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sábado, 16 de março de 2019

Para atirador da Nova Zelândia, diversidade é sinal de fraqueza do Brasil

O australiano Brenton Tarrant abriu fogo contra fiéis de duas mesquitas e matou 49 pessoas; governo promete rever lei sobre posse de armas

Em seu manifesto “A Grande Substituição”, de 74 páginas, o australiano Brenton Tarrant mencionou o Brasil como exemplo da fraqueza de nações diversas, assim como os Estados Unidos e a África do Sul. Na manhã desta sexta-feira, 15, Tarrant atirou contra fieis muçulmanos nas mesquitas Al Noor e Linwood, na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia. Matou 49 pessoas.

O atentado é considerado o mais devastador da história da Nova Zelândia. Segundo a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, tratou-se de um “ato de violência sem precedentes”, que a levará a propor mudanças na lei sobre posse e porte de armas de fogo.“O Brasil, com toda a sua diversidade, é completamente fraturado, como Nação, onde as pessoas não podem se dar bem, se separar, e se segregar sempre que possível”, escreveu o autodeclarado “supremacista branco”.

Os americanos, para o terrorista, estão a ponto de se “quebrarem em pedaços entre si” por causa da diversidade racial. A África do Sul, mencionou, está se tornando um lado ensanguentado, com à medida que a diversidade aumenta.  “A diversidade não é uma força. Unidade, propósito, confiança, tradição, nacionalismo e nacionalismo racial é o que resulta é força. Todo o resto é apenas frase de efeito.”

Nesse capítulo sobre a diversidade de seu manifesto, Tarrant queixa-se das atuais convicções expressas pela imprensa, políticos, educadores e celebridades de que a variação étnica é a grande força das sociedades. “Enquanto isso, as nações ‘diversas’ do mundo são palcos de conflitos sociais, políticos, religiosos e étnicos sem fim”, argumentou.

 

O manifesto foi publicado em uma plataforma virtual da chamada “dark web”, onde circulam informações e negócios ilegais, e em um perfil no Twitter.  

Tarrant, um personal trainner de 28 anos, se diz  “fascista etnonacionalista” e “homem branco comum”, afirma que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é “um símbolo da identidade branca renovada” e alega ter recebido a “bênção” do terrorista de extrema direita Anders Breivik, que matou 77 pessoas na Noruega há oito anos.



Revista VEJA