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sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Sinais de melhora em meio a ruídos - Míriam Leitão

O Globo

País precisa de foco para a retomada do crescimento

Melhor um resultado positivo no trimestre do que nada. Ainda mais quando ele vem puxado pela indústria de transformação, o setor de construção e o investimento. Não é, contudo, o início da aceleração da economia. Os primeiros dados do terceiro trimestre são fracos, a situação internacional é complicada, a Argentina se aprofunda na crise, o governo entregou menos do que prometeu e o presidente continua sendo uma fonte de instabilidade e tensão. Falta foco ao governo Bolsonaro.  Os dados não enganam. A economia brasileira está passando pelo mais longo e penoso processo de estagnação. Nas recessões anteriores, no vigésimo trimestre após o início da crise, o PIB já estava muito acima do ponto pré-crise. Ou seja, a economia havia recuperado as perdas e subido para outro patamar. Agora, tanto tempo depois do início da crise, o país conseguiu recuperar apenas 42% do que perdeu.

No lado da boa notícia, dois economistas com quem eu conversei esta semana disseram que tinham sinais, das conversas com empresários, de que a construção residencial estava melhorando. Tanto José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, quanto Gustavo Loyola, da Tendências Consultoria, disseram esperar que isso viesse no PIB. O movimento é mais forte em São Paulo, mas o índice registrou 1,9% de alta nesse setor no país. A indústria de transformação subiu 2%, enquanto a extrativa mineral ainda tenta se recuperar da tragédia de Brumadinho. Há nos dados do segundo trimestre números positivos, só não se tem é certeza de que esse movimento vai continuar. Uma das razões é a crise em si que se realimenta, na opinião da economista Laura Carvalho, da USP: —No momento em que você está com a economia desacelerando, sem motores de demanda, consumidores endividados, firmas com capacidade ociosa, endividadas também, de fora não vem motor para as nossas exportações, se o Estado está de mãos atadas e vai cortando seus investimentos, acaba exacerbando a situação.

A economista Silvia Matos, da FGV, acha que houve uma decepção com o governo neste começo de mandato: — Apesar de todas as expectativas de que ele poderia fazer grandes reformas, nós não conseguimos avançar muito e se criou muito ruído. Houve uma melhora ao longo dos últimos meses, mas agora em agosto foram criados novos problemas do ponto de vista da avaliação do Brasil. Isso afeta o investimento. Como tomar uma decisão de investimento com cenário tão incerto?

A crise ambiental foi também econômica e pode ter efeitos de médio e longo prazos. A perda reputacional da imensa exposição negativa do país afeta os produtos que têm origem brasileira. O presidente agravou a crise com suas declarações e aquela reunião de governadores em que, em vez de focar no combate às queimadas, preferiu atacar as terras indígenas. A crise da Argentina que a levou à moratória não declarada mas, como todas as outras, é uma imposição aos credores de uma quebra de contrato, vai aprofundar a recessão do país e diminuir sua capacidade de importar.

Quase tudo o que o Brasil exporta para lá é da indústria. Em 2018, da exportação total de US$ 14,9 bi, US$ 13,5 bi eram de manufaturados. Em 2011, no auge do comércio bilateral, o Brasil exportou US$ 22,7 bilhões. Desses, US$ 20,4 bi eram manufaturados. A indústria sentirá o efeito do agravamento da crise. A curva dos últimos anos mostra que o país desacelerou o ritmo no começo deste ano. Apesar de estar crescendo pouco, 1,4% em meados do ano passado, foi a 0,9% e agora voltou a 1%. Outro dia, na entrevista que divulgou a modesta lista de privatização, um dos ministros falou que o governo tinha “muitos anos pela frente”. Se achar isso, perderá tempo. Precisa focar no projeto que vendeu ao país de que retomaria o crescimento. 

[importante: a crise da Argentina mostra que produtos industrializados podem ter sua importação reduzida ou mesmo suspensa, sem grandes consequências - no caso, será ruim para o Brasil.
Já a importação de grãos, carnes - com algum valor agregado, nenhum país pode abrir mão totalmente - se deixar de comprar do Brasil vai ter que comprar de outro e outro talvez tenha que comprar de outro e assim vai.
Produção agropecuário não pode crescer exageradamente da noite para o dia.
O senhor Macron não pensou nisso - lhe falta a sabedoria dos idosos - felizmente os demais parceiros da França pensaram. ]
PIB


Coluna da Míriam Leitão - Alvaro Gribel de São Paulo - O Globo

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Balança comercial fecha 2017 com saldo recorde de US$ 67 bilhões



É o melhor resultado desde o início da série histórica, em 1989. Em dezembro, superávit foi de US$ 4,998

A balança comercial brasileira fechou 2017 com saldo recorde de US$ 67,001 bilhões. No ano passado, o país importou US$ 150,745 bilhões e exportou US$ 217,746 bilhões. Em dezembro, o comércio exterior registrou saldo positivo de US$ 4,998 bilhões, quando as compras externas somaram US$ 12,598 bilhões e as vendas, US$ 17,595 bilhões, segundo dados consolidados divulgados pelo Indústria, Comércio Exterior e Serviços nesta terça-feira. Esse é o melhor resultado desde o início da série histórica, em 1989.



Porto do Rio de Janeiro - Importação e exportação de produtos - balança comercial - Fábio Rossi / Agência O Globo


A nova meta do governo para o saldo da balança comercial em 2018 é de um superávit de US$ 50 bilhões — abaixo do valor obtido em 2017, porque a expectativa é que a retomada da atividade econômica vá resultar em aumento das importações superior às exportações.  Em 2016, o saldo da balança foi de US$ 47,683 bilhões (de acordo com dados ajustados). A estimativa do governo era atingir um saldo entre US$ 65 bilhões e US$ 70 bilhões em 2017.

O resultado do comércio exterior brasileiro foi favorecido principalmente pela exportação de produtos básicos, que subiram 35,5% na comparação com o ano anterior (especialmente milho, soja, petróleo e carne bovina). Os manufaturados responderam por uma alta de 14,7% e os semimanufaturados, por 8,8%. Segundo o secretário de Comércio Exterior, Abrão Neto, a expectativa é que esse desempenho se repita em 2018, sobretudo as commodities minerais. Abrão, no entanto, explicou que os produtos manufaturados e semimanufaturados ainda representam a maioria da pauta exportadora (51%), enquanto os básicos tem uma participação de 46,4%. Em 2017, as exportações subiram 18,5% na comparação com o registrado em 2016 e as importações tiveram alta de 10,5%. Com isso, a corrente de comércio atingiu US$ 368,5 bilhões — cifra 15,1% acima do obtido no ano anterior.

‘CRESCIMENTO EXTRAORDINÁRIO’, DIZ MINISTRO
Ao divulgar os dados do comércio exterior, o ministro da Indústria, Marcos Pereira, destacou que as exportações cresceram em 2017 após cinco anos de resultados ruins. O mesmo ocorreu com as importações que voltaram a subir, depois de três anos de queda. Segundo o ministro, o desempenho reforça a retomada da atividade econômica. — É um crescimento extraordinário e mostra a retomada da economia — disse o ministro, acrescentando que houve aumento do volume exportado e também dos preços dos produtos.

O secretário de Comércio Exterior disse que o o saldo da balança comercial projetado para este ano será o segundo melhor resultado da série histórica - abaixo apenas do valor registrado em 2017. — Nós esperamos um crescimento pelo segundo ano consecutivo da corrente de comércio, com aumento das exportações e das importações, em valores superiores aos obtidos nos últimos três anos — avaliou Abrão Neto.

O Globo