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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Temer fica e os políticos respiram aliviados - O plano B de Lula

Vida que segue à espera do próximo desastre 

Ainda não foi desta vez que Michel Temer renunciou à presidência da República obrigado pelas circunstâncias, ou acabou removido dela por iniciativa de amigos, ex-amigos e adversários inconformados com seus erros. Por mais que muitos o critiquem, insultem e até peçam sua cabeça, todos preferem que ele governe ou desgoverne até o último dos seus dias. Forçá-lo a sair seria investir no imprevisível e contrariar os próprios interesses.

Nenhum partido tem candidato com pinta de vencedor da próxima eleição presidencial. Eleger um presidente tampão seria perda de tempo e de energia a ser concentrada nas eleições gerais de outubro. Que ele fique, portanto.  Temer é conveniente para todos. Para seus aliados que arrancam dele quase tudo o que querem. E para a oposição que precisa de um governo fraco e de um presidente morto-vivo para tentar extrair vantagem nas urnas.

Como Dilma foi um desastre e estava destinada a ser se governasse até o fim, o PT não chorou lágrimas sinceras quando ela foi deposta. Livre do desgaste de sustentá-la, contaria com Lula para voltar ao poder.  Lula não tem mais. Então o PT agarra-se a Temer como meio de salvar-se do buraco. Nem nos seus mais absurdos sonhos o PT imaginou que Temer faria um governo tão acidentado e impopular. Quanto pior, melhor para ele.

Não há possibilidade de que Temer se recupere. Sua companhia tornou-se corrosiva para os que antes o exaltavam. Espancar Temer e atribuir-lhe todos os males do país é o esporte nacional de 10 em cada 10 brasileiros.  E assim será até que ele transfira a faixa ao seu sucessor. Vida que segue.

Josué, filho de José Alencar, pode ser a alternativa a um candidato do PT a presidente 

Antes de ser condenado e preso, algo que custou a acreditar que seria possível acontecer, Lula tinha um plano: repetir com a família Alencar de Minas Gerais a dobradinha que o levou a se eleger e se reeleger presidente. O empresário José Alencar, patriarca da família, foi seu vice em 2002 e 2006. O filho dele, Josué, também empresário e que herdou os negócios do pai, seria seu vice este ano. Ele e Josué conversaram a respeito. E Josué topou a parada.

Aconselhado por Lula, o patriarca filiou-se ao então Partido Liberal (PL) do deputado Valdemar Costa Neto. Aconselhado por Lula, Josué filiou-se ao Partido da República (PR) do ex-mensaleiro Valdemar Costa Neto. A condenação implodiu o plano original de Lula, mas ele não desistiu de outro que havia guardado para sacar caso fosse impedido de ser candidato: fazer de Josué uma alternativa a um eventual nome do PT para presidente. O plano continua de pé. Ontem, depois se reunir-se com Valdemar e com a bancada de deputados federais do PT, Josué admitiu que para ele seria uma honra disputar a sucessão de Temer. [Josué, excelente candidato, fenomenal mesmo, ideal para perder.]