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domingo, 9 de janeiro de 2022

A nova configuração da “política das tesouras” virá com um exército de esquerda para enfrentar Bolsonaro - Sérgio Alves de Oliveira

Reconhecidamente grandes “mestres” em tapear todos os povos,  Hegel e Karl Marx,nas suas respectivas “dialéticas”, desenvolveram  a “política”,ou “estratégia das tesouras”, segundo a qual a esquerda adotaria sempre dois candidatos,nas eleições presidenciais de que participasse,um dos quais da esquerda mais “radical”, visível,transparente,outro da esquerda mais moderada,disfarçada,branda,os quais deveriam sempre polarizar qualquer eleição no sentido de garantir a vitória de um ,ou de outro,mas sempre assegurando a vitória da esquerda.

O grande “politiqueiro” do Brasil, professor e sociólogo Fernando Henrique Cardoso,na condição de então  ministro da Fazenda do Presidente Itamar Franco, em 1993,valendo-se do grande sucesso do Plano Econômico chamado “Plano Real”,elaborado pela equipe de técnicos do seu ministério,e passando a colher pessoalmente os seus “louros”,sem entender nada da economia e,sim,talvez alguma coisa  de “sociologia”,e com certeza ,muito de “sacanagem política”,viu com muito oportunismo  nesse plano a grande chance de “decolar” a sua candidatura a presidente da república,uma vez que esse plano assegurou durante um curto período de tempo o direito do pobre colocar na sua mesa e  consumir  galinha muito barata.

Nesse “embalo” de prestígio pessoal pela obra de outros, pegou o primeiro avião que partia para os Estados Unidos ,mas  antes  combinou um encontro lá com o líder sindicalista Lula da Silva, o mais expressivo representante do Partido dos Trabalhadores,e que em 1990 havia fundado,junto com Fidel Castro,o “Foro San Pablo”,uma organização plurinacional cuja meta seria estabelecer o socialismo em toda a América Latina.

O “intelectual” FHC,espertamente, escolheu a charmosa Universidade de Princeton,da cidade do mesmo nome,e ali assinou, juntamente com Lula - o primeiro representando o “Diálogo Interamericano”(de esquerda),e Lula, o PT e o  Foro San Pablo – ao que  chamaram de  “Pacto de Princeton”,adotando na íntegra a estratégia das tesouras, das dialéticas Hegel  e Karl Marx,o qual estabeleceu,conforme o “pacto’,um rodízio,ou uma alternância no poder político,entre os candidatos dos principais partidos esquerda,ou seja,o PT e o PSDB.

“Dito e feito”. Em 1994 FHC venceu a eleição presidencial ,assumindo em 1995,depois ”arranjando”a sua própria reeleição,através de uma “PEC”, surgida do “toma-lá-dá-cá” entre o Planalto e o Congresso,e governando até 1993, quando passou a “coroa” do “Pacto de Princeton”,a Lula da Silva,do PT,que também foi reeleito e governou até 2010, sucedido que foi por Dilma Rousseff,também do PT,que governou de 2010 até 2016, também reeleita em 2014, mas que teve o seu mandato interrompido por “impeachment”,em 2016,sendo sucedida pelo “vice” José Temer.

Mas na evolução e na plena vigência do antigo “Pacto de Princeton”,de 1993, que não foi revogado, derrogado,ou “ab-rogado”,e agora visando as eleições presidenciais de 2022,que terá o atual Presidente Jair Bolsonaro como candidato à reeleição, dessa vez adotando a sigla partidária “PL”,a esquerda brasileira “inovou” a “tesoura” do Pacto de Princeton.                

Continuará com um candidato “radical” de esquerda (que é de esquerda apenas por conveniência política,não por convicção, ou conhecimento de qualquer doutrina socialista), que passa a ser uma das “lâminas” da tesoura,a “radical”,novamente na pessoa de Lula da Silva,que já exerceu dois mandatos anteriores (de 2003 a 2010),e trocará a “segunda lâmina” da tesoura do Pacto de Princeton,a “moderada”, por DIVERSAS OUTRAS LÂMINAS,também de esquerda,em escalas de “radicalidade” e “moderação” oscilantes.

Dentre essas novas “lâminas” da “geringonça”em que se transformou a “tesoura” da esquerda,destacam-se João Doria, candidato pelo PSDB,  Ciro Gomes,pelo PDT,e um verdadeiro “coringa” que saiu do PSDB e anda à caça de uma candidatura a “vice” por algum partido que queira lhe emprestar a sigla para concorrer a “vice”,mas que é muito “bom de voto” em São Paulo,a exemplo de Doria, Estado com o maior número de eleitores.

Portanto Bolsonaro deve se preparar para enfrentar  um verdadeiro exército  de candidatos de esquerda à presidência,já no primeiro turno das eleições e,se for o caso,no segundo turno, a “união” de todos eles em torno de uma só candidatura,impondo-se registrar que os partidos citados (PT,PSDB e PDT,dentre outros) são integrantes  do Foro San Pablo. Portanto,Bolsonaro deverá enfrentar praticamente sozinho um verdadeiro exército  de candidatos de esquerda,tanto no primeiro,quanto no segundo turno das eleições.

Evidentemente que por motivo de “força maior”,porventura não seria cogitável uma medida preventiva qualquer,antes da repetição de  uma eventual “tragédia”política, estancar o curso da falcatrua dessas malditas lâminas de esquerda da “tesoura” concebida por Hegel e Marx?

Pessoalmente creio que por se tratar de uma situação de “emergência”, qualquer medida seria válida, mesmo que mediante alguma  alternativa  não contemplada no pretenso  “estado democrático de direito”, deturpado, e que mais favorece qualquer “patifaria” política que o “establishment”,na verdade uma “bíblia” da esquerda, deseje fazer.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo