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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

"Todos viram o fracasso de reunir o povo antibolsonaro"

Alexandre Garcia

A comparação do dia 7 com o dia 12 deve fazer as pesquisas eleitorais pensarem um pouco, já que as ruas contrariam seus resultados. Examinar se há erro na coleta ou na computação dos dados, ou o quê.

Todos viram o fracasso da tentativa de reunir o povo antibolsonaro nas ruas, no último domingo. Se era para dar uma resposta ao 7 de Setembro, ou para impulsionar um impeachment, frustrou
As ruas que no dia 7 tiveram um porre de povo, no dia 12 sofreram crise de abstinência. 
Em Brasília foi um deserto; 
no Rio, só em torno do carro de som; 
em outras capitais, apenas centenas ou dezenas de manifestantes. 
Na Avenida Paulista, nos quarteirões da Fiesp e do Masp, onde estavam os carros de som. 
Quem teve olhos para ver as imagens foi isso que viu.
O evento teve amplo estímulo da mídia, com divulgação abundante e estimativa de uma grande mobilização – e ainda assim fracassou. Mostra que as pessoas já não são conduzidas pelos apelos tradicionais. 
Por mais esforço que tenham feito, não influenciaram a mobilização. 
Por mais tentativas de encobrir o fiasco, com imagens evitando mostrar o todo, não deu para esconder. 
A saída foi mudar logo de assunto.
Os palanques da Paulista reuniram cinco presidenciáveis e ainda faltavam outros, mais e menos citados. [presidenciáveis e nada são a mesma coisa; 
faltou na Paulista o atual presidente - que com as Bênçãos de DEUS, será também o próximo = JAIR MESSIAS BOLSONARO.] Todos sonhando ser o candidato da terceira via. O que significa uma divisão por cinco, ou por 10. Uma terceira via fraccionada fica sem chance de segundo turno — e pode contribuir para uma decisão no primeiro turno. Tentaram atribuir o fracasso a “movimentos de centro-direita” — mas lá estavam, por decisões de seus partidos, representantes do PDT, do Partido Socialista, do Partido Comunista, do ex-Partido Comunista e do PSDB – o próprio governador Doria, que até dançou. [Doria sempre dança - no sentido de rodou;  
não dançou nas eleições para governador de S. Paulo,  porque quando estava afundando Bolsonaro lhe estendeu a mão - fosse o contrário o Joãozinho teria chutado o quase afogado.] 
 
A comparação do dia 7 com o dia 12 deve fazer as pesquisas eleitorais pensarem um pouco, já que as ruas contrariam seus resultados. Examinar se há erro na coleta ou na computação dos dados, ou o quê.  
Por fim, o registro que o nome mais citado, mais repetido, nas bocas e faixas do dia 12, foi Bolsonaro. Esse foi um ponto comum nas duas manifestações. A manifestação antibolsonaro demonstrou que o presidente é o eixo referencial da eleição de 2022.

 Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense