A decisão do presidente interino da Câmara certamente ainda terá
desdobramentos e deve acabar sendo discutida no Supremo. Waldir Maranhão
(PP-MA) anulou a sessão da Câmara que deu seguimento ao impeachment.
Cabe investigar se ele, como interino, pode tomar uma decisão dessa
envergadura de forma solitária, no momento em que a discussão já estava
no Senado. Maranhão fala que houve vícios na sessão porque os partidos
orientaram suas bancadas e, na visão dele, os parlamentares deveriam
votar de acordo com suas consciências. O Supremo Tribunal Federal, que
decidiu o rito, não se posicionou sobre qualquer erro no procedimento da
votação.
Maranhão é uma pessoa controversa sobre a qual pairam muitas dúvidas. O blog do Noblat conta que o deputado se encontrou com a presidente Dilma recentemente.
De acordo com o "O Estado de S. Paulo", ele foi ao seu estado de
origem, e voltou em avião da FAB, junto com o governador Flavio Dino
(PCdoB), grande apoiador de Dilma.
Os jornais trazem algumas histórias sobre ele. O presidente interino
da Câmara foi citado diretamente na Lava-Jato pelo doleiro Alberto
Youssef. Há a acusação de que o filho é funcionário do Tribunal de
Contas do Estado em São Luiz, mas mora em São Paulo. Ou seja, ele não dá
expediente no Maranhão.
Waldir é muito ligado a Eduardo Cunha, mas em cima da hora mudou seu
voto na sessão da Câmara e foi contra o prosseguimento do impeachment.
Esse movimento de hoje pode ter sido a tentativa de se proteger dessas
dúvidas que pairam sobre ele.
Fonte: Miriam Leitão
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segunda-feira, 9 de maio de 2016
Um interino toma decisão contestável
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