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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Deputado queniano alerta Obama e pede que não defenda 'agenda gay' no Quênia - Rússia proíbe transsexuais de dirigir



Exemplo a ser seguido: Homossexuais têm de esconder sua orientação sexual no Quênia e em outras nações africanas
O presidente americano vai iniciar uma visita ao país no dia 23 de julho
Dezenas de quenianos participaram de uma manifestação contra a homossexualidade em Nairóbi nesta segunda-feira, do lado de fora do prédio do Parlamento. Durante discurso aos manifestantes, um parlamentar avisou ao presidente americano, Barack Obama, que durante sua visita ao país, programada para este mês, não tente impor pautas relacionadas aos direitos dos homossexuais. "Se tentar trazer a pauta do aborto, a pauta gay, diremos a Obama que se cale e vá para casa", afirmou o parlamentar Irungu Kangata aos manifestantes. Muitos deles usavam camisetas com as frases "Protejam o núcleo familiar" e "Defendam a família".

No dia 26 de junho, Obama comemorou a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo no país. Durante uma visita anterior à África do Sul, Tanzânia e Senegal, o presidente não se omitiu e defendeu o direito dos gays. No entanto, poucos compartilham de sua opinião no Quênia ou em outras nações africanas, onde, em geral, prevalecem visões sociais e religiosas mais conservadoras. Membros da comunidade LGBT têm que esconder sua orientação sexual por medo de perseguições e de processos criminais na maioria dos 54 Estados do continente. A África do Sul é a única nação africana que permite o casamento homossexual.

Em maio, o vice-presidente queniano, William Ruto, já havia manifestado sua opinião sobre o tema, dizendo que "não há espaço" para a homossexualidade em seu país. Ruto fez os comentários durante uma missa, no dia que o secretário de Estado americano, John Kerry, chegou ao país para uma visita oficial. A passagem de Barack Obama pelo Quênia, país natal de seu pai, será a sua primeira como presidente, e está marcada para ter início em 23 de julho.

Rússia proíbe transsexuais de dirigir
Nova lei também classifica fetichismo e voyeurismo como 'desordens mentais'
A Rússia incluiu transsexuais e transgêneros entre os grupos não autorizados a tirar licença para dirigir. A nova regra também cita fetichismo, exibicionismo e voyeurismo como "desordens mentais" que impedem alguém de dirigir. A justificativa dada pelo governo é que o país tem muitos acidentes nas estradas, por isso é necessário reforçar os controles médicos de motoristas.



O anúncio ocorre depois de o país ser criticado por implantar uma lei, em 2013, proibindo a "propaganda gay" para menores de 18 anos. Os ataques a homossexuais são manifestações frequentes de intolerância na Rússia de Vladimir Putin. O governo aceita e reforça a discriminação. A Associação Russa de Advogados pelos Direitos Humanos classificou a regulamentação ligada aos motoristas de "discriminatória". À agência britânica BBC, disse que vai pedir esclarecimentos na Corte Constitucional e buscar apoio de organizações internacionais de direitos humanos.

Mikhail Strakhov, um especialista em psiquiatria da Rússia, disse à emissora que a definição de "distúrbios de personalidade" é muito vaga na nova lei. Além disso, alguns distúrbios não afetam a capacidade de uma pessoa para dirigir com segurança.

O sindicato de motoristas profissionais do país apoiou a nova regra. "Temos muitas mortes nas estradas e eu acredito que reforçar as exigências médicas para os candidatos é totalmente justificado", disse o chefe da associação, Alexander Kotov. Ele acrescentou, no entanto, que as exigências não devem ser tão severas para motoristas que não dirijam profissionalmente.

Fonte: Revista VEJA