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quinta-feira, 23 de março de 2023

O plano de Moro caso Lula indique Cristiano Zanin para o STF - Bela Megale

O senador Sergio Moro(União-PR) tem uma estratégia definida, caso o presidente Lula decida indicar seu advogado, Cristiano Zanin, para a próxima vaga do Supremo Tribunal Federal (STF).

Se a indicação se concretizar, Moro vai se articular diretamente junto aos seus pares do Senado para que o advogado tenha uma sabatina “rigorosa” na Casa.

O parlamentar pretende jogar luz em temas com potencial de desgastar o advogado. Ele afirma a aliados, porém, não ter nada pessoal contra o defensor de Lula e diz que esse é “seu dever como parlamentar”. Cabe ao Senado aprovar a indicação do presidente da República ao Supremo.

Hoje, Zanin desponta como o nome mais forte entre os cotados para a cadeira que ficará vaga com a aposentadoria de Ricardo Lewandowski, que acontece entre abril e maio.

Na semana passada, Moro foi às redes fazer críticas sobre o tema e questionou a falta de "impessoalidade" na possível indicação de Cristiano Zanin ao STF.

Zanin e Moro já tiveram diversos embates quando o primeiro era advogado de Lula na Lava-Jato e o segundo o juiz responsável pela operação.

Bela Megale, colunista - Blog em O Globo


domingo, 23 de outubro de 2022

O plano de Moro para o STF: mandato fixo e prazo em julgamentos

Eleito senador, ex-juiz da Lava-Jato vai defender no Congresso que futuros ministros do Supremo tenham direito de ficar apenas 12 anos na Corte

Antes mesmo de entrar na política, o plano de Sergio Moro era um dia conseguir ser nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)se não pelas mãos de Jair Bolsonaro, de quem se aproximou dias antes do segundo turno de 2018, pelo menos a médio prazo como consequência do trabalho desenvolvido à frente dos processos da Lava-Jato. [em nossa opinião, ao modo como Sérgio Moro atuou na Lava-jato não cabe reparos; 
o grande erro do ex-juiz foi o de ignorar os sentimentos de honra e lealdade que devem estar presentes em qualquer  relação entre seres humanos, especialmente entre chefe e subordinado.
Afora ignorar os principios de honra e lealdade, Moro até agiu de forma exemplar na Lava- jato, especialmente quando conteve um desembargador substituto que pretendia  aproveitar um feriado,  em que atuou como plantonista, para  soltar o criminoso petista - nos parece  em 2019. 
Com firmeza e eficiência Moro manteve o criminoso atrás das grades.]

Escanteado pela classe política por ter colocado atrás das grades figurões do PT, MDB e Progressistas e, mais recentemente, por lavajatistas após ter se reaproximado do presidente da República, Moro traça agora outro cenário para o tribunal: quer atuar, como senador eleito, para tentar aprovar uma emenda constitucional que garanta mandatos fixos para os integrantes da Suprema Corte.

A ideia do ex-juiz, endossada por outros bolsonaristas vitoriosos nas urnas, como o vice-presidente Hamilton Mourão, é que futuros ministros do STF passem a ter mandatos fixos de 12 anos, sem a possibilidade de recondução. Hoje os magistrados podem ficar na cadeira de juízes até a aposentadoria compulsória aos 75 anos de idade. Na remotíssima possibilidade de a proposta ser aprovada a toque de caixa pelo Congresso, a mudança valeria para as duas novas vagas que serão abertas, em 2023, com as aposentadorias compulsórias de Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. [entendemos que o mandato entre  doze a quinze anos é razoável, desde que a indicação ocorra entre cidadãos brasileiros com NOTÓRIO e COMPROVADO SABER JURÍDICO, com idade entre 40 a 55 anos, não haja recondução e decisões que envolvam o Poder Executivo e/ou Legislativo  - só possam ser adotadas com quórum de no mínimo dois terços do colegiado, sendo vedadas as decisões monocráticas sobre a matéria; nos parece conveniente para a Segurança Jurídica, que decisões do Supremo aprovadas em plenário só possam ser revistas após o decurso de no mínimo doze meses = acabando com o pode prender, não pode prender, que dominou as discussões da prisão em segunda instância.]

“Acho positiva a ideia de um mandato de doze anos para novos ministros, sem ampliação de cadeiras na Corte e sem recondução. Doze anos são um tempo suficiente para realizar um bom trabalho, gerando uma certa estabilidade na jurisprudência”, disse Moro às Páginas Amarelas, de VEJA. Diante da revelação de que aliados do presidente Bolsonaro trabalhavam em uma emenda à Constituição para ampliar o número de cadeiras no Supremo, no entanto, qualquer proposta legislativa que alveje o tribunal, como a fixação prévia do tempo de permanência dos juízes, é tratada por integrantes do tribunal como mais um capítulo do cabo de guerra entre aliados do ex-capitão e o Judiciário.

Bolsonaro nunca escondeu suas críticas ao Supremo. Propenso a todo tipo de teoria conspiratória, o presidente atribui aos magistrados atuação deliberada para impedi-lo de governar, barrando a nomeação de aliados e a edição de decretos na pandemia, e, mais recentemente, tolhendo a campanha à reeleição com ordens judiciais de retirada do ar de conteúdos contra o adversário Lula.[pedimos aos nossos dois leitores que comparem o número de decisões tomadas pelo TSE e as proferidas contra Lula e vejam quem está favorecido: o presidente Bolsonaro? o descondenado petista? 
a censura está tão cerrada que agora um cidadão ao leu uma matéria tem que ter cuidado para chegar a uma conclusão que seja considerada correta pelas autoridades; tudo incida foi criado o crime de CONCLUSÃO ERRADA.]

Sergio Moro não vai tão longe, mas afirmou a VEJA que também quer usar o recém-conquistado cargo parlamentar para tentar coloca de pé uma lei que determine que deliberações individuais de ministros sejam necessariamente submetidas a Plenário em curto prazo. A obrigatoriedade de que os demais dez integrantes da Corte analisem de pronto uma decisão monocrática funcionaria, segundo ele – e sem citar nenhum exemplo como uma trava para o que considera “interferência de um poder em relação a outro”.

Laryssa Borges - Política - VEJA