Estamos em vésperas de eleição para presidente da República no vizinho do sul, na Argentina. São três os candidatos principais, um candidato de esquerda e dois de direita – desses dois, um mais à direita, outro mais ao centro
Sergio Massa é o atual ministro da Economia, economia que está um desastre, com inflação imensa e peso desvalorizado; ele é o candidato do atual presidente argentino, Alberto Fernández, e do presidente Lula
Na centro-direita temos Patricia Bullrich; e, mais à direita, Javier Milei.
 
Milei recebe deputados brasileiros nesta sexta. Uma pequena comitiva de três parlamentares Eduardo Bolsonaro (PL), Marcel van Hattem (Novo) e Rodrigo Valadares (União) – vai levar uma nota assinada por 69 deputados federais brasileiros, de apoio a Milei, que está com 26% nas pesquisas, contra 30% de Massa e 24% de Bullrich. 
Somados os dois de direita, eles já têm 50%. 
A eleição só se decide no primeiro turno se alguém receber 45% de votos; se a direita não estivesse dividida, já ganharia neste domingo, mas talvez a definição fique para o segundo turno, em 19 de novembro, certamente entre Milei e Massa.

Outro dia, jantando com um embaixador sul-americano, ele me perguntou: “será que o governo brasileiro está preparado para o resultado da eleição na Argentina?”. Na quinta o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, respondeu que o governo brasileiro teme o resultado da eleição na Argentina. Mesmo que as pesquisas não estejam mostrando, Milei é favorito, diante da situação caótica da economia argentina.

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Imprensa ignora retiradas forçadas na Amazônia, que já resultaram em morte

Aqui, no Brasil, tivemos nesta quinta mais um episódio triste na Amazônia. Aldo Rebelo, nacionalista e ex-ministro de Lula e Dilma – foi até ministro da Defesa –, disse que é uma tragédia humanitária: brasileiros sendo retirados de território que é brasileiro, forças nacionais brasileiras, forças do Estado brasileiro. 
Primeiro foi na Vila Renascer, onde a retirada forçada continua. 
[SAIBA MAIS, AQUI:  Faz semanas que fervem os espíritos de brasileiros da Vila Renascer, resultado de um assentamento do Incra em 1994, “indevido”, segundo a Funai, na reserva Apyterewa, de 980 mil hectares, onde em 1998 viviam 218 índios Parakanã. [em um cálculo rápido, pouco mais de 4.000 hectares para cada indígena.] ]
Agora é uma reserva que criaram para abrigar os indígenas que saíram da hidrelétrica de Belo Monte. 
Na quinta houve confrontos de paus e pedras contra spray de pimenta e balas de borracha. Já houve uma morte. 
Uma nota oficial afirma que o morto havia agredido um oficial da Força Nacional, tentando tirar a arma dele, e isso resultou na morte. O advogado da comunidade diz que houve um confronto entre os dois, e que um tenente-coronel atirou em Oseias Ribeiro, um produtor rural de 37 anos.

É terrível o que está acontecendo, e mais terrível ainda é a omissão da mídia brasileira, que parece querer jogar sobre nossos olhos e nossos ouvidos fatos que estão acontecendo a mais de 10 mil quilômetros daqui, para não percebermos o que está acontecendo na Amazônia.

A questão da Amazônia é simples: ela só será brasileira se for ocupada por brasileiros. Mas, segundo Aldo Rebelo, as ONGs estrangeiras é que pressionaram o governo federal a tirar os brasileiros de lá, porque aí fica mais fácil o domínio. A posse do nosso território começou em 1500; continuou sobre Tordesilhas, com a construção de Brasília, com a saída do litoral, só terminaremos de conquistar essa terra quando chegarmos lá na Cabeça do Cachorro, no Amazonas. 
Por enquanto, como me disse um militar outro dia, lá na Cabeça de Cachorro existe apenas uma colônia brasileira. 
Só é Brasil se tiver estrada até lá, se um caminhão puder chegar e continuar, dali entrar em outros países. 
É assim que se forma uma nação.
 
 
Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES