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quarta-feira, 8 de junho de 2022

PIB de 1% - Economia brasileira vai bem, obrigado - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo


A economia do Brasil cresceu 1% no primeiro trimestre de 2022, o que não é um marco na história universal do progresso, mas é simplesmente três vezes mais que o “0,3” que os sábios do FMI previam com a certeza de quem ganha um Nobel de economia.

É óbvio que os economistas brasileiros mais procurados pelos jornalistas concordaram de olhos fechados com essa previsão deprimente – alguns deles, como se sabe, estão nessa vida há mais de 30 anos, falando sem parar que “o modelo” capitalista morreu no Brasil, e não vai ressuscitar nunca mais
Era a prova final, segundo eles, que “o Bolsonaro” está arruinando o país; no máximo consegue “despiorar”, mas com certeza está conduzindo a economia brasileira para a sua destruição.

  Solução para crise alimentar que se aproxima está no Brasil

Não é só o crescimento econômico. O desemprego teve uma redução dramática. Caiu de 14,8% para 10,5%, segundo a última aferição – e isso significa, na prática, que no momento há 100 milhões de brasileiros com trabalho formal, com o índice de ocupação superando os números de antes da pandemia. É o melhor índice desde 2015.

Há nove meses seguidos o país tem superávit fiscal
, gastando menos no que arrecada – apesar de todas as despesas com o combate à Covid, verbas extras para a saúde dos estados, 500 milhões de doses de vacina e o auxílio emergencial em dinheiro para os cidadãos, hoje no valor de R$ 400 por mês e oficializado com o nome de Auxílio Brasil. A inflação de maio foi de 0,4% cerca de metade do que previam todos os economistas, analistas de banco e os especialistas do “mercado”.

O superávit citado acima é o maior em mais de 20 anos. A dívida pública bruta, que inclui a previdência social, os estados e os municípios, está em níveis anteriores aos da pandemia. O agronegócio pode ter em 2022 o melhor ano de sua história, e as exportações batem novos recordes.

Resumo desta ópera: para um país que precisa crescer como uma China durante dez ou 20 anos para sair da pobreza, o desempenho da economia é ruim – até por problemas estruturais, legais e políticos que impedem o crescimento de qualquer nação. Mas a realidade da economia brasileira de hoje não tem absolutamente nada a ver com o quadro de calamidade que é apresentado todos os dias ao público.

O fato é que os números acima são tratados pela mídia brasileira como se fossem um segredo de Estado – é mais fácil o camelo da Bíblia passar pelo buraco de uma agulha do que encontrar essas realidades expostas de maneira clara ou com destaque no noticiário. Sai alguma coisa num fundo de página ou num restinho de telejornal, é verdade, porque também seria impossível não publicar nada. Mas os comentários sempre dizem que os números estão “abaixo” do que deveriam ser e jamais que estão acima do que foi previsto; a situação, no seu modo de ver as coisas, apenas fica “menos pior”.

Da mesma forma, jamais se encontra, em alguma matéria indignada com a inflação brasileira, qualquer menção ao fato de que a inflação nos Estados Unidos está em 8,5% e a da Alemanha, o modelo extremo de seriedade e disciplina econômicas, está acima de 8% os piores índices em meio século.

Também nunca se menciona, quando falam de inflação, os dois anos de paralisação da economia, com os “fique em casa”, as quarentenas e os “lockdowns” aplicados com tanta excitação pelo Supremo Tribunal Federal, pelos governadores e pelos prefeitos; é como se nada disso tivesse existido, ou tido algum efeito sobre a alta de preços.

Em todo o mundo, a inflação só existe no Brasil, e só “o Bolsonaro” é culpado por ela. É um retrato acabado do Brasil de hoje, segundo a mídia. Só acontecem coisas mais ou menos “piores”.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES 

 

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Entenda Essa Crise Política. É O Poder Mudando De Mão - DefesaNet

Stephen Kanitz

Essa súbita polarização na política, que deve estar assustando muita gente, é na realidade um fim de ciclo. O poder reinante nesse pais nos últimos 25 anos está sucumbindo, lutando com todos os seus meios para impedir o inevitável. Usam jogo sujo sim, mas é por puro desespero acreditem. Quem está perdendo miseravelmente nesses  últimos 30 anos  é a indústria, os sindicatos, os trabalhadores chão de fábrica, as grandes cidades, os industriais cada vez mais falidos e subsidiados.
Quem está crescendo e ganhando é a Agricultura.

A agricultura por si só já representa 25 % do PIB, contra 10% anos atrás. O Agro  negócio, que incorpora as indústrias que a fornecem, como mineração de fertilizantes, a indústria de tratores, os bancos, as seguradoras, as transportadoras passa a ser 40% do PIB, tranquilo. Ter 40% do PIB significa dinheiro, crescimento, poupança, prosperidade. ignifia crescente poder político, que ao contrário que a maioria das pessoas pensam, o setor Agrícola não tinha comensurável a esses 40%.

Foi sempre a agricultura que gerou exportações e superávit no câmbio, foi sempre a indústria que importava máquinas estrangeiras.
A Indústria sempre foi muito mais forte politicamente do que a Agricultura, mas agora ela definha, não apresenta lucros, não tem mais poder financeiro. Foi sempre a Indústria que indicava os Ministros da Fazenda, normalmente economistas ligados a Fiesp como Delfim Neto e Dilson Funaro, por exemplo. Foi esse total descaso pela nossa Agricultura que resultou no enorme êxodo rural, que tanto empobreceu o país e fortaleceu justamente partidos que atendiam as demandas dos bairros pobres.

Nada menos que 45% de nossa população teve que abandonar a agricultura, abandonada que foi pelos Ministros da Fazenda. Que nem sabem mais o significado de  “Fazenda”, apropriado para um país destinado a agricultura, como o Brasil e a Argentina. Foi  Raul Prebish, que convenceu economistas argentinos e brasileiros como Delfim, Celso Furtado, Jose Serra, FHC e toda a Unicamp, a esquecerem  nossa agricultura a favor da “industrialização” para o mercado interno, a famosa “substituição das importações ”. Por isso investirem fortunas em “incentivos”, leis Kandir, subsídios via o BNDES em indústrias antigas mas que “substituiriam as nossas importações”, importações que geralmente eram dos mais ricos, produzir produtos populares para classe C e D nem pensar.

Somente a partir de 1994 , que passaram a produzir para a Classe C e D, movimento do qual fiz parte. Além das milícias que invadiam terras, a luta por reservas, contra a ampliação de terras produtivas, destruição de pesquisas de aprimoramento genético. Nossos  industriais perceberam tardiamente que foi justamente essa “substituição das importações” que iria gerar nossa estagnação e não inovação, e lentamente destruímos a nossa indústria nascente a partir de 1987. De 27% do PIB, 45% com seus agregados, a Industria entrou numa espiral descendente para 14,5% hoje.

Que reviravolta. Essa atual crise política no fundo é a crise da indústria e das famílias ricas desesperadas, empobrecidas mas ainda com certo poder político. É a crise dos sindicatos trabalhistas que viviam dessas contribuições sindicais.

Em DefesaNet - continue lendo


quinta-feira, 19 de março de 2020

Se tivéssemos dinheiro - Carlos Alberto Sardenberg

Coluna publicada em O Globo - Economia 19 de março de 2020

Vamos imaginar que as contas públicas no Brasil estivessem no azul. O governo federal e os estaduais com superávit, caixa elevado e fundos instituídos para situações ações anticíclicas – ou seja, governos com dinheiro para gastar em caso de uma crise, uma recessão global ou uma emergência como o coronavírus. Seria muito mais fácil, não é mesmo? A questão seria apenas escolher onde gastar e quais programas implementar.

A situação real é o contrário disso. Como há uma dívida pública enorme e como todas as instâncias de governo operam no vermelho, passamos a ter dois problemas: primeiro, onde encontrar o dinheiro para gastar na crise; e, depois, onde gastar – mas gastar com parcimônia e extremo cuidado porque não vai ter para todos.

Dizem alguns: mas a opção liberal/ortodoxa não seria a de não gastar nada, em nome do ajuste fiscal?
Burrice. Essa opção nunca significou que o governo não deve gastar. E sim que deve gastar em saúde, educação e segurança, de um modo que leve a uma redistribuição de renda e redução de desigualdades. Ou ainda: cobrar mais impostos dos mais ricos e gastar com os mais pobres.
O desajuste fiscal brasileiro não decorre essencialmente do excesso de gasto público. Decorre de gasto ruim.

Se o governo não gastasse quase 80% da despesa com previdência e pessoal, já teria sobrado mais dinheiro para a saúde. Tem mais: a previdência brasileira é injusta e desigual. Tem a turma que se aposenta [atualizando: aposentava.]  aos 50 anos, com valores no teto (e no extra-teto no caso de funcionários públicos) e a imensa maioria que se aposenta aos 65 anos com vencimentos em torno do salário mínimo. E mesmo dentro do setor público há desigualdade: um funcionário do Judiciário, onde estão os maiores salários do país, se aposenta em condição muito melhor do que, por exemplo, bom exemplo, um enfermeiro de posto de saúde. [A repetição constante da mesma explicação nos torna chatos;
mas, temos que nos repetir, já que sempre a causa da recorrência se repete.

Os super salários podem até existir no Poder Judiciário, muito provavelmente há muitos casos, mas  estão entre os membros daquele Poder e acompanhados, pari passu, pelos membros do Ministério Público Federal.
Os funcionários do Judiciário, os 'barnabés', são regidos por legislação específica e comum aos servidores dos demais Poderes. MEMBRO é outra coisa, outra casta.]

É evidente que a correção desse rumo não se faz de uma hora para outra, muito menos no meio de uma calamidade mundial.  Mas também é um baita erro dizer que, como se vai gastar mesmo, então esqueçamos isso de ajuste fiscal ou teto de gastos. É esse tipo de cabeça que nos trouxe ao ponto em que estamos hoje.

Assim, de modo muito simples: o governo, em todos os níveis, tem que caçar centavos para gastar no combate à epidemia e no combate à recessão que se avizinha. Por isso, o decreto de calamidade pública faz todo o sentido e está previsto na legislação. Há momentos em que se pode suspender a meta fiscal – mas, notem, suspender por tempo determinado, não a abandonar. E o gasto tem que ser muito bem focado, porque o dinheiro é curto e vai gerar déficit, que terá de ser pago mais à frente.

O gasto principal, claro, é saúde: cuidar dos doentes e tentar controlar a epidemia. Cabe perfeitamente aqui – e é mesmo necessário dar remuneração extra aos profissionais do setor que, no geral, são mal remunerados.  E depois, gastar com as pessoas em situação mais difícil, aquelas, por exemplo, que não estão no Bolsa Família, mas também não estão no INSS, não tem seguro desemprego e não têm carteira assinada.

Finalmente, setores econômicos cuja queda pode gerar muito desemprego.  Não há nenhuma dúvida quanto a esse roteiro no mundo todo. Os governos estão fazendo coisa parecida. A diferença está na eficiência e no tempo dos programas governamentais. A Coreia do Sul, por exemplo, foi rápida e eficaz. Já o governo italiano bobeou, assim como o da França. Ainda no começo deste mês, o presidente Macron dizia algo assim: tomem cuidado, mas não deixem de sair, de comer nos seus lugares preferidos…. Agora, quarentena total. Quanto mais se atrasa, mais radical é preciso ser.

Trump também tentou levar na surdina. Assustou-se com os estudos médicos mostrando o tamanho da catástrofe. Diz agora que se trata da maior ameaça deste a Segunda Guerra. O governo brasileiro também se atrasou, por culpa do presidente Bolsonaro. Presidente que ainda ontem, estando de máscara na entrevista, disse que poderia pegar um metrô ou uma barcaça lotada para ficar ao lado do povo. Isso quando todas as autoridades sanitárias dizem o contrárioque é preciso esvaziar as ruas e ficar em casa. Ainda bem que governadores estaduais têm se mostrado mais conscientes do tamanho da crise.

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista 


segunda-feira, 18 de novembro de 2019

O primeiro ano do governo Bolsonaro - Valor Econômico

Luiz Carlos Mendonça de Barros

O aumento da arrecadação e o controle estrito do orçamento devem reduzir bastante o déficit e gerar,  mais à frente, o tão esperado superávit

O primeiro ano do governo Bolsonaro se aproxima do fim com sinais de que poderá ser mais exitoso do que muitos previam no início de seu mandato. Depois de 30 anos em que nos acostumamos a um padrão de cooperação entre o Executivo e o Legislativo para levar adiante o plano de governo, a forma de governar de Bolsonaro foi um choque para a grande maioria dos analistas. A relação quase conflituosa do Planalto com o Legislativo foi lida muito cedo como um caminho direto para crises constantes e uma paralisia das ações do governo em um momento de crise econômica grave e da necessidade de reformas importantes. A falta de uma base política estruturada para aprová-las seria o caminho natural para tal situação.

Além disto, o jeito tosco e truculento do presidente ao comunicar para a sociedade alguns de seus valores ideológicos criou um mal-estar na elite do país e na mídia. Citaria ainda como origem deste desconforto inicial, certo radicalismo do todo poderoso ministro Paulo Guedes na defesa de seus planos para a economia. Dizia ele que estava tudo errado e que seria preciso uma verdadeira revolução liberal na busca de um estado mínimo na relação com a sociedade. Alguns símbolos importantes da ação social do Estado brasileiro, como a Zona Franca de Manaus, teriam que ser sacrificados ao longo do caminho de uma reforma fiscal radical.

Mas o que vimos ao longo deste ano foi uma adaptação pragmática progressiva de vários atores a esta nova forma de governar, com o Legislativo ampliando seu espaço de ação política para buscar não um conflito sistêmico com o Executivo, mas um trabalho conjunto para construção de uma agenda comum para o país. O melhor exemplo desta nova forma de governar foi o desenho a quatro mãos da PEC da reforma da Previdência e, posteriormente, sua aprovação, em dois turnos, nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Neste processo despontou Rodrigo Maia como uma liderança política do Legislativo capaz de articular junto a seus pares as ações do Executivo, tornando funcional esta nova forma de governar do presidente Bolsonaro. E com o tempo, e principalmente com os conflitos que viveu, Paulo Guedes aprendeu os limites de seu poder e a necessidade da negociação política com os representantes eleitos pelo povo para viabilizar sua agenda liberal.

Neste choque de realidade, sua própria vontade revolucionária foi domada, como indica sua foto em Manaus declarando enterrado o projeto de acabar com a Zona Franca. A crise social no Chile - e a convocação de uma Assembleia para modificar a Constituição outorgada pela ditadura Pinochet - também veio a tempo para moderar os anseios do ministro da Economia nas suas negociações com o Congresso, facilitando o processo de aprovação das reformas liberais necessárias para o Brasil.

Uma fotografia interessante da avaliação do governo Bolsonaro neste final de primeiro ano pode ser encontrada na pesquisa de opinião mensal do Ipesp e da corretora de valores XP relativa a novembro. Apesar de ser realizada por telefone, a sua repetição mensal nos dá um quadro evolutivo a ser visto com confiança pelo analista. Hoje para 39% dos entrevistados o governo Bolsonaro é ruim ou péssimo. Por outro lado, 32 % o avaliam como ótimo ou bom e 25% como regular, somando 57% dos entrevistados que, segundo o critério europeu de avaliação de mandatários no poder, apoiam o governo do presidente.

A mesma pesquisa mostra que Bolsonaro poderá ter em 2022, no final de seu mandato, 45% de ótimo e bom e 16% de regular, somando 61% de apoio. Os que acreditam que seu governo será ruim ou péssimo chegam a 32% dos entrevistados. Esta é uma medida, ainda que precária, do resultado das eleições de 2022.

No segundo ano de seu governo o presidente Bolsonaro deve encontrar um cenário bem mais favorável na economia, o que poderá facilitar o enfrentamento da questão fiscal. Um grande número de analistas de mercado já trabalha com uma previsão de crescimento do PIB da ordem de 2,5% em 2020. Neste cenário, o aumento da arrecadação de impostos, que acontecerá naturalmente, e um controle estrito do orçamento como vem sendo feito, deve reduzir bastante o déficit primário e gerar, mais à frente, o tão esperado superávit. Por outro lado, a nova estrutura a termo dos juros vai permitir inverter a curva de crescimento da dívida pública federal bruta. 

Se este cenário realmente ocorrer o governo terá um tempo maior para aprovar no Congresso as PECs que devem tratar da questão das despesas obrigatórias estabelecidas na Constituição. Estas medidas são necessárias para permitir que ocorra, com possibilidade de sucesso, a discussão de uma reforma tributária que realmente abra espaço para uma mudança em nossa estrutura de impostos e a tão necessária redução da carga tributária que onera hoje as empresas brasileiras. O cenário descrito mostra uma oportunidade que não pode ser perdida pela sociedade brasileira depois de tantos anos de crise e sofrimentos.
 
Luiz Carlos Mendonça de Barros, engenheiro, ex-presidente do BNDES e ex-ministro das Comunicações - Valor Econômico


segunda-feira, 1 de abril de 2019

Superávit de US$ 28,5 mi com palestinos e déficit de US$ 1,16 bi com Israel



É evidente que as relações comerciais do Brasil com os palestinos são irrisórias, quase inexistentes. No ano passado, o país exportou para os palestinos apenas US$ 28,93 milhões. E importou US$ 390 mil. Tivemos um superávit de US$ 28,54 milhões.  

Com Israel, as relações são mais intensas, mas nada espetacular. E aí o déficit é nosso. O Brasil exportou para os israelenses, em 2018, US$ 321,02 milhões e importou US$ 1,168 bilhão. O saldo foi negativo para o nosso país em US$ 847,84 milhões. Nos dois primeiros meses deste ano, o vermelho da conta já está em US$ 127,22 milhões.

A caminho de Jerusalém, boi, frango, açúcar e muitos bilhões de dólares

E por que não se deu o que esperavam setores mais radicais do bolsonarismo, em especial correntes evangélicas, que queriam que Jair Bolsonaro anunciasse a transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém? 

Porque o "viés ideológico" do presidente e sua tropa ainda não se descolou totalmente da realidade. Alguns dados: em 2017, o Brasil vendeu US$ 13,590 bilhões para os árabes. O superávit na balança comercial nessa relação foi de US$ 6,234 bilhões, o que corresponde a mais de 10% do US$ 62 bilhões daquele ano

Eles compram 40% da produção brasileira de frango e 35% da de carne bovina. No grupo "Alimentos", as vendas brasileiras somaram US$ 9,9 bilhões, com destaque  para o açúcar (US$ 4,6 bilhões) e carnes (US$ 3,6 bilhões).

 

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Por um mandato claro

Agora que os candidatos estão inscritos e começam a aparecer os primeiros programas oficiais, convém reexaminar a questão essencial do país: o setor público está quebrado. Se fosse uma empresa, já estaria em processo de falência, tendo de renegociar suas dívidas com os credores. Isso é o que acontece com uma empresa que gasta mais do que fatura e, assim, precisa tomar emprestado para fechar as contas do ano e ainda tem que pagar juros e prestações de dívida anterior.

Uma hipótese é o calote geral – mas nesse caso a empresa acaba, os credores ficando com os pedaços que eventualmente sobram. Acontece que o governo não acaba nunca – e isto não é uma ameaça, mas um fato da vida. Como fazer, portanto, para sair do buraco?  A primeira coisa é entender bem as contas. Ok, os candidatos já deveriam conhecê-las bem, mas parece que alguns ou não sabem ou fingem não saber. O eleitor terá que prestar atenção no que dizem os que pedem seus votos. Assim, vamos tentar pegar o essencial do problema.

Há pontos interessantes. Por exemplo: no primeiro semestre deste ano, o governo federal conseguiu fazer um superávit de R$ 58 bilhões. Não é milagre, mas apenas um jeito de olhar as contas. Trata-se de um resultado parcial, que considera as receitas e despesas do Tesouro, excluídas as receitas e despesas da previdência social. Quando se inclui a conta do INSS, aquele superávit se transforma em um déficit de R$ 32,8 bilhões. Ou seja, o famoso rombo da previdência, R$ 90,8 bilhões no semestre, engole todo o saldo do Tesouro e mais um tanto.

Tesouro é, digamos, o governo. Recolhe os impostos, taxas e contribuições IR, IPI, Pis, Cofins, CSLL, aquelas siglas todas – e vai gastando: salários e encargos do funcionalismo, remédios para os hospitais, gasolina para as polícias, equipamentos para as Forças Armadas, computadores para o Judiciário, cafezinho dos palácios e até obras. Previdência (o INSS) tem suas receitas próprias, as contribuições de empregados e patrões. E, na outra boca do caixa, o pagamento de pensões, aposentadorias e benefícios para 33 milhões de pessoas, que recebem rigorosamente em dia. Nessa subtração, deu aquele déficit de R$ 90,8 bilhões. Isso significa que o governo/Tesouro está usando dinheiro arrecado com os outros impostos para financiar o INSS. Em termos bem concretos: está tirando recursos em tese destinados a educação, saúde, segurança, programas sociais e funcionalismo para pagar pensões e aposentadorias. [pensões e aposentadorias de pessoas que contribuíram anos a fio para receber uma aposentadoria ou pensão.]
Resumo da ópera: o setor público está quebrado e maior causa disso está no déficit do INSS. [se o governo fiscalizar as fraudes que ocorrem na concessão de beneficios a pessoas que não tem direito, fiscalizar e identificar os sonegadores (muitos empresários descontam o INSS de seus empregados e não repassam para  aquela autarquia)  com certeza o déficit diminuiria substancialmente ou mesmo deixaria de existir.] 
 
Tem mais, entretanto. O déficit previdenciário total aumenta quando se acrescentam as contas do regime de aposentadoria dos servidores federais. Na base, é o mesmo sistema de repartição: os funcionários contribuem, o governo recolhe e paga aos 1 milhão de aposentados e pensionistas. A contribuição é insuficiente, de modo que, de novo, o governo recolhe recursos de outros impostos para financiar este outro déficit. [os trabalhadores das empresas privadas contribuem até o valor teto = pouco menos de R$6.000,00, mesmo os que ganham mais do que tal valor;
já os funcionários públicos contribuem sobre tudo que ganham - seja dois mil ou vinte mil reais.]
 
Em termos anuais, o déficit do INSS fica em torno dos R$ 195 bilhões. O dos servidores, militares e civis, R$ 90 bilhões. Todos os cidadãos brasileiros que pagam impostos estão financiando os aposentados e pensionistas. Seria um bom acordo de gerações se as contas estivessem equilibradas. Mas como as despesas previdenciárias crescem mais depressa que as contribuições de todos os trabalhadores, em algum momento todos os impostos recolhidos pelo governo serão utilizados para pagar os aposentados. [nunca informam o valor total das contribuições dos trabalhadores que contribuem para o INSS e o valor total das contribuições dos servidores, militares e civis = não informam já que será constatado que os civis e militares, em menor número, contribuem com um valor bem superior ao que os  do INSS, em maior número, contribuem.]
Este é o tamanho do problema. E urgente. Dizem os candidatos: alguma reforma da previdência é necessária, mas não pode ser injusta.

Estão tentando enganar. Só tem uma maneira de conter o crescimento do déficit previdenciário: as pessoas têm de trabalhar mais tempo, aposentar-se mais tarde e, sim, receber menos.  E isso não é propriamente justo. É apenas necessário. De novo, o candidato que não pedir um claro mandato para fazer isso, estará enganando nisso e em todo o resto.

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista  

SAIBA MAIS SOBRE O SUPOSTO 'PRIVILÉGIO' DOS SERVIDORES PÚBLICOS

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Balança comercial fecha 2017 com saldo recorde de US$ 67 bilhões



É o melhor resultado desde o início da série histórica, em 1989. Em dezembro, superávit foi de US$ 4,998

A balança comercial brasileira fechou 2017 com saldo recorde de US$ 67,001 bilhões. No ano passado, o país importou US$ 150,745 bilhões e exportou US$ 217,746 bilhões. Em dezembro, o comércio exterior registrou saldo positivo de US$ 4,998 bilhões, quando as compras externas somaram US$ 12,598 bilhões e as vendas, US$ 17,595 bilhões, segundo dados consolidados divulgados pelo Indústria, Comércio Exterior e Serviços nesta terça-feira. Esse é o melhor resultado desde o início da série histórica, em 1989.



Porto do Rio de Janeiro - Importação e exportação de produtos - balança comercial - Fábio Rossi / Agência O Globo


A nova meta do governo para o saldo da balança comercial em 2018 é de um superávit de US$ 50 bilhões — abaixo do valor obtido em 2017, porque a expectativa é que a retomada da atividade econômica vá resultar em aumento das importações superior às exportações.  Em 2016, o saldo da balança foi de US$ 47,683 bilhões (de acordo com dados ajustados). A estimativa do governo era atingir um saldo entre US$ 65 bilhões e US$ 70 bilhões em 2017.

O resultado do comércio exterior brasileiro foi favorecido principalmente pela exportação de produtos básicos, que subiram 35,5% na comparação com o ano anterior (especialmente milho, soja, petróleo e carne bovina). Os manufaturados responderam por uma alta de 14,7% e os semimanufaturados, por 8,8%. Segundo o secretário de Comércio Exterior, Abrão Neto, a expectativa é que esse desempenho se repita em 2018, sobretudo as commodities minerais. Abrão, no entanto, explicou que os produtos manufaturados e semimanufaturados ainda representam a maioria da pauta exportadora (51%), enquanto os básicos tem uma participação de 46,4%. Em 2017, as exportações subiram 18,5% na comparação com o registrado em 2016 e as importações tiveram alta de 10,5%. Com isso, a corrente de comércio atingiu US$ 368,5 bilhões — cifra 15,1% acima do obtido no ano anterior.

‘CRESCIMENTO EXTRAORDINÁRIO’, DIZ MINISTRO
Ao divulgar os dados do comércio exterior, o ministro da Indústria, Marcos Pereira, destacou que as exportações cresceram em 2017 após cinco anos de resultados ruins. O mesmo ocorreu com as importações que voltaram a subir, depois de três anos de queda. Segundo o ministro, o desempenho reforça a retomada da atividade econômica. — É um crescimento extraordinário e mostra a retomada da economia — disse o ministro, acrescentando que houve aumento do volume exportado e também dos preços dos produtos.

O secretário de Comércio Exterior disse que o o saldo da balança comercial projetado para este ano será o segundo melhor resultado da série histórica - abaixo apenas do valor registrado em 2017. — Nós esperamos um crescimento pelo segundo ano consecutivo da corrente de comércio, com aumento das exportações e das importações, em valores superiores aos obtidos nos últimos três anos — avaliou Abrão Neto.

O Globo