Comandante Militar do Sudeste assume o posto de Júlio César de Arruda, demitido pelo presidente Lula (PT) neste sábado
Com a demissão de Júlio César de Arruda do comando do Exército, o substituto escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o comandante militar do Sudeste, Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva. A escolha acontece um dia depois de Paiva pedir a sua tropa respeito aos resultados das urnas e chamar os últimos atos no país de "terremoto político".
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Aos 62 anos, Ribeiro Paiva nasceu na capital paulista e já foi chefe de gabinete do general Eduardo Villas Bôas. Ele assumiu o comando do CMSE em abril de 2021, ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A unidade abrange 59 organizações militares e tem um efetivo de mais de 17 mil militares.
Quando ainda havia expectativa sobre que nome Lula escolheria para iniciar seu governo à frente do Exército, Ribeiro Paiva era tratado como o segundo da lista e o preferido de aliados de Lula. A escolha se confirmou por Arruda, em acordo com a equipe de transição.
No Exército desde 1975, Ribeiro Paiva foi aluno da Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP), tem cursos de Formação, de Aperfeiçoamento, de Comando e Estado-Maior, além de especialização em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas. Ele também foi ajudante de ordens dos ex-presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.
Durante sua trajetória na caserna, Ribeiro Paiva também comandou a Academia Militar das Agulhas Negras, a instituição de ensino superior responsável pela formação dos oficiais combatentes de carreira do Exército Brasileiro. Em 2012, ele comandou a Força de Pacificação da Operação Arcanjo VI, no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro.
Sua chegada ao posto de general do Exército aconteceu em julho de 2019, quando passou a integrar o Alto Comando do Exército.
Em discurso no Quartel-General Integrado (QGI), em São Paulo, durante evento que homenageava os militares mortos durante terremoto no Haiti, nesta quarta-feira, Ribeiro Paiva pediu a sua tropa respeito aos resultados das urnas e chamou os últimos atos no país de "terremoto político".
"Também é o regime do povo. Alternância de poder. É o voto, e quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É essa a convicção que a gente tem que ter, mesmo que a gente não goste. Nem sempre a gente gosta, nem sempre é o que a gente queria. Não interessa. Esse é o papel da instituição de Estado, da instituição que respeita os valores da pátria. Somos Estado", afirmou o general.
Política - O Globo