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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Depressa, antes que a tolerância acabe!

Uma viagem a China, que o levaria a estar por lá a partir de 6 de setembro próximo, é só o pretexto que o presidente interino Michel Temer usa para apressar o julgamento do impeachment pelo Senado. 

De fato, a pressa tem a ver com as medidas econômicas que carecem de aprovação do Congresso, e com o receio de Temer de que se esgote a tolerância dos brasileiros com um governo devagar, quase parando.

A vontade dele deverá ser satisfeita, como indicou, ontem, o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal e da fase final do processo de impeachment no Senado.  O mandato de Dilma poderá estar cassado até o último dia deste mês. Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, voltou a repetir que a própria Dilma tem interesse em que tudo acabe o mais rápido possível.

Ela perdeu a esperança no milagre da multiplicação de votos a seu favor no Senado. De um total de 81, teve 22 quando os senadores aprovaram a admissibilidade do impeachment. Arrisca-se a ter menos agora.  A lentidão do processo aumentou o preço do voto de senadores que chantageiam o governo com cobranças por cargos, verbas para obras em seus redutos eleitorais, e outras coisinhas mais.

Até aqui, este tem sido um governo de promessas. São muitas. Que não se realizam por fraqueza do governo, mas também por medo de que elas possam prejudicar a aprovação do impeachment.  O único personagem satisfeito com a demora em pôr um ponto final nessa história que se arrasta desde abril é Lewandowiski. Seu mandato de presidente do Supremo terminará em setembro.

Fonte: Blog do Noblat - O Globo