Lula se impôs como alternativa única de candidatura a duas gerações de adeptos do PT e suas organizações satélites
Sexta-feira
passada, em Brasília, quando Lula iniciava um depoimento na Justiça
Federal, pediram-lhe para falar mais próximo do aparato de gravação: — Tem que falar para a câmera? Olha que candidato não pode ver uma câmera — ironizou.
Foi a segunda vez, nos últimos dois meses, que ele fez questão de registrar em juízo o seu projeto de candidatura. Havia sido incisivo quando falou ao juiz Sérgio Moro em maio, em Curitiba: — Eu estava encerrando a minha carreira política, mas, agora, depois de tudo o que está acontecendo, estou dizendo em alto e bom som que vou quer ser candidato em 2018.
Por ironia, foi em Curitiba que Lula completou três décadas e meia de candidatura permanente pelo Partido dos Trabalhadores. Em 1982, escolheu a capital do Paraná para seu primeiro comício de aspirante ao poder central. Desde então, há 35 anos ele se mantém em campanha como candidato do PT, e com o mesmo objetivo — a Presidência.
Lula se impôs como alternativa única de candidatura a duas gerações de adeptos do PT e suas organizações satélites. Não há precedente em países sob regime democrático.
Na quarta-feira, ele foi condenado pelo juiz Moro a 3.420 dias de prisão, em regime fechado. E, ainda, ao dobro desse tempo para “exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza”, ou mesmo como dirigente na iniciativa privada, como determina a lei sobre crimes de “lavagem” ou ocultação de patrimônio e dinheiro.
A punição foi porque, segundo Moro, “envolveu a destinação de R$ 16 milhões a agentes políticos do PT”. O então presidente integrava “um esquema criminoso no qual o pagamento de propinas havia se tornado rotina”. Acrescentou: “O custo da propina era repassado à Petrobras, através da cobrança de preço superior à estimativa, aliás propiciado pela corrupção”.
O juiz foi duro: “A culpabilidade é elevada. A responsabilidade de um Presidente da República é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes”.
A sentença de Moro ainda depende de confirmação em segunda instância judicial. Lula poderá recorrer em liberdade, isto é, em campanha. Até lá, o candidato é dúvida para o PT. Não apenas para a disputa eleitoral de 2018, mas para todas as seguintes, pelo menos até 2036, quando completa 89 anos de idade. Caso em algum momento desista da candidatura, Lula poderá se entrar para o clube dos caciques de partidos em virtual aposentadoria por condenação judicial. Lá estão, por exemplo, alguns dos antigos parceiros da campanha de 2002. Entre eles, Pedro Correia e Valdemar Costa Neto, sócios de Lula e José Dirceu na operação política que passou à história como “Mensalão”.
Foi a segunda vez, nos últimos dois meses, que ele fez questão de registrar em juízo o seu projeto de candidatura. Havia sido incisivo quando falou ao juiz Sérgio Moro em maio, em Curitiba: — Eu estava encerrando a minha carreira política, mas, agora, depois de tudo o que está acontecendo, estou dizendo em alto e bom som que vou quer ser candidato em 2018.
Por ironia, foi em Curitiba que Lula completou três décadas e meia de candidatura permanente pelo Partido dos Trabalhadores. Em 1982, escolheu a capital do Paraná para seu primeiro comício de aspirante ao poder central. Desde então, há 35 anos ele se mantém em campanha como candidato do PT, e com o mesmo objetivo — a Presidência.
Lula se impôs como alternativa única de candidatura a duas gerações de adeptos do PT e suas organizações satélites. Não há precedente em países sob regime democrático.
Na quarta-feira, ele foi condenado pelo juiz Moro a 3.420 dias de prisão, em regime fechado. E, ainda, ao dobro desse tempo para “exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza”, ou mesmo como dirigente na iniciativa privada, como determina a lei sobre crimes de “lavagem” ou ocultação de patrimônio e dinheiro.
A punição foi porque, segundo Moro, “envolveu a destinação de R$ 16 milhões a agentes políticos do PT”. O então presidente integrava “um esquema criminoso no qual o pagamento de propinas havia se tornado rotina”. Acrescentou: “O custo da propina era repassado à Petrobras, através da cobrança de preço superior à estimativa, aliás propiciado pela corrupção”.
O juiz foi duro: “A culpabilidade é elevada. A responsabilidade de um Presidente da República é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes”.
A sentença de Moro ainda depende de confirmação em segunda instância judicial. Lula poderá recorrer em liberdade, isto é, em campanha. Até lá, o candidato é dúvida para o PT. Não apenas para a disputa eleitoral de 2018, mas para todas as seguintes, pelo menos até 2036, quando completa 89 anos de idade. Caso em algum momento desista da candidatura, Lula poderá se entrar para o clube dos caciques de partidos em virtual aposentadoria por condenação judicial. Lá estão, por exemplo, alguns dos antigos parceiros da campanha de 2002. Entre eles, Pedro Correia e Valdemar Costa Neto, sócios de Lula e José Dirceu na operação política que passou à história como “Mensalão”.