A nota do Ministério Público Federal no Paraná destaca o “o trabalho estritamente técnica (sic), imparcial e apartidário realizado pela Lava Jato”. É mesmo! Vimos isso naquela que acabou sendo a sequência de ventos mais rumorosa derivada da operação: o caso Joesley Batista. Ofereceu-se a impunidade a quem confessou, em companhia dos seus, 245 crimes, numa operação em que as marcas de ação indevida e ilegal do MPF são escancaradas. Houve até um procurador trabalhando, ao mesmo tempo, em favor da delação e dos Interesses pecuniários do delator.
O que se
viu nesse caso, sabem todos os especialistas da área, foram flagrantes
armados. Só a operação Joesley e seus terríveis desdobramentos vão gerar
pelo menos 1,5 ponto a menos na expansão do PIB neste ano. Tomando como
referência o Produto Interno Bruto de 2017, estamos falando de R$ 99
bilhões. Como o PIB, apesar de tudo, está em crescimento, o que o país
deixará de gerar em riquezas é muito superior a isso. As safadezas
contidas naquela negociação não são matéria de opinião. Há as confissões
involuntárias de Joesley.
Respeito
ao “sistema democrático”? Quando Deltan Dallagnol, Carlos Fernando e
outros menos cotados dão plantão nas redes sociais para atacar ministros
do Supremo e jornalistas que não lhes tocam flauta; quando pedem a
prisão de quem ainda nem denunciado está; quando incitam a população a
se manifestar contra o Congresso e os congressistas; quando jogam no
lixo dispositivos do estatuto que rege a sua própria função, será mesmo
em defesa da democracia que atuam?
A
propósito: no recente locaute que sacudiu o país — com prejuízos que
ultrapassam R$ 100 bilhões —, onde estava o Ministério Público Federal?
Por que não se ouviu uma miserável manifestação? Que providências tomou o
órgão, atendendo ao mandamento constitucional, em defesa da população?
Blog do Reinaldo Azevedo