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domingo, 22 de abril de 2018

Barbosa está entre o andor e a estrada [se entrar na disputa, perde - na campanha de verdade será apenas um 'traço'.]

Se ex-ministro entrar na disputa disposto a denunciar, o Brasil ganha [com certeza, ser presidido por Barbosa, após Lula e Dilma, o Brasil não aguenta.]



Joaquim Barbosa tem tudo para ser o “novo” na próxima disputa pela Presidência. No Supremo Tribunal Federal foi sua mão de ferro que garantiu o encarceramento dos larápios do mensalão, abrindo a temporada de predominância de setores do Judiciário sobre a corrupção.[ao que se constata os principais larápios do MENSALÃO - PT estão livres; os que estão presos ou são insignificantes, ou burros - caso do publicitário Valério - ou estão enjaulados , ou em vias de ser, por outros crimes.]  Condenando a articulação que depôs Dilma Rousseff, afastou-se do governo de Michel Temer. Nunca foi candidato a cargo eletivo e não tinha base partidária.

Com essa biografia, o doutor admitiu a hipótese de ser candidato e filiou-se ao PSB. Quando fez isso sabia que esse partido é “socialista” no nome, mas poucas são as diferenças entre ele e os demais. Menos de uma semana depois, revelou que vê dificuldades para sua candidatura, quer por causa das articulações estaduais, quer por suas próprias incertezas.  A menos que as contrariedades sejam sinceras e essenciais, negaças de candidatos são coisa comum e esses obstáculos acabam mostrando-se irrelevantes. Essa circunstância faz a diferença entre o candidato que está disposto ir para a estrada e aquele que pretende ser carregado num andor. Na História do Brasil só o general Emílio Médici chegou à Presidência sem se mexer, obrigando o Alto Comando do Exército a carregá-lo nos ombros. [e o general Emílio Médici com o excelente Governo que fez - excelente ao ponto de motivar aplausos ao general onde aparecia, incluindo o próprio Maracanã lotado - mostrou, com sobras, que valeu a pena o esforço do Alto Comando do Exército.]
Num regime democrático não há andores. Tancredo Neves, numa sucessão embaralhada como a de hoje, construiu sua candidatura milimetricamente, encarnando a redemocratização. As macumbas de todos os partidos contra Barbosa são coisas do velho contra o novo. Ou ele dá um passo adiante e diz a que vem, ou fritam-no. Quando ele não opina sobre a reforma da Previdência (seja qual for) porque não é candidato, ofende a plateia. Ele quer ser candidato e tem opinião sobre a Previdência, mas não quis se expor, usando um argumento do velho.

Numa eleição presidencial a biografia vale muito, mas o desempenho durante a campanha acaba sendo essencial. Mário Covas e Ulysses Guimarães eram melhores candidatos que Fernando Collor na eleição de 1989, mas não chegaram ao segundo turno. Asfixiaram-se na poeira de uma campanha em que os eleitores compraram um gato velho como se fosse lebre nova. Tinham tempo de televisão e bases partidárias, mas elas de nada serviram. [situação que se percebe agora, com o extraordinário desempenho do deputado Jair Bolsonaro - a única dúvida sobre o resultado de sua candidatura é se leva já no primeiro turno ou haverá o segundo.] 
Basta ver o que acontece no Congresso, no Planalto e até mesmo no Supremo Tribunal para se perceber que um sistema político viciado tenta blindar-se impedindo que haja algo de novo na urna de outubro. Se Joaquim Barbosa entrar na disputa disposto a denunciar tudo que o incomoda, a começar pelo coronelismo político, o Brasil ganha, pois o que se quer do “novo” são novas atitudes. Se o que ele espera são palafreneiros conduzindo seu cortejo, todo mundo perde, inclusive ele.

ALCKMIN FEZ DA LIMONADA UM LIMÃO
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Alckmin teria ajudado o partido, a política e a própria biografia se tivesse dado tamanha demonstração de coragem em novembro passado, quando o “evidente” já era ululante e o coronel Aécio deu uma carteirada no senador Tasso Jereissati, derrubando-o da presidência interina do PSDB.
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Cinco meses depois, com Aécio levado ao patíbulo do Supremo, seu gesto assemelhou-se ao comportamento que o jornalista americano atribui aos editorialistas da imprensa: “Depois da batalha eles vão ao campo e matam os feridos.”
(...)  

NIKKI HALEY
A caótica Casa Branca do Trumpistão tomou um troco da embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas. Disseram que havia entendido mal uma conversa com Trump e ela devolveu: “Com todo respeito, não fiz confusão alguma”. Ficou sem tréplica.

Aos 46 anos, filha de professores indianos, Nikki Haley governou a Carolina do Sul, é dura como pedra e, segundo um colaborador de Trump, “tem a ambição de Lúcifer”.
Republicana, vinda do meio empresarial onde cresceu às próprias custas, Haley pode ser o coringa do seu partido caso Trump naufrague.

LULA E HOPKINS
As repórteres Daniela Lima e Marina Dias revelaram que em 2012, quando penava a quimioterapia de um câncer na laringe, Lula teve na cabeceira o livro Roosevelt e Hopkins - Uma história da Segunda Guerra Mundial”. Trata-se de uma grande livro que narra a amizade e a confiança mútua de duas grandes figuras.

Tudo o que faltou a Lula no Planalto foi um Harry Hopkins. Ele era um assistente social de origem humilde. Juntou-se ao aristocrático Franklin Roosevelt e foi a alma dos programas sociais que tiraram a economia americana da Depressão. Entre a hora em que Hopkins expôs a Roosevelt uma iniciativa para dar emprego a 4 milhões de pessoas e o momento em que o dinheiro (US$ 4 bilhões de hoje) foi colocado à sua disposição, passaram-se apenas 40 dias. Ele gastou muito mais que isso, porém empregou 8,5 milhões de pessoas. Hopkins morava na Casa Branca e mandou como poucos. Quando morreu, em 1946, seu patrimônio líquido equivalia a US$ 13 mil de hoje.

(Hopkins foi o principal articulador da aliança de Stalin com Roosevelt e teve a graça de visitar o bunker de Hitler pouco depois de seu suicídio. Levou consigo alguns livros do Führer.)

MISTÉRIO
Ladrões roubaram pastas e objetos que estavam no carro de um assessor de Lula, em Curitiba. [existe uma tendência a reduzir a importância de assessores - no caso do assessor de Lula - um presidiário - se caracteriza o verdadeiro 'aspone' = assessor de porra nenhuma.]  No meio dos papéis estava o seu passaporte.

É verdade que ele não é mais um “ser humano”, mas os outros bípedes deixam o passaporte em casa ou no escritório e só o tiram da gaveta quando decidem viajar ao exterior.


MATÉRIA COMPLETA em O Globo - Elio Gaspari, jornalista  

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