadas”

[No artigo de Evaristo de Miranda, além de informações precisas sobre tudo que o Brasil tem feito em prol da proteção florestal, você se torna conhecedor de que os países 'preservacionistas' reservam áreas degradadas, inúteis - tipo geleiras, desertos - para preservação enquanto o Brasil preserva suas melhores áreas = os verdadeiros filés.]
 
O brasileiro reconhece a importância do agronegócio?
O agricultor não soube se comunicar bem. A sociedade teve benefícios fabulosos. Quando o Brasil importava comida, a família média brasileira pagava o alimento mais caro do mundo. Nas décadas de 1960 e 1970, 48% de toda a renda era destinada à alimentação, o que inviabilizava investir numa educação melhor, em saúde de mais qualidade, num bom transporte. Entre 1980 e 2000, esse custo caiu para 30%. O alimento passou a ser melhor e mais barato. Nos últimos meses, houve uma nova alta nos preços por causa da escassez, mas com a normalização da oferta eles voltarão a cair. E ninguém será mais eficiente nisso que o Brasil. Já somos os primeiros produtores ou estamos entre os maiores em quase tudo: soja, milho, carne, frango, açúcar, laranja.

Leia também o artigo de Evaristo de Miranda nesta edição, “O campeão da proteção florestal”

Branca Nunes - Revista Oeste