Tem jeitinho para tudo no Brasil. Ainda mais para quem detém o Poder Supremo. Será simples a solução para resolver o pedido da Polícia Federal para investigar o ministro José Dias Toffoli em função da colaboração premiada do ex-governador Sérgio Cabral Filho que o acusou de receber R$ 4 milhões venda de sentenças a dois prefeitos no Tribunal Superior Eleitoral. O plenário do Supremo Tribunal Federal vai decidir, por maioria ou unanimidade, que a delação de Cabralzinho não tem validade. Simples assim. A votação começa dia 21 e se estende até o dia 28, conforme previsão do relator da moribunda Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin. Espírito de Corpo funciona desse jeitinho em Bruzundanga. Nada de anormal...
Outra previsível decisão suprema que está prontinha para ser emitida a qualquer momento é contra o General de Divisão Eduardo Pazzuelo. Nem que a Advocacia Geral União faça o mais bem formulado dos pedidos, o STF não deseja conceder qualquer habeas corpus para impedir que o ex-ministro da Saúde tenha de depor na inútil CPI do Covidão no Senado.
A CPI segue o roteiro previsível e programado. Renan intimida os depoentes com ameaças e perguntas tipo “pegadinha” para arrancar deles algum factóide que possa incriminar o Presidente da República por falta de ação ou omissão. A tática cabeleira, que procura pêlo em ovo, pode até acabar achando, porque a narrativa consegue fabricar qualquer versão, não importando se os fatos são verídicos. A única saída inteligente para Bolsonaro é agir com transparência total e manter a calma - conselho útil que não vem sendo seguido por vários integrantes do Governo Federal e por parlamentares da base aliada. Qualquer aumento de tensão beneficia o jogo sujo da oposição. Estranho é que os “Estrategistas” de Bolsonaro ignorem isso...
Enquanto isso, mais gol contra a imagem do governo. Uma portaria de Paulo Guedes eleva o salário do Primeiro Escalão do Governo Federal, acima do teto constitucional. Jair Bolsonaro, ministros e uns mil servidores podem receber 69% de aumento salarial. Se é justo ou não o reajuste, não é este o ponto fundamental. O momento é politicamente inoportuno, em função da gravíssima crise econômica agravada pelas medidas estúpidas no suposto combate ao Covidão. Será que o Presidente Bolsonaro vai defender uma medida que pode aumentar, subitamente, sua impopularidade, além de dar mais munição para a narrativa da oposição? Fala sério…[e o Guedes volta a falar no retorno da maldita CPMF.]
Aliás, o que não dá para levar a sério são as enquetes que impõem o nome de Luiz Inácio Lula da Silva como favorito à sucessão presidencial de 2022. As mesmas “pesquisas” (entre aspas), além de indicar a polarização entre Lula e o atual Presidente, também aponta um aumento da avaliação negativa de Bolsonaro e do governo, em torno de 45% (e com tendência de subida, segundo os institutos de pesquisas que as produzem.
Reais ou não os dados, ainda é muito cedo para qualquer previsão sensata sobre a distante eleição de outubro/novembro de 2022. O candidato-fantoche de “centro” sequer foi inventado e viabilizado. O Establishment não quer Bolsonaro, nem Lula. Mas tudo vai depender do desempenho real e da percepção popular sobre a economia - que será influenciada pelo volume e velocidade da vacinação contra o Covidão.
Depois de 14 meses, o governo federal até lançou uma campanha para defender a vacinação em massa. Convocou o famoso o Zé Gotinha e escalou uma linda e charmosa secretária extraordinária de combate à Covid-19, Luana Araújo. A infectologista já chegou criticando, no Twitter, o que chamou de “neocurandeirismo”. Sabia e pragmaticamente, ela apagou a postagem que não deve ter agradado ao Presidente Bolsonaro...
Por enquanto, O Brasil sobrevive em clima de mera ejaculação precoce, tanto do ponto de vista médico quanto eleitoral… Até as coisas se definirem melhor e com mais clareza, a guerra de todos contra todos e suas batalhas de narrativas vão dominar o cenário político. Quem falar menos besteira e conseguir manter a mínima serenidade, em ambiente de alta pressão, tende a sobreviver politicamente e seguir em frente. O destino promete ser cruel com quem fala demais (incluindo besteiras e inverdades). O ex-secretário de Comunicação do governo, Fábio Wajngarten, sentiu isso na pele no depoimento à CPI do Covidão.Apenas para recordar, o Poder Supremo já decidiu até contra a Princesa Isabel de Orleans e Bragança -
a mesma que assinou a lei que aboliu a escravatura no Brasil em 13 de
maio de 1888. Depois de 125 anos, o STF não reconhecendo um pedido de
indenização à Família Imperial pela apropriação do Palácio da Guanabara.
Aqui é assim mesmo: a tal Justiça tarda, e o Judiciário falha... Continuamos escravos da injustiça... Viva Isabel! Viva a Liberdade! Até quando? Só o Acima de Todos sabe...
A regra da cautela e prudência vale para todos, situação e oposição, e para quem for convidado ou intimado a comparecer à CPI. O princípio só não vigora, por enquanto, para o Poder Supremo. Este está acima de tudo e de todos. Seus 11 craques podem falar e decidir o que quiserem, a favor e contra quem for conveniente. O regramento excessivo e as narrativas abusivas permitem tudo em Bruzundanga - nação dominada pelo regime ditatorial do Crime Institucionalizado.
Alerta Total - Jorge Serrão