Alexandre Garcia
A comparação do dia 7 com o dia 12 deve fazer as pesquisas eleitorais pensarem um pouco, já que as ruas contrariam seus resultados. Examinar se há erro na coleta ou na computação dos dados, ou o quê.
Todos viram o fracasso da tentativa de reunir o povo antibolsonaro nas
ruas, no último domingo. Se era para dar uma resposta ao 7 de Setembro,
ou para impulsionar um impeachment, frustrou.
As ruas que no dia 7
tiveram um porre de povo, no dia 12 sofreram crise de abstinência.
Em
Brasília foi um deserto;
no Rio, só em torno do carro de som;
em outras
capitais, apenas centenas ou dezenas de manifestantes.
Na Avenida
Paulista, nos quarteirões da Fiesp e do Masp, onde estavam os carros de
som.
Quem teve olhos para ver as imagens foi isso que viu.
O evento teve amplo estímulo da mídia, com divulgação
abundante e estimativa de uma grande mobilização – e ainda assim
fracassou. Mostra que as pessoas já não são conduzidas pelos apelos
tradicionais.
Por mais esforço que tenham feito, não influenciaram a
mobilização.
Por mais tentativas de encobrir o fiasco, com imagens
evitando mostrar o todo, não deu para esconder.
A saída foi mudar logo
de assunto.
Os palanques da Paulista reuniram cinco presidenciáveis
e ainda faltavam outros, mais e menos citados. [presidenciáveis e nada são a mesma coisa;
faltou na Paulista o atual presidente - que com as Bênçãos de DEUS, será também o próximo = JAIR MESSIAS BOLSONARO.] Todos sonhando ser o
candidato da terceira via. O que significa uma divisão por cinco, ou por
10. Uma terceira via fraccionada fica sem chance de segundo turno — e
pode contribuir para uma decisão no primeiro turno. Tentaram atribuir o
fracasso a “movimentos de centro-direita” — mas lá estavam, por decisões
de seus partidos, representantes do PDT, do Partido Socialista, do
Partido Comunista, do ex-Partido Comunista e do PSDB – o próprio
governador Doria, que até dançou. [Doria sempre dança - no sentido de rodou;
não dançou nas eleições para governador de S. Paulo, porque quando estava afundando Bolsonaro lhe estendeu a mão - fosse o contrário o Joãozinho teria chutado o quase afogado.]
Por fim, o registro que o nome mais citado, mais repetido, nas
bocas e faixas do dia 12, foi Bolsonaro. Esse foi um ponto comum nas
duas manifestações. A manifestação antibolsonaro demonstrou que o
presidente é o eixo referencial da eleição de 2022.