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domingo, 17 de junho de 2018

2014, a Copa do Mundo que não terminou

Embora o Mundial no Brasil tenha acabado há quatro anos, é preciso que as obras em andamento sejam concluídas, para que a população possa usufruir de seus benefícios

A Copa da Rússia começou na quinta-feira, com uma partida em que os anfitriões golearam a Arábia Saudita por 5 a 0. Hoje à tarde, é a vez de a seleção brasileira fazer sua estreia na competição. Mas esse novo ciclo, que de quatro em quatro anos mobiliza 209 milhões de torcedores brasileiros, se inicia sem que o anterior tenha sido encerrado. Nada a ver com a traumática queda diante da Alemanha, por 7 a 1, no Mundial passado. Faz parte do jogo. Ganha-se ou perde-se. O que soa como ruína é o fato de obras planejadas para a Copa de 2014, e que consumiram milhões de reais em recursos públicos, não terem sido concluídas até hoje. Esta sim é uma derrota acachapante para o país.


Como mostrou reportagem exibida pela “GloboNews”, com base num levantamento do site G1, 11 das 12 cidades que sediaram a Copa de 2014 — a exceção é o Rio de Janeiro — ainda ostentam canteiros de obras inacabadas, a maioria na área de mobilidade urbana. Somente em São Paulo, Brasília, Recife e Fortaleza, projetos de “legado” orçados em R$ 2,4 bilhões ainda não foram entregues. E sabe-se lá quando serão. Os motivos alegados vão desde a falta de recursos, em meio ao agravamento da crise financeira, a impasses com empreiteiras, passando por problemas de desapropriação ou licenciamento ambiental.

Entre esses desacertos, está, por exemplo, as obras no entorno do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, a arena mais cara da Copa — o custo se aproxima de R$ 2 bilhões — e uma das mais inúteis, forte candidata a se tornar elefante-branco. A reurbanização e a construção de passagens subterrâneas não saíram do papel. O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que ligaria o aeroporto ao Centro da capital tragou R$ 20 milhões, mas a obra foi cancelada por determinação da Justiça. 

Na capital paulista, o monotrilho que se estenderia do Aeroporto de Congonhas ao metrô permanece no esqueleto. A obra estava prevista para durar dois anos, mas se arrasta há sete. O trajeto inicial foi encolhido em dez quilômetros, porém o preço mais que dobrou — saltou de R$ 1,3 bilhão para R$ 3,5 bilhões. Era para 2014, mas agora só deve ser entregue em 2019.

Em Fortaleza, as obras do VLT iniciadas em 2002 já consumiram R$ 246 milhões do orçamento de R$ 380 milhões, mas a maior parte das estações ainda se encontra em construção. Agora, promete-se inaugurá-la este ano.No Recife, a construção de uma ponte nos arredores da arena de Pernambuco ficou pela metade, e o restante da obra foi abandonado.

Embora a Copa do Brasil já tenha acabado há quatro anos, é preciso que essas obras em andamento sejam concluídas, para que a população possa usufruir de seus benefícios. Até porque elas já consumiram dinheiro público. E que os órgãos de controle, como tribunais de conta e Ministério Público, se encarreguem de investigar os motivos dos inaceitáveis atrasos, para que os responsáveis por esse descalabro recebam cartão vermelho.

 

segunda-feira, 11 de julho de 2016

O pífio legado da Copa

No momento, existem 22 empreendimentos com obras iniciadas, mas a maioria está parada

A Copa do Mundo de 2014 deixará uma grande herança ao País, anunciou o governo federal quando trouxe o espetáculo para o Brasil, prometendo a realização de importantes obras de mobilidade urbana em várias cidades. A promessa, no entanto, não se tornou realidade. Dois anos depois da realização do torneio, boa parte das propostas continua no papel. Segundo dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) e do Programa de Aceleração do Crescimento (PACo), apenas 18% dos 125 projetos de mobilidade urbana relacionados à Copa do Mundo estão em operação.

No momento, existem 22 empreendimentos com obras iniciadas, mas a maioria está parada. Variadas, as causas para a ineficiência vão de erros de projeto a falta de recursos. Como alternativa à construção do metrô – mais cara e demorada –, vários dos projetos de mobilidade urbana previram a construção de BRT (Ônibus de Trânsito Rápido) e de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Mesmo esses projetos mais simples não foram finalizados.

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As obras do VLT de Cuiabá (MT) estão paradas desde dezembro de 2014 por divergências entre o Estado e o consórcio construtor. O grupo pede R$ 1,3 bilhão para concluir o projeto, que já recebeu até o momento desembolsos de R$ 1,06 bilhão. Segundo o governo estadual, auditoria feita pela KPMG indicou necessidade de aporte de R$ 602 milhões. A disputa foi parar na Justiça. Diante do impasse, chegou-se a cogitar a troca da modalidade de transporte, de VLT para BRT, mas – segundo o secretário de Cidades do Estado, Eduardo Chiletto – a possibilidade foi descartada por causa das obras já executadas.

Já o BRT de Belém (PA) teve de ser readequado pela administração atual por causa de erros no projeto, elaborado durante a gestão anterior. Segundo a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém, o desenho original não previa área para ultrapassagem dos ônibus. Já as estações, incompatíveis com o clima da cidade, tiveram de ser devolvidas. Os erros levaram ao cancelamento das licitações e à elaboração de novos contratos, atrasando a liberação de recursos e a retomada das obras. O início de operação experimental está previsto para a primeira quinzena de julho.

Em outras cidades, a falta de dinheiro fez com que o projeto de BRT fosse substituído por um simples corredor de ônibus. “Estão levando muito tempo para uma obra simples e que, depois de pronta, não atende às necessidades da população”, diz Halan Moreira, vice-presidente da Brasell Gestão Empresarial, empresa do setor de mobilidade.

Muitas vezes, a falta de recursos para os projetos é sintoma também de mau planejamento. Por exemplo, o governo federal pôs à disposição R$ 150 bilhões para a mobilidade urbana, mas não foi prevista a parcela de recursos dos Estados e municípios, muitos deles sem capacidade para investir. Houve empreendimentos que não foram adiante por falta de verbas para as desapropriações, que deveriam sair dos cofres municipais em valores quase iguais aos do próprio projeto.

A ineficiência também afetou os projetos de monotrilho, mais complexos e mais caros. Segundo o último balanço do PACo, havia cinco projetos dessa modalidade no País. Por enquanto, apenas a Linha 15 de São Paulo, que liga duas estações num trecho de 3 km, está em operação. A Linha 17, que ligará o Aeroporto de Congonhas ao Morumbi, estava com as obras paradas até pouco tempo atrás. Os outros empreendimentos continuam parados.

Em 2010, Lula havia prometido que “a Copa será uma grande oportunidade para acelerar o crescimento em infraestrutura necessário para o Mundial e fundamental para o desenvolvimento do nosso Brasil”. Posteriormente, a pupila Dilma Rousseff repetiu várias vezes semelhante falácia. O resultado está aí e bem reflete os anos de PT no poder – um discurso nacionalista embalando ineficiência e corrupção.

 Fonte: Blog do Augusto Nunes