Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador terrorista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador terrorista. Mostrar todas as postagens

sábado, 5 de agosto de 2023

Moraes está destruindo Monark simplesmente por que quer e ninguém o impede - J. R. Guzzo

     Últimas

Assine

Vozes - Gazeta do Povo

“Brasil se acostumou com teatro macabro de superpoderes de Moraes”, diz Monark
Foto: Reprodução Monark Talks


O Brasil vive há quatro anos, desde que o STF deu a si próprio as funções de polícia política e passou a mandar no país como uma junta de governo de Terceiro Mundo, uma descida em câmera lenta para a supressão da democracia, das leis e dos direitos dos cidadãos. 
Há um imenso esforço dos políticos de “esquerda”, das elites intelectuais e da maioria da mídia em esconder isso. 
Dizem que a salvação do “Estado democrático de direito” exige medidas “firmes” de repressão contra a ameaça dos “golpistas”, do “bolsonarismo” e da “extrema direita”
Tais medidas não podem ser atrapalhadas pelas leis em vigor e pela Constituição Federal. Mais importante que elas é “defender a democracia” – e se para “defender a democraciafor preciso deixar o sistema legal em pedaços, paciência. 
É para o próprio bem do Brasil. O STF é que sabe essas coisas, e só ele tem o direito de decidir o que serve e o que não serve para os 220 milhões de habitantes. Essa história de respeitar a lei é conversa de bolsonarista, terrorista, fascista, nazista e terraplanista.

Vem sendo assim desde que o STF, sem a permissão de qualquer lei deste país, abriu o seu inquérito perpétuo contra “atos antidemocráticos”, ou “notícias falsas”, ou o que tem cara de “direita”, ou o que desagrada os ministros; dá tudo na mesma. 

Esse inquérito só existe porque a Polícia Federal passou a cumprir ordens ilegais do STF e colocou suas armas e agentes a serviço das medidas de repressão ordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes no curso das investigações
O inquérito não segue nenhum processo legal; simplesmente faz o que o ministro manda fazer. 
As regras são escritas e reescritas no gabinete de Moraes. 
É como se as leis processais fossem sendo criadas ali, dia a dia: hoje são assim, amanhã são assado. Não há recurso possível contra nenhuma de suas decisões
Não há o pleno direito de defesa para os acusados. Não há prazos. 
Os indiciados não são ouvidos em interrogatório individual; apenas respondem a um questionário comum. São denunciados em lotes, como gado. Podem ficar na cadeia pelo tempo que o ministro Moraes quiser; ninguém, absolutamente ninguém, tem autoridade para mexer nisso.  
Os valores exorbitantes das multas não podem ser contestados, nem os bloqueios de contas bancárias, nem a proibição de que os atingidos recebam remuneração por seu trabalho nas plataformas de comunicação da internet.

    Essa história de respeitar a lei é conversa de bolsonarista, terrorista, fascista, nazista e terraplanista

A cada dia que passa, a câmera lenta vem se tornando menos lenta. A última demência, nesta degeneração progressiva da democracia brasileira, foi a retomada colérica da perseguição ao comunicador Bruno Aiub, conhecido nas redes sociais como Monark. É um escândalo serial. 
Sua vida está sendo destruída pelo ministro Moraes, pedaço por pedaço, há dois anos. 
Agora, num último surto, ele resolveu socar uma multa de 300.000 reais no comunicador, banir suas apresentações e bloquear o pagamento da sua atividade profissional. Chamou atenção, desta vez, o nível de delírio das punições; todo o inquérito é ilegal, mas parece estar havendo um esforço para tornar o ilegal mais ilegal ainda. 
Com a exceção da OAB, que apoia histericamente tudo o que sai do Supremo, juristas do Oiapoque ao Chuí se manifestaram chocados com as últimas punições a Monark.  
Entre outras alucinações, ele está sendo castigado por desobedecer ao próprio Moraes - continua fazendo “ataques” ao STF e divulgando “fake news” sobre a limpeza das eleições de 2022. São crimes que simplesmente não existem na lei brasileira.  
Como alguém pode ser castigado por um delito que foi criado pelo juiz?  No Brasil de hoje, isso é “defesa da democracia”.


Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


quarta-feira, 31 de maio de 2023

A paixão de Lula por ditaduras e a visita do déspota bananeiro da Venezuela - J. R.Guzzo

Vozes - Gazeta do Povo

Maduro
Deputados enviaram ofícios à embaixada dos EUA no Brasil contra o ditador venezuelano. Maduro tem mandado de busca por narcoterrorismo.| Foto: Ricardo Stuckert/Secom

Eis aí: Nicolás Maduro, um dos mais grosseiros ditadores do mundo, figura que faria com perfeição o papel do déspota bananeiro em história de gibi, está de visita ao Brasil. 
É um dos grandes sonhos do Lula pós-cadeia – uma de suas ideias fixas, já há tempo, tem sido a de transformar o Brasil em território de preferência para os tiranetes latino-americanos que o tratam como “líder internacional”. São os únicos mas é o suficiente para que Lula realize a sua fantasia de se apresentar perante a mídia e demais devotos como alguém capaz de influir nos destinos do mundo.
 
O ditador da Venezuela, classificado oficialmente como narcotraficante, terrorista e golpista pela maior parte das democracias do planeta, não pode viajar para países civilizados
Será preso ao pisar no aeroporto: há uma recompensa de 15 milhões de dólares por sua captura e entrega à polícia, a ser paga pelo governo hoje ultraprogressista dos Estados Unidos. Nem na Argentina ele pode ir; ainda outro dia, ficou com medo de ser detido no desembarque. Só lhe resta o Brasil, além das ditaduras mais primitivas do Terceiro Mundo. Por isso ele está aí.

    O Brasil não tem absolutamente nada a ganhar, por nenhum critério, com a paixão de Lula pela Venezuela. Ele está apenas se juntando com a ruína.

É esta a “política externa” do presidente Lula: a hostilidade às grandes democracias mundiais e a associação com países do nível da Venezuela e de seu ditador.  
Em menos de seis meses de governo, ele já conseguiu deixar o Brasil isolado do mundo do progresso e da liberdade; cada vez mais, ele coloca o país ao lado de tudo aquilo que a comunidade das nações tem de pior.
 
Abriu o porto do Rio de Janeiro para navios de guerra do Irã, apesar dos protestos da comunidade democrática internacional; aliou-se abertamente, nesse caso, a um regime que promove o terrorismo.  
Acusou a Ucrânia de ser responsável pela invasão do se próprio território. Acha que a China é o grande farol que o Brasil tem de seguir, na política e na economia.

Veja Também:

    A política externa do governo Lula é digna de um grêmio estudantil: só apoia ditaduras

    Trapaça, mentira e entreguismo: como foi a viagem de Lula à China

    Cúpula do G7: Lula continua viajando porque não sabe como governar o Brasil

O Brasil não tem absolutamente nada a ganhar, por nenhum critério, com a paixão de Lula pela Venezuela. Ele está apenas se juntando com a ruína. A tirania de Maduro, que está no poder por eleições fraudadas e nega à população os seus diretos mais elementares, conseguiu reduzir 90% dos venezuelanos à pobreza – algo que jamais se viu na história humana. A única opção que o governo oferece aos cidadãos é fugir do país para não morrer de fome, enquanto Maduro e a sua corte vivem como paxás com os dólares que ganham no tráfico de drogas para os Estados Unidos e Europa. 

A economia da Venezuela foi destruída. A inflação está fora de controle, não existe moeda nacional e os sistemas de produção deixaram de funcionar. A elite sobrevive com produtos importados – e pagos com os dólares do narcotráfico.

A visita de Maduro ao Brasil contém um outro veneno. As Forças Armadas brasileiras foram obrigadas a bater continência para um indivíduo que está com a cabeça formalmente a prêmio por traficar com entorpecentes. 
Nunca havia acontecido nada parecido com isso ao longo da história; é uma primazia dos oficiais que comandam as três forças no regime de Lula. O comandante do Exército vive dizendo que é um defensor intransigente da “legalidade”. Eis aí para onde a sua legalidade conduziu os militares brasileiros; estão tendo de prestar homenagem ao crime internacional.

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

O terrorismo e a certeza do imprevisto - Revista Oeste

Paula Schmitt

Governos ampliam definição de “terrorismo” para perseguir opositores políticos 

Manchetes de jornais com o termo "terrorista", em referência aos vândalos que invadiram o Palácio do Planalto, em Brasília | Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução
Manchetes de jornais com o termo "terrorista", em referência aos vândalos que invadiram o Palácio do Planalto, em Brasília | Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução 
 
De todas as sandices de uma imprensa que já deixou de fazer jornalismo há muito tempo, uma das mais vergonhosas foi a adoção do termo “terrorista” para descrever as mais de mil pessoas detidas em Brasília, no dia 8 de janeiro.  
E, de todos os poucos assuntos sobre os quais eu posso falar com suficiente autoridade, terrorismo é exatamente um deles.
 
Sou a única mulher do mundo a ter entrevistado com exclusividade Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, grupo oficialmente designado como terrorista desde 1997 por vários governos, particularmente o dos Estados Unidos
Eu entrevistei também o outro lado desse desamor mútuo: Shabtai Shavit, ex-chefe do Mossad, por sua vez acusado de “terrorismo de Estado” por vários grupos armados.
Eu também entrevistei para a mesma revista israelense a primeira mulher a sequestrar um avião de carreira, Leila Khaled, membro da Frente Popular de Libertação da Palestina
Cito esses trabalhos para dizer, com toda convicção e conhecimento, que o que aconteceu em Brasília não foi terrorismo, e dizer o contrário é de uma ignorância extrema — ou desonestidade vexaminosa.
Sayyid Hassan Nasrallah, libanês e secretário-geral do partido
 e organização armada xiita Hezbollah | Foto: Wikimedia Commons

O ator, diplomata e escritor Peter Ustinov é autor de uma frase que sintetiza o paradoxo da definição de terrorismo: “Terrorismo é a guerra dos pobres; e a guerra é o terrorismo dos ricos”. Essa questão não é menor, e eu já tive o desprazer de uma briga pública com a Folha por causa dessa e de outras definições, quando um editor do jornal se achou no direito de quebrar nosso acordo e alterar minhas palavras (o Observatório da Imprensa cobriu esta questão na época.) Mas uma definição de terrorismo que nunca vi na vida — nem como piada — é aquela descrita pela destruição de prédios públicos com hora marcada, cometida por uma turba de vândalos.

Para que não reste dúvida: quem destrói patrimônio, público ou privado deve pagar por isso. Depredação é crime, e sempre me manifestei contra ela: desde a derrubada de “estátuas terroristas” (feitas por agitadores se fazendo passar por manifestantes), quanto à depredação de lojas por arruaceiros de aluguel, que em vários lugares dos EUA destruíram o trabalho suado de microempresários negros ao se manifestar contra a “opressão branca,” como mostra essa reportagem da NPR. O que vimos em Brasília, contudo, é uma das coisas mais desprezíveis já cometidas por autoridades em uma democracia: a prisão de inocentes sem qualquer flagrante ou evidência de crime, e um misterioso desinteresse por quem de fato foi pego cometendo atos de vandalismo e depredação.

Cúpula Mundial Contraterrorismo, em Herzelia, setembro de 2013 - 
 Foto: Paula Schmitt
Aqui, neste vídeo, é possível ver uma manifestante filmando o que parece ser um agitador, ou infiltrado, tentando causar um incêndio contra a vontade de quem estava à sua volta. Aqui, aqui, aqui e aqui, vídeos sem edição, feitos no calor do momento, deixam claro que a maioria das pessoas presentes não tinha intenção nenhuma de causar estrago ao patrimônio público. Alguns dos vídeos chegam a mostrar infiltrados sendo perseguidos e capturados pelos manifestantes. 
É possível ouvir alguns reclamando que, se o agitador for entregue à polícia, sua identidade jamais será revelada. Aqui, neste outro vídeo, feito por uma câmera de segurança interna, um homem vestindo uma camiseta com o rosto de Bolsonaro destrói um relógio antigo, inexplicavelmente posando para a câmera e assim garantindo que sua camiseta seja devidamente filmada.

Esse vídeo é especialmente interessante porque o vândalo está usando uma calça caída abaixo da bunda, expondo todo o seu traseiro, algo que nem nos devaneios mais delirantes eu imaginaria ver num protesto de pessoas de direita. 
Essa exposição descomedida, frequentemente vista como uma imitação de rappers ou criminosos, é uma moda inspirada nas prisões norte-americanas. 
Alguns acreditam que isso começou como uma espécie de sinalização de “disponibilidade,” uma comunicação não verbal feita por prisioneiros que se ofereciam para ser sodomizados. A teoria mais aceita, no entanto, parece ser que os uniformes na prisão às vezes são largos demais, e as calças caem porque cintos aumentam a chance de suicídio, e portanto não são distribuídos junto com o uniforme de presidiário.

[a estupidez desse 'murakawa' excede  até a capacidade ignorante do mais estúpido dos esquerdistas; sou flamenguista, odeio o Corinthians e os corintianos, mas pela ótica idiotizada do 'murakawa'  caso vista uma camisa daquele tipo viro corintiano.] 

Parece existir uma certa confusão sobre qual lei enquadraria os crimes cometidos contra o patrimônio público no dia 8 de janeiro. Em casos anteriores similares, ou até mais dramáticos e violentos, ninguém foi preso por terrorismo, e os crimes foram tratados pela imprensa como vandalismo, arruaça, baderna. [CONFIRA casos protagonizados pela esquerda, que  não geraram punições nem mesmo multas -  AQUI, MAIS UM.]

O que vimos em Brasília, contudo, é uma das coisas mais desprezíveis já cometidas por autoridades em uma democracia: a prisão de inocentes sem qualquer flagrante ou evidência de crime, e um misterioso desinteresse por quem de fato foi pego cometendo atos de vandalismo e depredação

A definição de “terrorismo” vem sendo ampliada por governos de vários países, para incluir mais alvos e restringir liberdades individuais. A ideia é englobar atos domésticos, especialmente os de cunho ideológico, porque assim é fácil controlar e perseguir a oposição. 
 Além disso, o selo de “terrorista” ajuda a vender mais jornais do que a pecha de “arruaceiro”
Crianças, a mídia em geral e pessoas menos inteligentes e mais facilmente impressionáveis são alvos fáceis para esse tipo de propaganda. Existe ainda uma outra vantagem: o combate ao terrorismo justifica muita coisa, principalmente coisas injustificáveis.
No livro A Fábrica do Terror, o jornalista investigativo Trevor Aaronson conta como o FBI a força responsável pelo combate ao terrorismo em solo norte-americano — “criou e financiou mais planos terroristas nos EUA do que qualquer outro grupo”. 
Aaronson analisou todos os 508 casos federais de terrorismo nos EUA desde os ataques de 11 de setembro até 2011. Desses casos, 250 envolviam pessoas acusadas apenas de mentir ou violar regras de imigração.
Leila Khaled, em sua casa em Amã. Na parede, o famoso retrato 
dela segurando um fuzil Kalashnikov e, no sofá, uma camiseta 
feita pela Mlabbas exclusivamente para ela | Foto: Paula Schmitt
Outros 150 acusados foram pegos em arapucas policiais que, segundo o autor, foram “totalmente criadas pelo FBI ou um agente infiltrado que encontrou alvos potenciais em homens sem antecedentes criminais, frequentemente com problemas mentais ou em situação econômica desesperadora, e forneceu a eles todo o necessário para cometer o crime: os parceiros, o pagamento em dinheiro, o equipamento, e às vezes até a ideia. De fato, apenas seis das 508 pessoas processadas tinham conexão com o terrorismo ou possuíam armas adquiridas por conta própria, sem a ajuda do FBI”
O detalhe mais chocante e embaraçoso é o seguinte: nenhuma dessas seis pessoas genuinamente culpadas foi pega pelo FBI antes do ataque.
 
O terrorismo, em sua definição mais costumeira e acadêmica, requer uma coisa crucial: que o medo se espalhe. 
Para isso, é necessário que o alvo não seja conhecido de antemão. 
O que aconteceu em Brasília foi o oposto: uma manifestação anunciada, com data e local marcados, e sem uma única vítima
O terrorismo prefere alvos imprevisíveis, com datas inesperadas, porque assim qualquer um pode ser vítima, e portanto todos ficam potencialmente aterrorizados, presos pelo medo.
 
Em 2005, enquanto eu participava de uma conversa entre alunos e o professor Tarif Khalidi, na Universidade Americana de Beirute, onde fazia meu mestrado em ciências políticas, o vidro da janela da sala se estilhaçou. Naquele momento, a menos de 2 quilômetros da universidade, mais de 1 tonelada de explosivos matou o ex-primeiro-ministro Rafic Hariri e outras 22 pessoas. 
Aquilo foi assustador, e certamente amedrontou muita gente por muito tempo. 
Mas nem aquele ataque é um ato de terrorismo, na sua acepção mais exata, e sim um assassinato político. Sim, várias pessoas morreram, mas o alvo era um: Rafic Hariri.

A definição de “terrorismo” vem sendo ampliada por governos de vários países, para incluir mais alvos e restringir liberdades individuais. A ideia é englobar atos domésticos, especialmente os de cunho ideológico, porque assim é fácil controlar e perseguir a oposição. Além disso, o selo de “terrorista” ajuda a vender mais jornais do que a pecha de “arruaceiro”

Outros carros-bombas explodiram nos anos seguintes, mas esses tampouco se enquadram na definição mais estrita de ataque terrorista, porque seus alvos eram específicos. Esses crimes são conhecidos em inglês como “targeted assassinations” ou “assassinatos direcionados.”  
Por certo eles espalharam o terror, e eu mesma tive medo de que algum carro explodisse enquanto eu estivesse passando por algum alvo. 
Essa incerteza sobre o próximo ataque, e a quase certeza de vítimas ocasionais, talvez possa enquadrar esses crimes na classificação de terrorismo.
 Mas o objetivo principal desses ataques não era espalhar o terror, ou obrigar o governo a ceder a alguma demanda política — o objetivo era essencialmente matar inimigos de um certo grupo político ou inimigos de algum governo estrangeiro.
O terrorismo se vale principalmente da incerteza, e da noção de que ninguém está protegido dele. Por isso explosões em restaurantes, igrejas, prédios comerciais são ataques tipicamente terroristas: porque ninguém e todo mundo são alvo. 
A guerra de julho de 2006 entre Israel e Líbano, que eu cobri para o SBT e a Radio France Internationale, também não foi terrorismo, porque até guerra tem regras. 
O truque do terrorismo é convencer a todos que ele não segue regra nenhuma, e assim deixar todas as possibilidades abertas, e o medo devidamente espalhado em todas as dimensões.  
O terrorismo aterroriza o cidadão pela imprevisibilidade, e a certeza de que não importa o que você faz, por onde anda, com quem está: ele sempre vai poder te alcançar tipo um juiz que não cumpre mais a lei, e não tem nenhum limite legal, e assim passa a ser uma ameaça à liberdade de todos, porque todos — e qualquer um — podem ser seus alvos.

Leia também “Brasília, 8 de janeiro de 2023”


Paula Schmitt, jornalista  - Revista Oeste


domingo, 27 de novembro de 2022

Nós vimos o que foi feito e sabemos quem fez! - Percival Puggina


Tenho me lembrado muito de um conhecido filme de terror, produzido no final dos anos 80. O que era uma brincadeira de meninas adolescentes, um trote telefônico em que diziam “Eu sei quem você é e sei o que você fez” a quem atendesse o número discado ao acaso se transformou num pesadelo. A fatalidade colocou um assassino do outro lado da linha.

A lembrança me vem porque não percebo nas atitudes e palavras dos ministros do STF a consciência de que imensa parcela da sociedade viu o que fizeram e assistiu ao crescente protagonismo do Supremo nos últimos quatro anos.  
Talvez por isso, os ministros lidam com as reações sociais como se proviessem de um grupelho fanático, terrorista, criminoso, “selvagem”.  Não! Não somos cativos em terras de Borba Gato! Somos dezenas de milhões de cidadãos que acompanharam os fatos. 
Milhões que, nas redes sociais, resistiram a quatro anos de manipulação das suas opiniões pelos interesses financeiros do consórcio da "imprensa tradicional".  
Milhões que evoluíram da preocupação para o medo e do medo para o pavor em relação ao próprio futuro.

Nós distinguimos a nobre instituição Supremo Tribunal Federal desse estamento judicial esquerdista legado por José Dirceu, Lula e Dilma àquele poder de Estado. Rapidamente, saímos da antevisão para a observação e, desta, para o padecimento das consequências!

Vimos a reversão das prisões após condenação em segunda instância, a anulação de penas impostas em Curitiba [oportuno enfatizar: CONDENAÇÕES CONFIRMADAS POR NOVE JUÍZES, DIFERENTES, E EM TRÊS INSTÂNCIAS.] e a credibilidade dada a um hacker contra três respeitáveis instâncias do Poder Judiciário.

Vimos o controle policialesco do espaço público e a invasão do espaço privado.

Vimos o princípio do juízo natural ser usado para cessar as comprovadíssimas condenações dos crimes apurados em Curitiba. E vimos o mesmo princípio ser desprezado, logo após, como barata morta, para o ministro Toffoli confiar o inquérito do fim do mundo, em bandeja de prata e guarnição de linho branco, à truculência do ministro Alexandre de Moraes.

Vimos inquéritos serem mantidos abertos mesmo depois de a PGR promover seu arquivamento por ausência de quaisquer achados que justificassem sua continuidade. E vimos o disparate de a mesma pessoa togada que se tem por vítima, acusar e julgar o réu.

Vimos o fenômeno social das fake news ascender à condição de crime do qual passaram a decorrer supressões de direitos, sem lei que disponha sobre isso. 
E vimos a frequente violação da liberdade de expressão pela prática da censura nua e crua, em forma violenta. 
Vimos a sanção judicial incidindo não só sobre o conteúdo, mas atingindo a pessoa a quem é atribuída culpa, cancelando-lhe o direito de acesso a seus meios de comunicação através das redes sociais. É o “cancelamento” do acusado sem direito de defesa! 
É o desligamento sumário das suas rotativas” digitais! Tão absurdo quanto real.
Vimos um parlamentar ser encarcerado e condenado a oito anos e nove meses de prisão por ações que, num foro ungido com a indispensável neutralidade, se resolveriam mediante indenização e cestas básicas. Vimos deputados serem privados de seu acesso às redes sociais, numa brutal violação de suas prerrogativas constitucionais. 
E vimos um parlamento de cócoras autorizar a prisão do deputado e silenciar sobre os direitos de seus membros.
 
Vimos a borracha jurídica apagar o prontuário criminal do réu que os nomeou
vimos o tratamento desigual concedido a dois candidatos; 
vimos o nascimento do conceito de “desordem informacional” para evitar que verdades, reconhecidas como tal, fossem mal interpretadas em prejuízo de Lula, é claro. 
E vimos demandas desse candidato serem atendidas prontamente enquanto as de seu adversário eram tratadas aos pontapés e arquivadas embaixo do tapete. 

Vimos multas de cem mil reais por hora (!) estabelecidas por quem ou não tem noção do valor do dinheiro ou deixou a razão em casa e saiu apenas com a caneta e amedrontar quem o contrarie.

Isso e muito mais que isso já sob a poeira dos anos explica a presença de tantos às portas dos quartéis, buscando a proteção que noutros lugares não teriam.

O descrito até aqui caracteriza um estado de exceção!  
Na mesma fogueira de vaidades em que arderam as urnas com impressora, o estado de direito e a Constituição, queimam, também, nossa liberdade, nossa dignidade como cidadãos e nossa esperança de um Brasil melhor. As saídas de emergência foram fechadas!  
 
Alguém aí não sabe o que vem depois? Então, os manés resistem!
Foi o Brasil empurrado às piores mãos que passarão a trabalhar juntas? Cuidem-se às Forças Armadas, pois serão elas o objeto de infiltração da vez. No cenário atual, são o que nos distingue da cartilha política venezuelana. Os manés a tudo viram e entenderam. 
Têm fundamentos mais do que suficientes para pedir socorro.  
Não adianta fazê-lo ao Rotary ou ao Lions. 
Nem ao arcebispo de Aparecida. Ora essa!

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


domingo, 21 de agosto de 2022

Espiral de silêncio - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

O intuito é intimidar quem quer que ouse apoiar Bolsonaro em particular ou a direita em geral 

Um grupo fechado de WhatsApp, com alguns grandes empresários, teve suas conversas vazadas e publicadas pelo site Metrópoles.  
Nessas conversas informais, esses empresários se mostravam muito preocupados com a situação institucional no Brasil, com o risco da volta de Lula e sua quadrilha por meio de malabarismos supremos, e, em alguns momentos de maior revolta ou desabafo, um ou outro chegou a falar que uma intervenção militar seria uma alternativa menos pior.

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

Faço parte do grupo, e sempre entendi, dentro do contexto, que o ponto essencial é o desespero com o verdadeiro golpismo em curso em nosso país. Mas o “jornalista” tirou tudo do contexto, para pintar um quadro de conspiração golpista e antidemocrática por parte desses empresários. Imediatamente após a publicação, já tínhamos figuras como o senador Randolfe Rodrigues e o candidato Ciro Gomes pedindo até a prisão desses empresários!

A esquerda não brinca em serviço. E o jogo é bruto, companheiro. O intuito aqui é claro: intimidar qualquer empresário ou indivíduo que ousarem apoiar Bolsonaro. Se nem mesmo grandes nomes, alguns bilionários, em conversas privadas num clube fechado, estão protegidos desse tipo de achaque, então todos podem ter vidas destruídas se resolverem se manifestar de forma mais veemente numa conversa de botequim.

O grupo não tem qualquer estrutura ou organização hierárquica, nenhuma ação prática derivada das conversas, nada parecido com uma célula terrorista, como um MST, MTST ou os black blocs. São apenas empresários debatendo sobre política, e alguns mais ativos destilando sua revolta com o quadro atual do país, que é mesmo revoltante pelo grau de ativismo político do Poder Judiciário, em particular do STF. Conversas privadas, reforçando. Transformaram isso num bloco golpista que atenta contra a democracia, nas narrativas midiáticas.

Enquanto isso, a revista Piauí, de Moreira Salles, publicou “reportagens” atacando a Jovem Pan, tradicional rádio que virou emissora de TV neste ano e já ocupa o segundo lugar em audiência. A Jovem Pan tem sido alvo de inúmeros ataques, pois é o único grande veículo de comunicação, além da Gazeta do Povo na parte do jornalismo, que preserva um debate efetivamente plural. Isso não pode ser tolerado por quem morre de saudades dos tempos de hegemonia esquerdista na velha imprensa.

Há mais petista na Jovem Pan do que conservador em todas as demais emissoras somadas!

A denúncia é que a Jovem Pan se “vendeu” para o governo Bolsonaro. Caio Coppolla esclareceu o absurdo e engoliu a velha imprensa, porém, ao citar como exemplo a Folha de S.Paulo, parceira editorial da revista Piauí. O grupo Folha recebeu quase R$ 1 bilhão de verbas da Secom durante os governos petistas, e a grita é diretamente proporcional ao fechamento das torneiras. Já a Jovem Pan recebeu mais recursos anuais durante os anos petistas do que no governo Bolsonaro.

No mais, se a Jovem Pan fosse mesmo paga para “defender o bolsonarismo”, seria importante explicar a presença de tantos esquerdistas antibolsonaristas na emissora. Afinal, há mais petista na Jovem Pan do que conservador em todas as demais emissoras somadas! É um fenômeno parecido com o observado nos Estados Unidos, onde todas as emissoras são extensões do departamento de marketing do Partido Democrata, e se unem para demonizar a única emissora mais equilibrada, a Fox News, chamada de “republicana” mesmo tendo mais comentaristas democratas do que há de conservadores em todas as demais juntas. Quem é plural?

Mesmo esta jovem Revista Oeste já foi alvo da tentativa de assassinato de reputação. No caso, por uma “agência de checagem”, essa aberração da era moderna, uma espécie de extensão da velha imprensa com uma aura de Ministério da Verdade, ainda que tocado por estagiários idiotas. Oeste meteu processo e venceu: a agência que acusou a revista de espalhar fake news é quem tinha disseminado mentira. Oeste incomoda justamente porque dá espaço para colunistas que ousam pensar fora da cartilha esquerdista.

Há, ainda, as milícias digitais, os grupos fascistoides, como o Sleeping Giants, que são usados para pressionar empresas que se recusam a pagar pedágio ao politicamente correto, que se negam a abandonar o foco em seu negócio para transformar suas empresas em instrumentos de lacração esquerdista. São chacais e hienas dispostos a partir para o ataque ao menor sinal de comando de seus chefinhos.

O modus operandi é conhecido: os tucanopetistas, que tinham hegemonia na velha imprensa, se infiltram em grupos fechados de WhatsApp e usam seus veículos de comunicação para rotular, difamar e detonar todo conservador. O intuito é intimidar quem quer que ouse apoiar Bolsonaro em particular ou a direita em geral.  
O recado é bem claro: se você for por esse caminho independente, colocaremos todo o aparato poderoso contra você, para destruir sua vida, assassinar sua reputação. Muitos cedem, infelizmente.

O propósito da esquerda é criar uma espiral de silêncio para abafar a voz da direita. A esquerda, afinal, não sobrevive muito bem em ambiente livre e plural, onde os conservadores podem apontar para todas as suas falácias e contradições. A esquerda precisa da censura e do autoritarismo, ainda que velado. Mas tudo isso em nome da diversidade e da pluralidade, claro…

Leia também “O poeta Fachin”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste

 

sexta-feira, 29 de abril de 2022

Extradição barrada - Não houve gritaria quando Lula abrigou o terrorista Cesare Battisti

Vozes  - J.R. Guzzo

 

Lula jogou a culpa pela falha na avaliação do caso Cesare Battisti no ex-ministro da Justiça Tarso Genro (foto).| Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Um dos melhores passatempos que estão disponíveis no momento na praça política é o estado de agitação nervosa e de revolta improdutiva contra o decreto presidencial que deu ao deputado Daniel Silveira o perdão para as penas que lhe foram impostas pelo STF. Pensaram em tudo, menos nisso – e agora, sem saber o que fazer, gastam energia numa daquelas revoltas sem causa que sempre levam a lugar nenhum.

Não há o que fazer, na prática. O decreto é à prova de bala do ponto de vista constitucional; não se pode mexer nele, a menos que se faça uma virada geral de mesa. Como disse o ministro Alexandre de Moraes em 2018, quando o presidente Michel Temer deu exatamente a mesma “graça” para um lote de condenados por corrupção na Lava Jato: perdão presidencial, “goste-se ou não”, tem de ser cumprido.

A oposição, a maior parte da mídia e o que se poderia chamar de “partido do Supremo” estão revoltados: foram ao próprio STF, aliás, pedir que seja anulada a anulação das penas do deputado. É uma alucinação
Está escrito na Constituição que o presidente da República tem o direito de dar esse perdão para quem quiser, na hora que quiser, de forma individual ou coletiva. 
Não precisa apresentar nenhuma justificativa para a sua decisão. 
Não precisa pedir licença a ninguém. 
Mais que tudo, não precisa submeter o decreto à apreciação de nenhuma “instância superior”. 
Não existe “desde que”, nem “salvo se” – é isso aí.

Aparecem então, no desespero, argumentos de nível ginasiano. A circunstância de Temer era “diferente”, alegam, embora não se explique qual poderia ser a diferença. O presidente agiu de “má intenção”, dizem, e “más intenções” invalidam o que está na Constituição. Quis “beneficiar” um aliado – e por acaso Temer, ao dar o seu indulto tido como impecável, quis prejudicar os perdoados? É daí para baixo.

O momento mais divertido, porém, ficou por conta do herói de quase todos os inconformados com o perdão ao deputado – o ex-presidente Lula. Como se viu, ele ficou quietíssimo quando o decreto saiu. Depois veio com a história de que “não quis dar cartaz ao Bolsonaro”, mas aí não deu para segurar: teve, sim, de falar no assunto maldito.

O fato é que Lula, antes de deixar a presidência, deu um "perdão" igual ao vetar a extradição do terrorista italiano Cesare Battisti, que assassinou quatro pessoas na Itália e depois se refugiou no Brasil. E agora: está errado perdoar Daniel Silveira, que gravou um vídeo com xingatório contra o STF, e está certo livrar Battisti, que matou quatro?

Lula piorou as coisas, como sempre, jogando nos outros a culpa pelo que fez – no caso, disse que o culpado foi o seu ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, que lhe garantiu que Battisti era “inocente”. Àquela altura a justiça da Itália, em todas as suas instâncias, tinha decidido que ele era culpado por quatro crimes de homicídio – e isso, não pesou nada na avaliação de Lula? Quer dizer que “Tarso Genro falou, tá falado”?

O ex-presidente e candidato nas próximas eleições presidenciais acusou também o próprio Battisti; o “companheiro”, nas suas palavras, mentiu para ele ao dizer-se inocente. Lula acreditou na história do terrorista, coitado, e acabou cometendo o engano de mantê-lo no Brasil. Esse é Lula.

Esse é Lula. Esse é o seu passado
. Ele volta o tempo todo para interferir no presente e deixar mudos os seus devotos – tão indignados com o perdão a Daniel Silveira, e tão esquecidos do "perdão" a Cesare Battisti.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

terça-feira, 19 de abril de 2022

A mórbida semelhança entre Mourão e Eduardo Bolsonaro

O vice-presidente Hamilton Mourão e o deputado Eduardo Bolsonaro são a mesma pessoa – isso, se os olharmos pela lente da perversidade com que tratam os casos de tortura no período da ditadura militar (1964-1985).

Nesta segunda-feira, 18, Mourão riu da possibilidade de se investigar as violações de direitos humanos ocorridas no regime, mesmo após a revelação de áudios de sessões do Superior Tribunal Militar, e que tratam das torturas.[Mourão sorriu da empolgação do jornalista ao perguntar sobre as 'revelações'. 

Comportamento normal já que todos os autores das manifestações estão mortos - se vivos estivessem, alguns já teriam ultrapassado os 100 anos de vida e outros seriam nonagenários.

Além do que uma leitura atenta mostra que as manifestações cuidavam apenas sobre acusações - alguns comentários até destacam a falta de provas. Já os vídeos abaixo são ricos em detalhes fornecidos pelo próprio assassino.]

É deboche, mas também covardia.

No início do mês, Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro e deputado mais votado da história do país em números absolutos, fez chacota da tortura imposta a uma mulher grávida, aos 19 anos. Depois, tentou desmoralizar a vítima. [não chegou ao deboche. Apenas expressou sentir pena pela cobra com quem a jornalista compartilhou seus aposentos quando esteve presa. Lembramos que ela foi presa para investigação em uma época em que os 'clementes', vídeos abaixo, agiam impunemente.]

É deboche, mas também covardia.

Dos dois.

[Importante: antes de emitir qualquer juízo sobre a 'inocência' que a mídia militante atribui aos terroristas covardes e assassinos, assistam os vídeos abaixo.

Após, julgue por si. Tem dezenas de outros, mas escolhemos os dois por retratar a opinião de um dos heróis da mídia.] 

Entrevista de um dos mais cruéis assassinos - matava até seus próprios companheiros

Tentar minimizar ou desmoralizar a vítima da tortura é nefasto. Mas também é um clássico das pessoas que não têm sentimentos humanos.

O líder deles – pai, presidente da República, [que, com as bênçãos de DEUS, iniciará um segundo mandato presidencial em 1º janeiro 2023 - dessa vez SEM pandemia e com mais votos] cabeça de chapa em 2018 e o mais perverso dos políticos brasileiros – disse a seguinte frase, dois anos antes de ser eleito: “O erro da ditadura foi torturar e não matar”.

Documento do “Projeto Brasil: Nunca Mais” revela o terror do período do regime militar no Brasil, especialmente nos anos de chumbo, e que alguns políticos, como o trio citado acima, teimam em criar narrativas mentirosas ou fake news.

                    Ex-guerrilheiro confessa execução - Terroristas assumidos

SAIBA MAIS:  Clemente, terrorista assassino, covarde, sucessor de Marighella, morre - que a terra lhe seja leve - Sit tibi terra levis

São seis páginas com o registro de de­núncias de tortura no regime militar: 1.843 pessoas fizeram 6.016 denúncias de tortura, sendo 4.918 contra homens e 1.098 con­tra mulheres.[o tal livro, apresenta como de hábito versões, narrativas, declarações; esquece das provas.

Foi graças a pronta ação de pessoal dedicado a cumprir a missão de combater terroristas, comunistas e outros vermes nocivos à nossa Pátria, com risco e até sacrifício da própria vida, que hoje não somos uma Venezuela, Cuba, Coreia do Norte e outros país que padecem dos males nefastos que os maus brasileiros - hoje considerados crianças inocentes - queriam impor ao Brasil.]

Os papéis listam também os torturados por faixa etária no país durante a ditadura: até 18 anos, 14; de 19 a 21, 199; de 22 a 25, 495, idade em que mais houve denúncias de tortura. A lista segue até mais de 61 anos, registrando 27 pessoas.

Discrimina também os tipos de tor­tura, enumerando uma a uma.

Preparem-se.

O documento inicia no 1, “aplicação de ácido no corpo”; e vai até o 310, “testículos amarrados”; passando por “estupro”, número 289; “enfiar cigarro aceso no ânus”, número 191; e “enfiar cabo de vassoura na vagina”, o 293

Um quadro divide as torturas por coações morais e psicológicas, físicas, violências sexuais, torturas com instrumentos, aparelhos mecânicos, aparelhos elétricos, contra sinais vitais e, por fim, atípicas.

É esse tipo de gente sádica, que realizava as torturas, que um presidente do Brasil exalta.

É esse tipo de violência contra brasileiros que um vice-presidente e um deputado federal zombam.

Matheus Leitão - Coluna em VEJA


quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

A escolinha do professor Barroso - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta terça-feira, 7, que regulamentar as redes sociais é “imperativo”. Contudo, é necessário “acertar a dose”, segundo ele. Segundo Barroso, inicialmente pensou-se que as mídias digitais tinham de ser livres. “Mas surgiram problemas de abuso de poder econômico, invasão de privacidade, disseminação de ódio e comportamentos inautênticos.”

“Essa regulação se tornou imperativa; porém é preciso acertar a intensidade da dose para não matarmos o paciente, que é a democracia”, disse, ao receber o Prêmio Transparência e Fiscalização Pública, na Câmara dos Deputados. A liberdade de expressão deve ser ampla e irrestrita. Quem dela abusar será confrontado com a Justiça, de acordo com as leis vigentes. Crimes contra a honra, por exemplo, podem ser punidos. Quem cometer injúria, difamação ou calúnia contra terceiros poderá ser processado.

Não é disso que se trata a preocupação do ministro. Barroso quer combater as "Fake News" e o "discurso de ódio". São coisas não previstas em nosso Código Penal, e por um bom motivo: são conceitos vagos, elásticos e muitas vezes subjetivos. Servem para dar ares de legitimidade à pura perseguição ideológica.

Barroso quer até "educação midiática" para combater esses males. Como eu não cursei a Escolinha do Professor Barroso, confesso ter receio de ser enquadrado nesses novos "crimes". Por exemplo, eu não considero o médium condenado na Justiça por estupro, João de Deus, alguém com "poder transcendente", como disse Barroso:

Por não ter feito a Escolinha do Professor Barroso, tampouco considerei em qualquer momento o terrorista assassino Cesare Battisti um "inocente", e jamais o defenderia só por seus crimes terríveis terem ocorrido décadas atrás:

[educação midiática, razão da  Escolinha do Professor Barroso, nos assusta. Motivo: lembra um pouco as escolas de reeducação, abundantes na Rússia de Stálin, na China de Mao - milhões morreram em tais escolas, ou 'campos' de reeducação.
Será que a ideia da Escolinha do Professo Barroso não se multiplica e teremos escolas de reeducação no Brasil? Já temos um deputado, jornalistas, políticos,presos e que poderão ser os primeiros alunos.]

"A causa era bonita", justificou o então advogado à época. O advogado viu beleza no fato de defender "um velho comunista, que faz parte do lado derrotado da história, e que a Itália, 30 anos depois, veio perseguir no Brasil". Acima de tudo, Barroso acreditou em Battisti. "O Cesare me olha nos olhos e diz: 'Não participei de nenhum desses homicídios'. Eu acredito no que ele me diz. Mas, independentemente da minha certeza subjetiva, a leitura do processo traz muitas dúvidas objetivas", explica. Battisti acabou voltando [extraditado pelo Governo Bolsonaro] para a Itália para cumprir pena e confessou seus crimes.

Barroso já disse também que a ditadura socialista da Venezuela é de "direita", pois tem militares no poder, ignorando que Chávez era um comunista defendido pelo PT de Lula, assim como é Maduro, e que ambos seguiram ipsis litteris a receita socialista, que sempre leva à miséria e à opressão. Barroso acha que Antifa realmente combate o fascismo só por causa do nome, ignorando que a Antifa é hoje o movimento que mais se assemelha aos métodos fascistas: gente mascarada, com armas brancas, ameaçando e intimidando velhinhos inocentes.

Barroso também acha que é Fake News repetir que as urnas eletrônicas que só Brasil, Butão e Bangladesh adotam são violáveis
Para o ministro, quem passa pela Escolinha do Professor Barroso precisa sair repetindo feito robô ou gado que as urnas são invioláveis e temos, provavelmente, o melhor sistema eleitoral do planeta, em que pese países bem mais desenvolvidos e com mais tecnologia se recusarem a seguir por esse caminho opaco
Bolsonaro provou, com inquérito guardado em sigilo pela Polícia Federal, que as urnas "invioláveis" foram... violadas.
 
Sobre discurso de ódio, Barroso certamente não tem em mente jornalistas que desejam abertamente a morte de Bolsonaro, outros que o confundem com o vírus chinês e o acusam de genocida, ou artistas que querem esfregar o rosto do presidente num asfalto quente. 
Tampouco Barroso considera discurso de ódio pregar que Lula deveria ser um tirano sanguinário. 
Assim como seu colega Alexandre, Barroso parece preocupado apenas com o que vem da "extrema direita".
 
Enfim, Barroso é um iluminado ungido que pretende "empurrar a história" rumo ao "progresso", à "justiça racial", e por isso mesmo está disposto a enfrentar "mentiras" e "discursos de ódio" nas redes sociais. Só não quer "errar na dose".  
Parece até certo deputado da esquerda radical que crê em "dose controlada" para o crack. 
Ocorre que liberdade de expressão é como mulher grávida: não existe meia gravidez; como não existe liberdade com censura.

sábado, 6 de novembro de 2021

O terrorista tapeou o doutor em fake news - Augusto Nunes

Revista Oeste

Barroso negou durante dez anos os crimes que Battisti confessou  

Na sessão do Tribunal Superior Eleitoral que decretou a cassação do mandato do deputado estadual Fernando Francischini, acusado de denegrir as urnas eletrônicas com a divulgação de fake news durante a campanha de 2018, dois atacantes do Timão da Toga capricharam na discurseira de supremos defensores do Estado Democrático de Direito. Ao justificar a condenação do parlamentar paranaense, o ministro Edson Fachin, que nos tempos de professor louvava os métodos e as ideias do MST, alertou para as nuvens que escurecem o horizonte. “Aqui está em questão, mais que o futuro de um mandato, o próprio futuro das eleições e da democracia”, declamou. Na mesma sessão, o ministro Luís Roberto Barroso declarou-se pronto para tranquilizar a pátria em perigo com um processo eleitoral tão casto e sóbrio quanto um convento de carmelitas descalças.

 
Luís Roberto Barroso, ministro do STF | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Luís Roberto Barroso, ministro do STF -  Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Nem mesmo insinuações maldosas infiltradas em falatórios de improviso escaparão da mira das sumidades incumbidas da missão histórica
- realizar em 2022, pela primeira vez desde a Proclamação da República, um pleito vacinado contra a mentira, a meia verdade, a falácia, a patranha e outras modalidades de fake news
“As palavras têm sentido e poder”, ensinou Barroso. “As pessoas têm liberdade de expressão, mas elas precisam ser responsabilizadas pelo que falam.” Ou seja: quem acha que será vitorioso transformando inverdades em cabos eleitorais pode tirar o cavalo da chuva. 
No Brasil em gestação no Pretório Excelso, que abriga SuperJuízes onipresentes, oniscientes e onipotentes, divulgar fake news degola mandatos e dá cadeia. Só a verdade salva.

A mentira foi destroçada no momento em que Battisti admitiu ter participado das quatro execuções

Nossas Excelências andam parindo maluquices de que até Deus duvida, mas a proeza que prometem consumar soa excessivamente ambiciosa mesmo anunciada por semideuses togados. Por exemplo
- será expulso de campo por semear invencionices o candidato que qualificar Lula de corrupto? 
- Ou o punido será o que enxergar no ex-presidente presidiário uma alma pura perseguida pelo mais perverso dos juízes? 
A dúvida se assemelha à surgida com a exclusão do relatório de Renan Calheiros do trecho que, na versão inicial, transformava o presidente Jair Bolsonaro num genocida de matar Hitler de inveja.  
- Se a acusação foi suprimida por falsidade, quem resolver reiterá-la será enquadrado na mesma norma que implodiu o mandato de Francischini? 
- Ou a difusão da mais abjeta fake news concebida desde o desembarque no Brasil do primeiro vírus chinês será incluída na categoria dos pecados veniais de baixíssimo calibre?
Com a palavra, Luís Roberto Barroso, que no momento acumula o suadouro no Supremo com a trabalheira exigida de quem preside o TSE. (Muita coisa? Não para quem ensaia o papel de ministro do STF desde o berçário. Ainda bebê, trocou a fralda pelo terno bem cortado, que rimava com as sobrancelhas sem um único fio fora do lugar e em perfeita sincronia com as pestanas.)  
Barroso também terá de lidar com uma dúvida complicada: na campanha de 2022, será igualmente indigno de uma vaga no Poder Legislativo um candidato que disseminar uma mentira por ter acreditado na palavra de um vigarista? Aparentemente, foi o que aconteceu ao advogado Luís Roberto Barroso entre 13 de abril de 2009, dia em que aceitou assumir a defesa do terrorista italiano Cesare Battisti, e março de 2019, quando o cliente e amigo do doutor em fake news confessou seu envolvimento nos quatro homicídios que lhe custaram a condenação à prisão perpétua.
 
Por longos dez anos, primeiro como advogado, depois como ministro do Supremo, Barroso reiterou com persistência de carpideira que o bandido juramentado era tão inocente quanto um recém-nascido
A mentira foi destroçada no momento em que Battisti admitiu ter participado das quatro execuções ordenadas pelo grupelho Proletários pelo Comunismo. Agira em dois casos como mandante. Nos outros dois, fora um dos executores. 
Até ser surpreendido pelo surto de sinceridade de Battisti, seu defensor foi um incansável fabricante de fake news
Uma delas tentou rebaixar tais operações de extermínio, que ensanguentaram a Itália democrática dos anos 1970, a meras peraltices de pré-adolescentes ansiosos por encurtar a chegada ao paraíso socialista. Aspas para o preceptor de revolucionários de galinheiro: “Condenar esses meninos e meninas — era isso o que eram quando entraram para o movimento — décadas depois, fora de seu tempo e do contexto daquela época, após a queda do muro de Berlim e da derrota da esquerda, constitui uma expedição punitiva tardia, uma revanche fora de época, uma vingança da História”.
Cesare Battisti durante julgamento na Itália, no começo dos anos 1980 | Foto: Reprodução
Por que decidiu defender Battisti de graça? “A causa era bonita: libertar um velho comunista, que fazia parte do lado derrotado da História.” E de onde viera a certeza de que o cliente dizia a verdade? “O Cesare me olha nos olhos e fala: ’Não participei de nenhum desses homicídios’. Eu acredito no que ele me diz”, argumentou Barroso. 
Essas pieguices de botequim animaram o STF a descumprir seu dever: em abril de 2010, a Corte transferiu para o presidente da República a decisão de acolher ou rejeitar o pedido de extradição encaminhado pela Itália. Em 31 de dezembro, horas antes de despedir-se da Presidência, Lula oficializou a opção pela infâmia e Battisti virou asilado político. Na noite de 8 de junho de 2011, nas cercanias da sede do STF, Barroso comoveu-se ao empalmar uma cópia do alvará de soltura do criminoso de estimação. A causa que defendera, revelou aos jornalistas e auxiliares que o escoltavam na Praça dos Três Poderes, lhe havia proporcionado “uma experiência pessoal, humana e profissional extraordinária”.

Oscilando entre a alegria e a ansiedade, repetia a pergunta aos acompanhantes: “E, agora, como se tira uma pessoa da cadeia?”. A devolução do direito de ir e vir só ocorreria em junho. Enquanto aguardavam a libertação, Barroso e Battisti continuaram a encontrar-se regularmente no presídio da Papuda, em Brasília. Num deles, aconselhou o amigo Cesare a não criticar ministros do STF, recusar pedidos de entrevista e interromper a remessa de cartas. Battisti alegou que não conseguiria atender ao último quesito. “Então escreva para mim”, sugeriu o conselheiro. O cliente gostou da ideia. “Acabei guardando uma rica e histórica correspondência”, cumprimentou-se o advogado numa entrevista. O que guarda é uma coleção de mentiras, corrigiu a confissão do assassino. Lula já pediu desculpas “à esquerda italiana”. Tarso Genro declarou-se enganado pelo companheiro italiano. Barroso não deu um pio sobre o fiasco. Nem voltou a falar das cartas de Cesare.

O que espera o incansável Alexandre de Moraes para expedir um mandado de busca e apreensão e ordenar à Polícia Federal que encontre o papelório em algum canto da residência do colega? 
E lhe entregue no prazo de 24 horas o que se transformou num dos maiores e mais valiosos acervos de mentiras nascidas e criadas no Brasil? As cartas poderão tornar-se a maior atração do Museu das Fake News que Moraes tem o dever de instalar em algum puxadinho do Supremo. 
Mas o plenário não precisa esperar a inauguração do museu para responder a uma pergunta muito pertinente: se um deputado estadual que mente não pode continuar na Assembleia Legislativa, pode um ministro que divulgou fake news em parceria com um cliente assassino permanecer no Supremo?

Leia também “As soberbas lições de Sobral Pinto” 

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste