Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
[a esquerda se alimenta da crueldade existente nas mais cruéis repugnantes ditaduras; quanto maior a crueldade, melhor para os malditos esquerdistas.]
‘O antissemitismo atual transformou-se no preconceito contra e na demonização do Estado judeu’, diz Pilar Rahola
A jornalista iraniana Narges Mohammadi ganhou o Nobel da Paz deste ano.
Não poderá recebê-lo. Está presa, condenada por “propaganda contra o
Estado”, um crime de opinião.
Não atirou bombas, nunca conspirou.
Sua
pena é de dez anos e nove meses, parte do tempo em confinamento
solitário. Mais exatas 154 chicotadas. Não se sabe se foi chicoteada. O
governo não presta qualquer informação.
No início deste mês, a representação do Irã na ONU foi designada para a
presidência do Fórum Social do Conselho de Direitos Humanos. O
presidente do Irã, Ebrahim Raisi,
é o responsável direto pela execução de dissidentes e adversários. No
final do ano passado, a jovem Mahsa Amini morreu num presídio, para onde
fora levada pelo crime de não usar corretamente o véu. Mulheres e
homens iranianos protestaram nas ruas. Muitos foram mortos.
O Irã sustenta e financia o Hamas, com o fim declarado de varrer o Estado de Israel
e matar os judeus. O Irã jamais seria admitido na União Europeia. A
comunidade não acolhe ditaduras. Também não acolhe países cujas
legislações incluem discriminação por sexo, raça, religião, posições
políticas. Exige, sem concessões, o respeito aos direitos das mulheres.
O Irã foi recentemente admitido no Brics, na origem formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O presidente Lula saudou o presidente Ebrahim Raisi. O PT havia parabenizado Raisi por sua eleição — duvidosa, sem observadores internacionais.
O Prêmio Nobel da Paz de 2022 foi concedido ao Centro pelas Liberdades
Civis, organização sediada em Kiev, fundada pela ativista ucraniana
Oleksandra Matviichuk. Dividiu a honraria com outra organização por
direitos humanos, Memorial, russa, e com o ativista Ales Bialiatski,
preso na Bielorrússia. A Memorial é perseguida pelo governo de Vladimir
Putin. A Bielorrússia apoia a Rússia.
As manifestações que a esquerda vem promovendo mundo afora defendem o
Hamas e o Irã, apoiam a Rússia contra a Ucrânia, esta considerada cabeça
de ponte do Ocidente “imperialista”. Atacam a União Europeia e,
especialmente, os Estados Unidos e Israel. Estes são “terroristas” ou
aliados deles. Por uma mistura de miopia, ignorância, preconceito e,
sim, antissemitismo, a esquerda do Sul Global apoia as ditaduras e seus
crimes. E ataca as democracias ocidentais.
Os Estados Unidos formam a maior democracia do mundo.
Claro, cometem
pecados e erros de política internacional. Mas corrigem lá mesmo.
Foram
os americanos que acabaram com a Guerra do Vietnã. O presidente Joe
Biden diz que a guerra do Iraque foi um equívoco lamentável. [equívoco só superado pela eleição do abortista Biden.]
Israel é um Estado democrático, com eleições livres e regulares. Há
liberdade de imprensa. Árabes podem frequentar suas mesquitas e se
elegem para o Parlamento. Claro, comete pecados e erros — o maior deles,
no momento, a ocupação da Cisjordânia com os assentamentos.
Ocorre que os israelenses há anos não conseguem formar uma maioria
parlamentar consistente. Em grandes linhas, tomaram dois caminhos.
Primeiro, com os sociais-democratas do Partido Trabalhista, tentaram a
negociação com o Fatah (Autoridade Palestina). Chegaram a dois acordos
(Washington e Oslo) que definiam os dois Estados. Nos dois casos, a
Autoridade Palestina, primeiro com Arafat, depois com Abbas, não obteve
aprovação entre os palestinos.[só haverá PAZ no Oriente Médio quando o povo palestino tiver seu Estado = o que torna imperioso que o caminho dos DOIS Estados - um para os judeus e outro para os palestinos - seja aprovado e implantado.]
O Partido Trabalhista foi afastado, e os israelenses colocaram no
governo a direita, que defendia a solução militar. Também não deu certo.
Agora, as eleições acabam sempre empatadas. E Netanyahu tem conseguido
formar gabinetes recrutando pequenos partidos religiosos e de direita.O terrorismo do Hamas e o antissemitismo global reforçam essa direita.
Cito a ensaísta espanhola Pilar Rahola: “Israel encarna, na própria
carne, o judeu de sempre. Um pária de nação entre as nações, para um
povo pária entre os povos.
É por isso que o antissemitismo do século XXI
foi vestido com o disfarce efetivo da crítica anti-Israel. Toda crítica
contra Israel é antissemita? Não. Mas todo o antissemitismo atual
transformou-se no preconceito contra e na demonização do Estado judeu.
Um vestido novo para um ódio antigo”.
"O povo venezuelano já foi feliz. Tinha a maior renda
per capita da América Latina; eram os "sauditas" sul-americanos do
petróleo"
Minha candidata ao Prêmio Nobel da Paz é a Operação
Acolhida. Desde junho de 2018, já entraram no Brasil mais de 800 mil
venezuelanos, que deixaram seu país natal por causa da fome e das
perseguições políticas. Segundo o órgão de refugiados da ONU, já
deixaram a Venezuela sete milhões de pessoas, a maioria indo para a
Colômbia, porque é vizinha e tem a mesma língua.
Os que vieram para o
Brasil pela Operação Acolhida, em geral, chegaram famintos, subnutridos,
doentes, e foram alimentados, tratados e encaminhados, do extremo norte
do Brasil, para os estados brasileiros, para terem vida digna para si e
família. O Exército Brasileiro cumpriu uma honrada missão humanitária
nessa operação. Por isso, foi estranho ver gloriosos Dragões da
Independência, do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, formados em
alas, apresentando lanças para honrar o causador do êxodo de
venezuelanos, Nicolás Maduro, enquanto subia a rampa do Palácio do
Planalto.
O povo venezuelano já foi feliz. Tinha a maior renda
per capita da América Latina; eram os "sauditas" sul-americanos do
petróleo;o combustível, lá, era quase de graça; só dirigiam carrões
americanos; abarrotados de divisas, importavam o que de melhor havia no
mundo.
Mas veio Hugo Chávez e seu bolivarianismo, uma versão
sul-americana de marxismo. Se Marx não deu certo na União Soviética, em
cerca de 70 anos de poderes divinos sobre as pessoas, por que não daria
certo na América Latina, onde a memória do povo não tem Tolstói para
contar a História? Quem sabe um Bolívar revisado? Com isso, destruíram a
Venezuela. Chávez morreu há 10 anos, e Maduro é seu sucessor, com esse
Bolívar de propaganda, que contrasta o Bolívar libertador.
Hugo Chávez inventou uma união de países sul-americanos
para ver se por aqui viceja o marxismo. A Unasul foi criada em 2008 por
ele, com o apoio de Lula. Não sobreviveu ao estatuto do Mercosul, que
exige democracia de seus integrantes. Como Lula não exige isso de Evo,
de Ortega nem de Maduro, quer recriar a Unasul, talvez com outro nome.
Doutor Goebbels fazia isso, tal como antes fizeram os bolcheviques.
Troca o nome e faz o mesmo. É o que pretende fazer com os presidentes
visitantes, depois da recepção especial com que celebrou Maduro, na
segunda-feira, no Palácio do Planalto e no Itamaraty.
O Doutor Freud estudou o mecanismo de fuga com seus
pacientes em Viena. Lula foge das questões internas, que não consegue
resolver, viajando. China, Japão, Europa, Estados Unidos… e, agora,
Brasília, reunindo vizinhos para propor a paz no mundo e a
bem-aventurança na América Latina. Não consegue se impor, como gostaria,
ao Congresso Nacional, porque ainda vive na primeira década do milênio.
Mas sonha com liderança externa e gera propaganda com essa reunião em
Brasília. Áulico não falta para aplaudir o argumento dele de que há
preconceito contra Maduro, numa narrativa sobre as consequências de seu
governo. Só que a realidade não está em Brasília, na boca de Lula, mas
em Pacaraima, com a Operação Acolhida mostrando o que acontece além da
fronteira com a Venezuela.
Foi
passando, foi passando, e já ficou tarde. Mas ainda acho que vale uma
reflexão, especialmente neste país fissurado na gritaria ôca da "defesa
da democracia".
Aiman
Al-Zawahiri, o segundo homem da Al-Qaeda abaixo de Osama Bin Laden de
quem foi o médico particular, era egípcio.
Em 1981 foi preso e solto por
falta de provas em conexão com o assassinato de Anwar Sadat, presidente
de seu país e Nobel da Paz por ter cessado a guerra multimilenar contra
os odiados judeus.
Entre as carnificinas a que está ligado estão a
primeira tentativa de derrubar o World Trade Center com um caminhão de
explosivos no subsolo em 1993, o assassinato a faca de 62 turistas em
Luxor em 1997, a explosão das embaixadas americanas do Quênia e da
Tanzania em 1998 com 213 mortos e mais de 5.500 feridos, o atentado
contra o USS Cole da marinha americana em 2000 com 17 mortos.
Estava no
desenho e na execução do 11 de setembro com 2.996 mortes. E também na do
massacre de 12 dos cartunistas e redatores do Charlie Hebdo em Paris em
2015.
Ao fim de
mais de 20 anos de espera e persistência os serviços secretos americanos
localizaram Al-Zawahiri na Cabul desocupada, Afeganistão, onde tinha o
hábito de ler por algumas horas todos os dias numa determinada varanda.
A justiça entrou pela janela (quebrada na foto).
A diferença
real entre democracia e anti-democracia, civilização e barbárie, está,
por exemplo, em gastar bilhões de dólares e anos de estudo para
desenvolver um "míssil" que não carrega explosivos capaz de matar um
celerado cirurgicamente,"a bisturi", a milhares de quilômetros de
distância num país inimigo, sem ferir, nem qualquer de seus parentes e
acompanhantes, nem mesmo os seus guarda-costasna casa em que se
escondia, ao fim de uma caçada que começou ainda antes do 11 de setembro
de 2001 para "bring to justice"o terrorista que atira Boeingslotados
contra edifícios de mais de 100 andares cheios de avós, de pais, de
mães, de filhos e de netos de gente que ele assassinou sem sequer saber
quem eram.
E tudo para
provar que o crime não compensa,que a Justiça tarda, mas não falha, e
que existe, sim, uma enorme diferença entre o ódio cego e coletivo e a
responsabilidade individual.
Um exemplo extremo, mas definidor e definitivo.
São
"sutilezas" como esta que não interessa ao Brasil Oficial, que ocupa as
telinhas a partir dos "jornais nacionais"do horário de quem dorme tarde
em diante e "narra"ou distribui ele mesmo navalhadas no escuro, pegue
em quem pegar,"em nome da democracia",destacar para o Brasil Real,
aquele dos programas do final da tarde que se dividem entre os
necrotérios sórdidos onde desfilam as mães ululantes dos assassinados
pelo descaso e pela impunidade no favelão nacional onde a vida não vale
nada e os pastores televisivos que vivem da desesperança absoluta de
haver justiça, um dia, onde não há democracia hoje.
Publicado originalmente em O Vespeiro - O autor é jornalista
Lula confessa ter oferecido a sequestradores
companheiros o socorro que negou a presos políticos cubanos
Luiz Inácio Lula da Silva | Foto: Ronaldo Silva/Futura Press
O avô de um amigo constrangia a família e assombrava visitantes ao cruzar a sala em silêncio, com passadas rápidas e inteiramente nu. Uma tia do meu pai, feliz com a festa do 100º aniversário, fez a dezenas de convidados já de saída as mesmas perguntas e a mesma oferta que repetira durante a vida inteira a quem aparecia na fazenda Itagaçaba: “Comeu bem? Bebeu bem? Quer pouso?”. Ao lado da aniversariante, a filha Bibi sussurrava a advertência: “Mãe, para com isso. Se alguém aceitar dormir aqui, não tem como acomodar”. Tia Leonor ouvia com atenção o conselho da única figura cujo nome não esquecera, mas retomava o mantra assim que alguém se despedia: “Comeu bem? Bebeu bem? Quer pouso?”. Outra parente octogenária caminhara em sentido oposto: se a filha cujo nome já sumira da memória continuasse puxando conversa na hora do almoço, ela perguntaria à caçula quando é que aquela estranha iria embora para que dividissem a mesa em sossego. Ela só reconhecia a filha caçula e, sabe Deus por quê, Silvio Santos.
Como a dilatação da expectativa de vida é mais veloz que os avanços da geriatria, incontáveis famílias hoje têm de lidar com casos assim. É preciso tratá-los com a amorosa paciência. Os avós da minha geração morriam cedo. Hoje, milhões de crianças crescem com bisavós por perto — e aprendem que podem fazer o que quiserem. Mas só no Brasil existe algo equivalente num partido político: pelo que tem dito e feito, Lula é a bisa do PT. Decide se o partido vai lançar candidato a governador ou contentar-se com a indicação do vice, muda o programa do partido sem consultar ninguém, envereda por assuntos que qualquer candidato com um pingo de juízo evita. Faz o que lhe dá na telha, e agora deu de fazer revelações que um político com um cisco de juízo guardaria em segredo. A última do patriarca destrambelhado consumou-se neste 17 de junho: resolveu gabar-se de ter libertado os arquitetos e os executores do sequestro do empresário Abílio Diniz, ocorrido durante as eleições presidenciais de 1989.
Lula pousou em Havana um dia depois da morte do dissidente Orlando Zapata Tamayo, que não resistira a 85 dias em greve de fome
Lula contou que, em 1998, botou na cabeça que deveria devolver à liberdade os autores do crime. Presos havia dez anos, tinham acabado de entrar em greve de fome.“Esses jovens, tinha argentinos, tinha gente da América Latina, iam entrar em greve seca, que é ficar sem comer e beber”, jurou num palavrório em Maceió. “A morte seria certa. Aí, então, eu fui procurar o ministro da Justiça, chamado Renan Calheiros.”Renan aconselhou-o a tratar diretamente com o presidente da República. Lula disse ter procurado FHC para dar-lhe um conselho:“Fernando, se você soltar os presos, pode entrar para a história como um democrata que evitou que dez jovens que cometeram um erro morressem na cadeia”.Nessa versão, Fernando Henrique concordou em libertar os presos se fosse interrompida a greve de fome. Lula: “Fui na cadeia no dia 31 de dezembro conversar com os meninos e falar: ‘Olha, vocês vão ter de dar a palavra para mim, vocês vão ter de garantir pra mim que vão acabar com a greve de fome agora, e vocês serão soltos’. Eles respeitaram a proposta, pararam a greve de fome e foram soltos. E eu não sei onde eles estão agora”. [OPINIÃO SINCERA... é de se lamentar que o presidente sociólogo tenha libertado os bandidos = se eles tivessem entrado em greve de fome e morrido o mundo seria melhor.
- e,melhor ainda se o descondenado petista fosse junto com eles - imaginem teríamos nos livrado da maior quadrilha que assaltou o Brasil por 13 anos.]
Nenhum deles foi solto pelo governo brasileiro.Foram extraditados no ano seguinte, para cumprirem em seus países o que restava da pena de prisão.
De todo modo, isso é o que menos importa: Lula sempre mentiu como quem respira. Muito mais chocante foi a obscena exposição do desprezo do ex-presidente pela clemência e pelos direitos humanos. Só um cafajeste de fina estampa pode exigir que companheiros terroristas fossem contemplados com o socorro que, 12 anos depois, negaria a dezenas de cubanos que discordaram publicamente da ditadura comunista.
Em fevereiro de 2010, numa carta endereçada ao oportunista homiziado no Palácio do Planalto,42 dissidentes encarcerados na ilha-presídio reiteraram o apelo ao Pai dos Pobres (e Mãe dos Ricos):“Ao sabermos de sua próxima visita a Cuba, solicitamos que, durante as conversações que manterá com representantes do primeiro escalão do governo, fale de nossa situação e advogue a favor de nossa libertação”.
Lula pousou em Havana um dia depois da morte do dissidente Orlando Zapata Tamayo, que não resistira a 85 dias em greve de fome. Nem por isso hesitou em atirar ao lixo o argumento que apresentara a FHC para devolver à liberdade os autores de um dos mais abjetos sequestros registrados no Brasil. “Greve de fome não pode ser utilizada como um pretexto de direitos humanos para libertar pessoas”, recitou o chefão da esquerda de botequim. “Imagine se todos os presos em São Paulo entrassem em greve de fome e pedissem libertação.”
Afrontados pela infame hostilidade do presidente brasileiro, os cubanos acuados endereçaram ao presidente da Costa Rica o mesmo pedido de ajuda que Lula rechaçou. Fiel à biografia admirável, Oscar Arias nem esperara pela chegada do apelo, que Lula confessara não ter lido “por falta de tempo”,para estender a mão às vítimas dos carrascos. Já publicara no jornal espanhol El País um artigo que induzia a uma pedagógica comparação entre dois chefes de governo:
ARIAS: Uma greve de fome de 85 dias não foi suficiente para convencer o governo cubano de que era necessário preservar a vida de uma pessoa, acima de qualquer diferença ideológica. Não foi suficiente para induzir à compaixão um regime que se vangloria da solidariedade que, na prática, só aplica a seus simpatizantes. Nada podemos fazer agora para salvar Orlando Zapata, mas podemos erguer a voz em nome de Guillermo Fariñas Hernández, que há 17 dias está em greve de fome em Santa Clara, reivindicando a libertação de outros presos políticos, especialmente aqueles em precário estado de saúde.
LULA:Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubano, de prender as pessoas em função da lei de Cuba, assim como quero que respeitem o Brasil.
ARIAS: Seria perigoso se um Estado de Direito se visse obrigado a libertar todos os presos que decidirem deixar de alimentar-se. Mas esses presos cubanos não são como os outros, nem há em Cuba um Estado de Direito. São presos políticos ou de consciência, que não cometeram nenhum delito além de opor-se a um regime.
Lula: Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubanos.
ARIAS: Não existem presos políticos nas democracias. Em nenhum país verdadeiramente livre alguém vai para a prisão por pensar de modo diferente. Cuba pode fazer todos os esforços retóricos para vender a ideia de que é uma democracia especial. Cada preso político nega essa afirmação. Cada preso político é uma prova irrefutável de autoritarismo. Todos foram julgados por um sistema de independência questionável e sofreram punições excessivas sem terem causado danos a qualquer pessoa.
Lula: Cada país tem o direito de decidir o que é melhor para ele.
ARIAS: Sempre lutei para que Cuba faça a transição para a democracia. O governo de Raúl Castro tem outra oportunidade para mostrar que pode aprender a respeitar os direitos humanos, sobretudo os direitos dos opositores. Se o governo cubano libertasse os presos políticos, teria mais autoridade para reclamar respeito a seu sistema político e à sua forma de fazer as coisas.
Lula: Não vou dar palpites nos assuntos de outros países, principalmente um país amigo.
ARIAS: Estou consciente de que, ao fazer estas afirmações, eu me exponho a todo tipo de acusação. O regime cubano me acusará de imiscuir-me em assuntos internos, de violar sua soberania e, quase com certeza, de ser um lacaio do império. Sem dúvida, sou um lacaio do império: do império da razão, da compaixão e da liberdade. Não me calo quando os direitos humanos são desrespeitados. Não posso calar-me se a simples existência de um regime como o de Cuba é uma afronta à democracia. Não me calo quando seres humanos estão com a vida em jogo só por terem contestado uma causa ideológica que prescreveu há anos. Vivi o suficiente para saber que não há nada pior que ter medo de dizer a verdade.
Oscar Arias é um chefe de Estado. Lula é chefe de uma seita com cara de bando.
Arias conhece a História e tenta moldar um futuro mais luminoso.
Lula nunca leu um livro, não sabe o que aconteceu e só pensa na próxima eleição.
Arias é justo e generoso. Lula é mesquinho e oportunista. Arias se guia por princípios e valores. Lula menospreza irrelevâncias como direitos humanos, liberdade ou democracia.
O artigo do presidente da Costa Rica, um homem digno, honrou o Nobel da Paz que recebeu.
A discurseira do presidente brasileiro, um falastrão sem compromisso com valores morais, tornou-o tão candidato ao prêmio quanto Nicolás Maduro. A colisão frontal entre o que Arias escreveu e o que Lula disse escancarou a distância abissal que separa o estadista de um político de esgoto.
Indicado ao Nobel da Paz deste ano, Alysson Paulinelli conseguiu transformar áreas degradadas do cerrado numa das regiões cultiváveis mais produtivas do planeta
Alysson Paulinelli tinha 34 anos quando assumiu, em 1974, o Ministério da Agricultura do governo Ernesto Geisel. Desde 1971 no comando da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, no novo cargo ele seria um dos protagonistas da Revolução Verde, que transformou um Brasil importadorem um dos maiores exportadores mundiais de grãos, leguminosas, frutas e proteína animal.“Nas décadas de 1960 e 1970, quase 50% da renda familiar do brasileiro era destinada à alimentação”, diz Paulinelli. “A partir dos anos 1980, esse custo caiu para menos de 30%. O alimento melhorou e ficou mais barato.”
Essa mudança só foi possível graças a três fatores: pensamento de longo prazo, projetos claros e muito investimento. A primeira medida foi o envio de 1.500 jovens aos melhores centros de pesquisa agropecuária dos cinco continentes. A missão dessa pequena multidão era absorver o conhecimento que já existia e adaptá-lo ao país de origem. De volta, ao lado de gente como Paulinelli, eles conseguiram façanhas notáveis. A principal foi transformar áreas degradadas do cerrado numa das regiões cultiváveis mais produtivas do planeta.
Por seu desempenho no combate à fome no Brasil e no mundo, Paulinelli acaba de ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz de 2021. Permanentemente otimista, ele diz com bom humor o que pensa do futuro da agricultura no país: “Se o Brasil fizer aquilo de que é capaz, daqui a 30, 50 anos estaremos entregando a nossos consumidores um produto com as mesmas características do alimento que Adão e Eva comeram no paraíso”.
Confira os principais trechos da entrevista.
Como o senhor recebeu a notícia da indicação ao prêmio Nobel da Paz? Foi uma surpresa e uma grande honra. Um gesto muito carinhoso de amigos que trabalham comigo há mais de 50 anos. O Brasil precisa do esforço de todos para vencer suas dificuldades, e esse foi o resultado de um trabalho que fizemos desde 1954. Se ganharmos, esse prêmio não será meu, mas de todos os brasileiros.
“O Brasil não só preservou sua vegetação como tornou produtivas áreas degradadas”
[No artigo de Evaristo de Miranda, além de informações precisas sobre tudo que o Brasil tem feito em prol da proteção florestal, você se torna conhecedor de que os países 'preservacionistas' reservam áreas degradadas, inúteis - tipo geleiras, desertos - para preservação enquanto o Brasil preserva suas melhores áreas = os verdadeiros filés.]
O brasileiro reconhece a importância do agronegócio? O agricultor não soube se comunicar bem. A sociedade teve benefícios fabulosos. Quando o Brasil importava comida, a família média brasileira pagava o alimento mais caro do mundo. Nas décadas de 1960 e 1970, 48% de toda a renda era destinada à alimentação, o que inviabilizava investir numa educação melhor, em saúde de mais qualidade, num bom transporte. Entre 1980 e 2000, esse custo caiu para 30%. O alimento passou a ser melhor e mais barato. Nos últimos meses, houve uma nova alta nos preços por causa da escassez, mas com a normalização da oferta eles voltarão a cair. E ninguém será mais eficiente nisso que o Brasil. Já somos os primeiros produtores ou estamos entre os maiores em quase tudo: soja, milho, carne, frango, açúcar, laranja.
O partido da ganhadora do Nobel da Paz de 1991 venceu
massivamente as eleições legislativas, mas o Exército insiste que houve
inúmeras irregularidades
No dia da posse do Parlamento que venceu as eleições de novembro do ano
passado, o Exército de Mianmar prendeu a líder da Liga Nacional para a
Democracia (LND), Aung San Suu Kyi; o presidente, Win Myint; e outros
nomes do partido governante. Horas antes, os militares afirmaram, pelo
Facebook, que cumpririam a Constituição e respeitariam o resultado do
pleito. Porém, a comunidade internacional já alertava para o risco de um
possível golpe, especialmente depois que o general Min Aung Hlaing,
chefe do Tatmadaw — as Forças Armadas do país — declarou, na
quarta-feira passada, que abolir as regras constitucionais “poderia ser
necessário sob certas circunstâncias”.
[a prevenção continua sendo um dos melhores remédios.]
O partido da ganhadora do Nobel da Paz de 1991 venceu
massivamente as eleições legislativas, mas o Exército insiste que houve
inúmeras irregularidades. “Ouvimos que (Suu Kyi) está detida em
Naypyidaw (capital do país), supomos que o Exército está organizando um
golpe de Estado”, disse à agência de notícias France-Presse um porta-voz
da LND, Myo Nyunt, na manhã de ontem (domingo à noite em Brasília). As
Forças Armadas não se pronunciaram.
As linhas telefônicas de Naypyitaw foram cortadas,
interrompendo a comunicação com o país do sudeste asiático, mas o
correspondente da rede britânica BBC reportou ter visto soldados nas
ruas de Yangon e da capital. A emissora de tevê estatal do país
informou, pelo Facebook, que estava com “dificuldades técnicas” para
fazer transmissões, e estrangeiros relataram dificuldades para ligar
para o país. Depois, a internet e a energia elétrica também teriam sido
desligadas.
Golpe de Estado Na sexta-feira, a delegação da União Europeia, a embaixada norte-americana e outras 15 representações diplomáticas no país juntaram-se à Organização das Nações Unidas (ONU) na preocupação sobre um possível golpe de Estado e pediram para Mianmar “aderir às
normas democráticas”. “Esperamos a convocação pacífica do Parlamento, em
1º de fevereiro, com a eleição do presidente e dos chefes das duas
assembleias. Nos opomos a qualquer tentativa de alterar o resultado das
eleições, ou de impedir a transição democrática em Mianmar”, ressaltou a
nota.
Há 10 anos, o país pôs fim a um regime militar, no
poder há quase meio século. O próprio Exército restabeleceu a
democracia, não sem antes elaborar a Constituição, que prevê uma divisão
de poderes entre civis e generais. O chefe do Tatmadaw é considerado,
hoje, o homem mais poderoso de Mianmar. Desde novembro, os militares desconfiam da legalidade
do pleito e exigiram a possibilidade de verificar as listas de
eleitores. O pedido foi reiterado pelo porta-voz do Exército, Zaw Min
Tun, na terça-feira passada, em uma coletiva de imprensa na qual não
descartou uma tomada do controle do país para lidar com o que chamou de
crise política.
Os temores aumentaram ainda mais no dia seguinte, com
as declarações do general Hlaing. Porém, na quinta-feira, a Comissão
Eleitoral divulgou um comunicado, dizendo que a votação foi livre, justa
e confiável, e que refletiu “a vontade do povo”. O órgão negou as
denúncias de fraude, mas reconheceu “falhas” nas listas de eleitores. A
Comissão informou ainda que investiga um total de 287 queixas. Já os
militares afirmam que houve 8,6 milhões de casos de fraude em todo o
país, alegação que querem investigar.
Em Blog No último artigo do ano, não
queria fazer uma resenha.
Apenas me ater a uns traços mais gerais para explicar como chegamos até aqui e
para onde, possivelmente, estamos nos dirigindo. Tentei a forma clássica de
explicar o que vejo aqui pesquisando os analistas mais amplos que tentam
entender o mundo, os fenômenos que repercutem em muitos lugares, inclusive no
Brasil.
Ao ler um deles, o sociólogo
Ulrich Beck, autor de A Metamorfose do Mundo, deparei-me com o seguinte
argumento que considera o ritmo das mudanças atuais muito mais rápido que os
efeitos, por exemplo, da Revolução Francesa: A metamorfose do mundo
ocorre com uma velocidade realmente inconcebível: em consequência, está
ultrapassando e esmagando não apenas pessoas, mas instituições. É por isso que
a metamorfose que acontece nesse momento, diante de nossos olhos, está quase
fora da conceituação da teoria social. Por isso que muitas pessoas têm a
impressão de que o mundo está louco.
Modestamente, o que me resta é
descobrir alguns pontos em que a loucura mundial se entrelaça com a
brasileira e que tipo de iguana nasce desse cruzamento. A novidade do ano
de 2019 foi a mudança de governo, início de uma nova etapa. Ela apresentou
inúmeros pontos de contato com os Estados Unidos, expressando um divórcio quase
hostil entre as pessoas comuns e os intelectuais e acadêmicos. Elas parecem
cansadas de ter alguém pensando por elas, indicando caminhos, dizendo o que
pode ou não ser feito. A frustração econômica e o desencanto com a política
estenderam-se também à elite intelectual, considerada uma parte do sistema.
A
internet teve um peso decisivo ao dar voz a milhões de pessoas. O avanço tecnológico não apenas
favoreceu a democracia, mas tem também suas consequências negativas. Pessoas
que, como lembra Umberto Eco,
destilavam seu ódio ou suas bobagens num botequim agora o fazem em cena aberta.
No caso brasileiro, a desconfiança em relação aos intelectuais estendeu-se
também aos cientistas, questionados por novos interlocutores, que vão desde
quem nega o aquecimento global até quem crê no terraplanismo.
Apesar desses elementos
perturbadores, a experiência do primeiro ano de Bolsonaro pode ser comparada ao
governo Margaret Thatcher, ambos liberais dispostos a soltar as amarras do
mercado. No plano político, o principal objetivo de Thatcher era impedir
a volta dos trabalhistas ao poder; o de Bolsonaro, impedir a volta do PT. Thatcher
começou por enfraquecer os sindicatos, questionando os acordos salariais
coletivos, um dos seus instrumentos, segundo a visão liberal. Bolsonaro já
encontrou uma reforma trabalhista quando assumiu. No caso brasileiro, ela
continha um elemento também duro para os sindicatos: o fim do imposto
sindical, algo que até o PT aceitava nos seus primeiros anos.
A julgar pelos primeiros passos
este ano, a política liberal vai se impondo. A de Thatcher foi, de certa forma,
vitoriosa, com mudanças irreversíveis na economia inglesa. Um outro ponto de
contato entre Bolsonaro e Thatcher se dá nas suas expectativas sobre os
costumes. Em janeiro de 1983, Thatcher declarou numa entrevista de televisão
sua crença nos princípios vitorianos e uma esperança de que fossem revividos na
Inglaterra. Ela não imaginava que o movimento de soltar as amarras do
mercado iria levá-lo muito distante do passado idílico que pensava reviver. Na
verdade, o avanço do capitalismo ajudou a sepultar os traços dos tempos que
sonhava reencontrar. Thatcher talvez tivesse os instrumentos intelectuais para
perceber esse rumo histórico. Tenho dúvidas sobre Bolsonaro.
E aqui acaba a comparação.
Bolsonaro quer voltar a valores que muitos sonham reviver. Mas ele vive a
ilusão de uma forma especial e com estilo grosseiro, atacando a imprensa, trazendo a mãe dos outros para a conversa e
ofendendo homossexuais – enfim, o arauto de um novo horizonte moral é, na
verdade, um ator obsceno, não apenas nas suas palavras, como nas postagens. Imaginem
o espanto da vitoriana sra. Thatcher
diante de um vídeo do golden shower.
Um aspecto singular do governo Bolsonaro é ter usado a bandeira da
anticorrupção. Neste ponto, a experiência do ano o aproximou mais de Collor.
Ambos desfraldaram a mesma bandeira, ambos se viram às voltas com denúncias que
os desmascaravam. Bolsonaro enfrenta o caso do filho
Flávio e do amigo Queiroz. É caso que envolve família, funcionários fantasmas,
rachadinhas. Suas grosserias na entrevista na porta do Palácio da Alvorada
indicam para o observador que sentiu o golpe.Diante destes traços gerais, destaco
uma variável que potencialmente pode definir o futuro. A tensão entre uma
política econômica que, com alguma sensibilidade, pode vingar e o comportamento
disruptivo de Bolsonaro.
Surge
uma pergunta que pode ser feita de duas formas: até que ponto os erros de Bolsonaro vão
emperrar o projeto econômico? Ou:
até que ponto o avanço da política econômica consegue amortizar o desgaste de
Bolsonaro, tornando tolerável um comportamento agressivo e desrespeitoso, ou
mesmo a revelação conclusiva de um esquema de desvio de verbas públicas?A política liberal conta com o apoio do
Congresso. Mas ali as coisas costumam mudar muito ao sabor dos acontecimentos
políticos.
Por fim, um foco de tensão
entre o econômico e o político está na questão ambiental. Estamos diante de um mundo que dá importância a isso. [um lembrete aos que insistem em demonizar o presidente
Bolsonaro por ter chamado a gazeteira sueca de pirralha; Nas tentativas de valorizar uma pirralha, invocam que ela foi
capa do Times e também personalidade do ano, pelo mesmo veículo. Lembramos aos esquecidos que Hitler, hoje execrado, foi
considerado personalidade do no pela mesma publicação, que homenageou Bin Laden
tornando capa de uma das suas edições. Isto somado a que o condenado petista foi indicado para o Nobel
da Paz, mostram que tais honrarias, recebidas pela gazeteira, nada significam. São concedidas aos que estão evidência ainda que imerecida. ] Até
que ponto um liberalismo econômico ainda tenro se sustenta num mundo
globalizado hostilizando o consenso científico e político internacional sobre
as mudanças climáticas e ironizando a preocupação planetária com a Amazônia? Não
sei se entendi bem o ano que acaba, tudo o que tenho são algumas ideias gerais
para não perder completamente o ano que entra.
Blog do Gabeira– Fernando Gabeira,
jornalista https://gabeira.com.br/blog/