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segunda-feira, 18 de maio de 2015

Assassinos receberiam R$ 15 mil para "dar susto" em tenente-coronel

O valor foi combinado pela cunhada da vítima, Cláudia Osório, 50 anos, que chegou a dar uma garantia de R$ 1.050 para os bandidos

Os assassinos do tenente-coronel do Exército Sérgio Murillo Cerqueira Filho, 43 anos, receberiam R$ 15 mil para matá-lo. O valor foi combinado pela cunhada da vítima, Cláudia Osório, 50 anos, que chegou a dar uma garantia de R$ 1.050 para os bandidos, segundo a Polícia Civil.

Os R$ 50 seriam para comprar munição
. De acordo com o delegado-chefe da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS), Leandro Ritt, Cláudia encontrou com dois suspeitos da execução, Lorena Karen Custódio, 20, e Rodrigo Costa Sales, 24, em um bar, na última quinta-feira (14/5). A irmã de Cristiana Osório, 43, mulher do militar, entregou a arma para os dois e combinou onde eles deveriam sequestrar o militar. 

 Delegado descreve a premeditação do crime: "Não temos dúvidas de que a morte estava decidida desde o começo"
Em depoimento, Cláudia, que é professora da rede pública de ensino do DF, afirmou que a intenção não era matar o cunhado, mas somente “dar um susto”. Segundo Claudia, a ideia era que os suspeitos atirassem contra a perna do tenente-coronel para ele, então, voltar para casa pedindo cuidados da mulher, Cristiana. Cláudia confirmou à polícia o contato com os executores do assassinato, mas sempre ressaltando a intenção de apenas dar um susto. A polícia identificou ligações telefônicas entre ela e os quatro envolvidos antes e depois de Sérgio Cerqueira ser executado com um tiro na cabeça.

Crime planejado
Um dos executores, Rodrigo Costa, filho de uma ex-empregada de Cláudia, foi a primeira pessoa procurada para o crime. Os outros três executores foram chamados pelo próprio Rodrigo. "Apesar de a professora dizer que organizou tudo com a irmã para dar um susto na vítima, não temos dúvidas de que a morte estava decidida desde o começo”, afirma o delegado.

O tenente-coronel foi sequestrado quando entrava no carro com Cristiana, na noite de sexta-feira (15/5). Quatro pessoas abordaram o casal na 208 Norte, onde o militar morava havia um mês com um amigo. O delegado explicou que, durante a abordagem, segundo o depoimento de Lorena, Cristiana bateu no vidro do carro e pediu para que deixassem o marido, mas ao mesmo tempo piscou para Rodrigo, aprovando o sequestro.


Pouco tempo depois de o tenente-coronel ser levado, o corpo dele foi encontrado em uma área rural de São Sebastião com um tiro na cabeça. Entre os quatro sequestradores, estavam também Jorge Alencar da Silva, 21 anos, e Leandro Ceciliano, 27, que deixou a prisão dois dias antes após cumprir pena por estelionato. Apenas Leandro teve coragem de atirar depois da arma ter falhado nas quatro primeiras tentativas, de acordo com a polícia.

A última a ser presa pelo crime de homicídio qualificado, Cristiana negou participação no assassinato do marido. Apesar disso, segundo a polícia, não há dúvidas de que a mulher planejou com a irmã Cláudia a emboscada para o oficial. 

Frieza e mensagem na internet
Doze horas depois da morte de Sérgio Murillo Cerqueira Filho, Cristiana postou em uma rede social uma mensagem lamentando a morte do marido. De luto, a dona de casa agradeceu o apoio de todos e pediu que o companheiro de 15 anos de casamento descansasse e fosse acolhido “pelos braços do Pai maior”.


Segundo o inquérito, Cristiana e Sérgio Cerqueira estavam em processo de separação. Ela não aceitava a situação e temia perder o padrão de vida, segundo o relato de familiares e de policiais. A mulher teria contratado criminosos para assassinar o marido, com o objetivo de herdar uma pensão militar de aproximadamente R$ 10 mil.


O processo foi distribuído ainda no fim de semana para o Tribunal do Júri de São Sebastião, cidade onde o corpo do oficial foi encontrado. Cristiana, Cláudia e os quatro executores responderão por crime contra a vida e irão a júri popular. A pena pode chegar a 30 anos de prisão.

Fonte: Correio Braziliense