J. R. Guzzo
A Bolsa de Valores,
desde o dia 1.º de janeiro, perdeu R$ 500 bilhões. Não é, como Lula
diz, uma bobagem que só afeta meia dúzia de meninos na Avenida Faria
Lima, e sim um óbvio aviso de que o Brasil real não confia na
competência da equipe econômica para manter a recuperação pós-covid – e,
menos ainda, nas suas intenções.
A primeira notícia de destaque na área
industrial é a demissão de 2 mil trabalhadores de uma das maiores
empresas têxteis do Brasil.
O banco Itaú, através do seu braço de gestão
de recursos, alerta para a demolição da âncora fiscal, o silêncio sobre
a reforma tributária e um possível aumento de impostos.
A expectativa é
de “baixo crescimento, inflação alta, juros elevados e aumento da
dívida pública”.
É um balanço miserável para 15 dias de governo. Mas a
obsessão do Sistema Lula é fazer política 25 horas por dia – só se pensa
em eliminar os adversários, ocupar empregos na máquina do Estado e
proibir o povo de ir para a rua.
O principal número que o governo tem a apresentar como realização, até agora, são os 1.500 presos que trancou num ginásio da polícia em Brasília.
Que tal, para quem propunha “devolver a paz” ao Brasil?
O que o
presidente faz é o contrário: com um megafone na mão, dedica-se todos os
dias a criar tensão e sabotar qualquer esforço para uma situação de
normalidade.
Sua última obra é dizer que “perdeu a confiança” em parte das Forças Armadas
– para demonstrar o quanto está zangado e desconfiado, não admitiu que o
seu ajudante de ordens seja um militar, como é a praxe. Para que fazer
isso? Lula, ainda há pouco tempo, se orgulhava de ter começado a
governar “antes da posse”. O que ele precisa, mesmo, é começar a
governar depois da posse.
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo