Fim de ano:população de rua cresce e dá uma dimensão do abismo social no DF
No fim do ano, a população de rua cresce e aparece. Em terrenos sem qualquer estrutura, nas comerciais e nos gramados, homens, mulheres, crianças, dependentes químicos e doentes mentais dão uma dimensão do abismo social no Distrito Federal
As paredes são de madeira fina, e o teto, de lona. Dentro do
barraco, um colchão de casal, uma cama menor improvisada, poucos móveis
usados, um ventilador e uma luz de gambiarra. Esta é a casa que Tatiana
Araújo, 29 anos, divide com os quatro filhos — um de 11, outro de 10, o
do meio, de 7, e o caçula de 3 anos — em uma invasão próxima ao Centro
Cultural Banco do Brasil (CCBB). Ela veio da Bahia ainda pequena. Na
cabeça, acreditava que Brasília seria uma cidade de realizações e
oportunidades. “Vim pensando que era uma coisa e é outra. A vida aqui se
tornou mais cara e mais difícil”, relembra.
Mudando
de terreno em terreno, Tatiana leva a vida como catadora de material
reciclável. O quintal da casa dela é o próprio local de trabalho. Depois
de buscar o lixo na rua, faz a separação perto da moradia e espera até
uma pessoa vir recolher. Pelo serviço, ganha, em média, R$ 250 por mês. O
valor não é suficiente para o sustento da família. Além dele, Tatiana
conta com o Bolsa Família dos filhos. “É uma vida triste. Você mora
perto da lama, tem rato, mato, mosquito. Fica exposto a tudo quanto é
doença. Você mora mais fora do barraco que dentro”, descreve.
[a forma como a matéria é apresentada deixa a impressão que no final do ano milhares de pessoas que moram nas ruas do DF - aqui chamada 'população de rua' - se torna visível.
Nada disso. Pequena parte das 11.000 pessoas que aqui são apresentadas como 'morando nas ruas', NÃO MORAM em Brasília, Distrito Federal ou Entorno.
A maior parte desse número é formado por 'migrantes profissionais' que residem fora do DF - a maior parte na Bahia - e que todo final de ano aproveitam a generosidade dos moradores de Brasília e vem para o DF, ocupam as ruas, construindo barracos improvisados (contando com o apoio, por omissão, do governo do DF que nada faz para remover essas pessoas das ruas) e ficam pedindo esmolas.
Logo que passam as festas do final de ano voltam para suas cidades de origem.
É DEVER do governo criar uma estrutura operacional para impedir que tais pessoas ocupem as ruas - dão preferência as áreas centrais, locais em que o maior fluxo de pessoas faz com que 'faturem' mais com a mendicância.
Sendo proibido ao Governo impedir que tais 'pedintes profissionais' se desloquem para Brasília - existe a vetar qualquer medida para impedir o livre deslocamento dos 'migrantes profissionais', o CONSTITUCIONAL 'direito de ir e vir' - restando ao Governo impedir que tais pessoas construam tendas de lona no Eixo Monumental, margem de rodovias, etc.
A omissão das autoridades em coibir a 'mendicância profissional' , faz com que a cada ano cresça o número de pedintes nas ruas de Brasília, especialmente no final do ano.
Com a omissão governamental e a divulgação feita pelos pedintes no interior de suas cidades dos excelentes resultados da mendicância profissional, teremos sempre um ciclo vicioso, no qual até centenas de crianças ficam expostas a condições que oferecem risco a sua própria integridade física.
Urge que o governo esqueça o maldito 'politicamente correto' e adote medidas que desestimule essa migração sazonal e cruel.
Vejam o exemplo que a matéria apresenta de Tatiana. Detalhe: exceto se for uma rara exceção, Tatiana não reside em Brasília. NO inicio de janeiro irá embora, provavelmente já grávida ou cuidará de engravidar, logo que chegue a sua cidade e no inicio de DEZEMBRO estará novamente no DF, agora com quatro crianças, sendo uma recém nascida.
Nada temos contra a população de rua ou a que diz ser. Apenas entendemos que não deve ser permitida que pessoas vegetem, acalentando sonhos impossíveis - qualquer um sabe que as chances de Tatiana ganhar moradia são menores que ZERO e caso ganhasse, dias depois venderia por qualquer punhado de reais que logo seria gasto e tudo começava de novo.]
Enquanto conversa e conta um pouco da triste história, o filho mais novo de Tatiana corre pelado e descalço pelo chão de terra batida. O pequeno se diverte com uma bolha de sabão que sai voando, anda de bicicleta em meio ao lixo e percorre o local com naturalidade e domínio. Inscrita no programa habitacional da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab), Tatiana aguarda há quatro anos a chance de realizar o maior sonho: ter uma casa. “Quero sair daqui, ganhar uma moradia, ter estabilidade e um serviço. Não quero trabalhar com reciclagem”, complementa. “Tem dias que não consigo trabalhar por conta das crianças. Como deixo eles aqui sozinhos?”, questiona.Fonte: Correio Braziliense