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domingo, 29 de janeiro de 2017

Populistas são os outros

Obama é o personagem dos sonhos de Hollywood, mas o legado do presidente bonzinho é pífio 

Dizem que Donald Trump vai provocar uma guerra mundial. Mas ela já começou, mesmo antes da posse do novo presidente americano. Assim como no Carnaval há (ou havia) a batalha de confetes, o planeta vive hoje a guerra dos panfletos. É mundial, estúpida e devastadora. Ponha seu crachá, decore sua cartilha e se atire no front. Hollywood está unida contra o populista. Artistas convidados para se apresentar na posse dele, como o tenor italiano Andrea Bocelli, foram intimidados nas redes sociais: ninguém poderá aderir ao populismo impunemente. Não seja louco, caro leitor, de perguntar quem é o populista. Você será fuzilado sumariamente pela patrulha democrata e pacifista.

Mas... Quem é o populista?  Segundo o moderno dicionário ideológico universal, populista é Donald Trump. Agora se segure firme no cavalo e não mostre esta revista a ninguém, para não ser executado a sangue-frio: mais populista que Trump, só Barack Obama. O candidato vencedor das eleições presidenciais americanas, que parecia ser apenas uma laranjada demagógica, surpreendeu a todos, quebrou as bancas de apostas e chegou lá. O espetáculo daquele magnata afetado fazendo comícios que mais pareciam discussão de bar, num tom oposto à verve polida de Obama, deu ao mundo a certeza de estar diante de um aventureiro – na melhor das hipóteses. A outra diferença básica entre o laranja malcriado e o negro elegante é sutil: um está chegando à Casa Branca, e o outro acaba de passar oito anos lá.

E agora? Quem é o populista?  A resposta proibida é a seguinte: Trump, por enquanto, não é nada. Arrivista? Demagogo? Estadista? Picareta? Estrategista? Nem Deus sabe. Na retórica eleitoral tudo cabe. Mas, se o objetivo é a Presidência da nação, o que importa é a Presidência, certo? Então vamos falar de Obama – que, nesse quesito, é o único dos dois de quem se pode falar.  Obama é um fofo. Jogando basquete, é uma gracinha. Aquele sorriso largo combinado com a fala pausada e o inglês perfeito arranca suspiros. Jovem, magro... E ainda dança. Falta alguma coisa?
Basicamente, tudo.

Obama é o primeiro presidente negro dos Estados Unidos e o primeiro a ganhar um Nobel da Paz por antecipação – no primeiro ano de governo. Uma coisa, infelizmente, tem a ver com a outra. E tem a ver com a obsessão da humanidade culta pela criação e adoração de mitos. Barack é o personagem dos sonhos de Hollywood – e quem acordar a turma de Beverly Hills vai pagar caro. Bem, como já estamos todos pagando muito caro pelo conto de fadas dos coitados profissionais, vamos botar o despertador na orelha deles.

O legado do presidente bonzinho que prometeu taxar sem pena os ricos para dar aos pobres é pífio. Mais impostos, mais burocracia, menos pujança econômica – e o final patético de toda política que promete drenar riquezas para a salvação social: estagnação. O único milagre dessa história é, no frigir dos ovos, o discurso “sensível” de Obama permanecer de pé. Nem a eleição ele ganhou, mas o mito está intacto. Sabem qual é o nome disso? Populismo.

O observador honesto, que largar os crachás e as cartilhas para ver as coisas como elas são, constatará facilmente que a prioridade de Obama foi o discurso. Árabes, negros, mulheres, gays... Todas elas causas nobres e urgentes – mas quem tem coragem de dizer que o sectarismo refluiu nesses oito anos? Os Estados Unidos ainda são os maiores líderes do planeta, e a paz no planeta não foi ao show de Obama – como se nota, por exemplo, na escalada do Estado Islâmico. Não pode haver nada mais populista do que governar no palanque.

Apesar de derrotados nos Estados Unidos e enxotados do poder no Brasil por delinquência explícita, os ases da narrativa sabem o tesouro que têm nas mãos. A plateia adora um gigolô da bondade. Em São Paulo, um folclórico líder sem teto, que na verdade faz política fisiológica e engordou à sombra do governo petista, conseguiu depois de muitas tentativas ser detido pela polícia. “Atentado à democracia!”, gritou Dilma, sua ex-patrocinadora, que ainda está solta. 

Pois eis que esse populismo mais vagabundo e deletério, que sugou inocentes acima e abaixo do Equador com verniz socialista, agora vem dizer que populistas são os outros. Segure a carteira, que a bondade dessa gente não tem limite.

Fonte: Guilherme Fiuza - Época

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