Se ex-ministro entrar na disputa disposto a denunciar, o Brasil ganha [com certeza, ser presidido por Barbosa, após Lula e Dilma, o Brasil não aguenta.]
Joaquim
Barbosa tem tudo para ser o “novo” na próxima disputa pela Presidência. No
Supremo Tribunal Federal foi sua mão de ferro que garantiu o encarceramento dos
larápios do mensalão, abrindo a temporada de predominância de setores do
Judiciário sobre a corrupção.[ao que se constata os principais larápios do MENSALÃO - PT estão livres; os que estão presos ou são insignificantes, ou burros - caso do publicitário Valério - ou estão enjaulados , ou em vias de ser, por outros crimes.] Condenando a articulação que depôs Dilma
Rousseff, afastou-se do governo de Michel Temer. Nunca foi candidato a cargo
eletivo e não tinha base partidária.
Com essa
biografia, o doutor admitiu a hipótese de ser candidato e filiou-se ao PSB.
Quando fez isso sabia que esse partido é “socialista” no nome, mas poucas são
as diferenças entre ele e os demais. Menos de uma semana depois, revelou que vê
dificuldades para sua candidatura, quer por causa das articulações estaduais,
quer por suas próprias incertezas. A menos
que as contrariedades sejam sinceras e essenciais, negaças de candidatos são
coisa comum e esses obstáculos acabam mostrando-se irrelevantes. Essa circunstância
faz a diferença entre o candidato que está disposto ir para a estrada e aquele
que pretende ser carregado num andor. Na História do Brasil só o general Emílio
Médici chegou à Presidência sem se mexer, obrigando o Alto Comando do Exército
a carregá-lo nos ombros. [e o general Emílio Médici com o excelente Governo que fez - excelente ao ponto de motivar aplausos ao general onde aparecia, incluindo o próprio Maracanã lotado - mostrou, com sobras, que valeu a pena o esforço do Alto Comando do Exército.]
Num
regime democrático não há andores. Tancredo Neves, numa sucessão embaralhada
como a de hoje, construiu sua candidatura milimetricamente, encarnando a
redemocratização. As macumbas de todos os partidos contra Barbosa são coisas do
velho contra o novo. Ou ele dá um passo adiante e diz a que vem, ou fritam-no.
Quando ele não opina sobre a reforma da Previdência (seja qual for) porque não
é candidato, ofende a plateia. Ele quer ser candidato e tem opinião sobre a
Previdência, mas não quis se expor, usando um argumento do velho.
Numa
eleição presidencial a biografia vale muito, mas o desempenho durante a
campanha acaba sendo essencial. Mário Covas e Ulysses Guimarães eram melhores
candidatos que Fernando Collor na eleição de 1989, mas não chegaram ao segundo
turno. Asfixiaram-se na poeira de uma campanha em que os eleitores compraram um
gato velho como se fosse lebre nova. Tinham tempo de televisão e bases
partidárias, mas elas de nada serviram. [situação que se percebe agora, com o extraordinário desempenho do deputado Jair Bolsonaro - a única dúvida sobre o resultado de sua candidatura é se leva já no primeiro turno ou haverá o segundo.]
Basta ver
o que acontece no Congresso, no Planalto e até mesmo no Supremo Tribunal para
se perceber que um sistema político viciado tenta blindar-se impedindo que haja
algo de novo na urna de outubro. Se
Joaquim Barbosa entrar na disputa disposto a denunciar tudo que o incomoda, a
começar pelo coronelismo político, o Brasil ganha, pois o que se quer do “novo”
são novas atitudes. Se o que ele espera são palafreneiros conduzindo seu
cortejo, todo mundo perde, inclusive ele.
ALCKMIN
FEZ DA LIMONADA UM LIMÃO
...
Alckmin
teria ajudado o partido, a política e a própria biografia se tivesse dado
tamanha demonstração de coragem em novembro passado, quando o “evidente” já era
ululante e o coronel Aécio deu uma carteirada no senador Tasso Jereissati,
derrubando-o da presidência interina do PSDB.
...
Cinco
meses depois, com Aécio levado ao patíbulo do Supremo, seu gesto assemelhou-se
ao comportamento que o jornalista americano atribui aos editorialistas da
imprensa: “Depois da batalha eles vão ao campo e matam os feridos.”
(...)
NIKKI
HALEY
A caótica
Casa Branca do Trumpistão tomou um troco da embaixadora dos Estados Unidos nas
Nações Unidas. Disseram que havia entendido mal uma conversa com Trump e ela
devolveu: “Com todo respeito, não fiz confusão alguma”. Ficou sem tréplica.
Aos 46
anos, filha de professores indianos, Nikki Haley governou a Carolina do Sul, é
dura como pedra e, segundo um colaborador de Trump, “tem a ambição de Lúcifer”.
Republicana,
vinda do meio empresarial onde cresceu às próprias custas, Haley pode ser o
coringa do seu partido caso Trump naufrague.
LULA E
HOPKINS
As
repórteres Daniela Lima e Marina Dias revelaram que em 2012, quando penava a
quimioterapia de um câncer na laringe, Lula teve na cabeceira o livro
“Roosevelt e Hopkins - Uma história da Segunda Guerra Mundial”. Trata-se de uma
grande livro que narra a amizade e a confiança mútua de duas grandes figuras.
Tudo o
que faltou a Lula no Planalto foi um Harry Hopkins. Ele era um assistente
social de origem humilde. Juntou-se ao aristocrático Franklin Roosevelt e foi a
alma dos programas sociais que tiraram a economia americana da Depressão. Entre
a hora em que Hopkins expôs a Roosevelt uma iniciativa para dar emprego a 4
milhões de pessoas e o momento em que o dinheiro (US$ 4 bilhões de hoje) foi
colocado à sua disposição, passaram-se apenas 40 dias. Ele gastou muito mais
que isso, porém empregou 8,5 milhões de pessoas. Hopkins morava na Casa Branca
e mandou como poucos. Quando morreu, em 1946, seu patrimônio líquido equivalia
a US$ 13 mil de hoje.
(Hopkins
foi o principal articulador da aliança de Stalin com Roosevelt e teve a graça
de visitar o bunker de Hitler pouco depois de seu suicídio. Levou
consigo alguns livros do Führer.)
MISTÉRIO
Ladrões
roubaram pastas e objetos que estavam no carro de um assessor de Lula, em
Curitiba. [existe uma tendência a reduzir a importância de assessores - no caso do assessor de Lula - um presidiário - se caracteriza o verdadeiro 'aspone' = assessor de porra nenhuma.] No meio dos papéis estava o seu passaporte.
É verdade
que ele não é mais um “ser humano”, mas os outros bípedes deixam o passaporte
em casa ou no escritório e só o tiram da gaveta quando decidem viajar ao
exterior.
MATÉRIA COMPLETA em O Globo - Elio Gaspari, jornalista